O Banco Central (BC) manteve o ciclo de ajustes da taxa básica de juros e elevou a Selic em 1 ponto percentual, de 10,75% para 11,75% ao ano, o nono ajuste consecutivo e o maior patamar registrado desde abril de 2017.
A decisão já era esperada pelo mercado financeiro e, no comunicado divulgado após a reunião, a autoridade monetária afirmou que os juros também vão subir 1 ponto percentual na próxima reunião, mas que esse aperto pode ser revisto caso necessário.
“Para a próxima reunião, o Comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude. O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas, e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”, segundo a nota divulgada pelo colegiado.
Ao mesmo tempo, o Bacen também apontou fatores de riscos para seus cenários inflacionários: por um lado, uma “possível reversão, ainda que parcial, do aumento nos preços das commodities internacionais em moeda local produziria trajetória de inflação abaixo dos seus cenários”.
Segundo o BC, “políticas fiscais que impliquem impulso adicional da demanda agregada ou piorem a trajetória fiscal futura podem impactar negativamente preços de ativos importantes e elevar os prêmios de risco do país”.
Com a alta dos juros, o Brasil passa a ocupar a segunda colocação no ranking mundial de juros reais elaborado pela Infinity Asset Management com 7,10%, abaixo apenas da Rússia, onde os juros apresentaram uma escalada considerável em meio ao conflito com a Ucrânia – as taxas de juros reais na Rússia chegam a 30,07%.
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