Crise, forecasting e adivinhação

Por Roberto São Paulo/SP

Do Estadão

Crise, forecasting e adivinhação
Antônio Márcio Buainain

Final de ano. Vou resistir à tentação de especular sobre o futuro – atividade a que economistas, empresas especializadas e instituições internacionais se dedicam com grande seriedade e que designam pelo nome técnico de forecasting (em inglês dá mais credibilidade) ou análise de cenários (que tem a vantagem de oferecer várias opções de futuro). Usam modelos e instrumentos analíticos sofisticadíssimos para antecipar o futuro, mas a natureza da atividade é a mesma da praticada, com mais simplicidade, mística e menor custo, por mães e pais-de-santo, cartomantes e afins, com o nome de previsão, ou pelas ciganas que ainda hoje circulam em cidades do interior, como adivinhação.

Revi, nesses últimos dias, dezenas de artigos e edições de revistas especializadas em economia e finanças, publicadas no final de 2007 e primeiras semanas de 2008, que em geral dedicam edições inteiras e/ou cadernos especiais à síntese do ano velho e o que esperar do futuro; também busquei as revistas de moda, fofocas de TV e celebridades – que em geral publicam as visões dos gurus de plantão sobre o ano-novo -, para relembrar o que os modelos e os astros nos diziam sobre o então ano-novo de 2008.

Erraram todos! Deve haver uma maneira de entrar com queixa no Procon ou com questão na Justiça.

No mínimo, por enganação, mas um bom advogado não teria dificuldade em encontrar outras motivações.

Diante dessa constatação, o artigo de final do ano perde seu tema natural e fica sem rumo.

Olhando para trás fica claro que a crise não chegou de repente, não caiu do céu sem aviso nem foi obra do acaso. Agora é fácil perceber os inúmeros sinais de fumaça.

Faltou-nos competência para enxergá-los e decifrá-los. As vozes isoladas que insinuavam, timidamente, que algo não estava bem, caíam em ouvidos de mercador.

A psicologia explica este comportamento geral: ninguém gosta do papel de estraga-prazeres e menos ainda de deixar uma festa de arromba quando ela está no auge.

Festas boas só terminam quando acaba a bebida, o cansaço se impõe ou com a chegada da viatura policial, chamada por um vizinho ranzinza.

Às vezes é preciso um batalhão de choque, cuja intervenção pode provocar um estrago maior do que deixar a festa acabar naturalmente, torcendo para que um desastre maior não ocorra.

O momento é próprio para atirar pedras e apontar culpados, do mercado ao presidente Bush, mas a verdade é que até poucos meses atrás, durante a festa, o mundo todo desfrutava dos benefícios da “exuberância irracional”, das facilidades propiciadas pelos mercados financeiros “irresponsáveis” e pela riqueza sem dúvida fictícia produzida pelos especuladores movidos pela cobiça.

Parte do impacto da crise depende de ações e omissões do passado: quanto e como foi feita a lição de casa, qual o nível de competitividade das empresas e produtores em geral, qual a solidez do sistema financeiro e a capacidade sistêmica para absorver choques adversos. É possível listar déficits em todas as áreas que poderiam ter sido evitados. Essas condições estão dadas e não podem ser mudadas de imediato. Melhor olhar o futuro.

Mas é preciso reconhecer que o Brasil tem, hoje, condições de pelo menos tentar combater a crise com chances de sucesso – cujo impacto dependerá também da competência do governo para fazer as jogadas certas.

É bom alimentar o consumo no período das festas, mas o futuro depende da manutenção dos investimentos, públicos e privados, responsáveis pelos empregos e renda que alimentam o consumo e permitem o pagamento das contas.

Num momento de incerteza, quem pode investir e estimular investimentos é o governo, cuja margem de manobra é limitada.

Como prometi não especular sobre o futuro e não acredito no determinismo do acaso, melhor pôr um ponto final desejando que as previsões que estão sendo feitas estejam erradas e que o ano-novo, que inicia sob o signo da crise, seja um ano de paz e prosperidade.

*Antônio Márcio Buainain é professor do Instituto de
Economia da Unicamp.

Luis Nassif

34 Comentários

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  1. Dr. Roberto
    Que linda aula de
    Dr. Roberto
    Que linda aula de economia. Mas esta aula não deveria ser dada na sala de aulas, ou o sr está dando um puxão de orelhas nos seus aulunos e colegas??
    Afinal têm sido os srs economistas (?) metidos a gurus que têm empobrecido e dnado com as populações. São vocês ´”caras pálidas” que se poêm a dar dicas como enriquecer sem trabalhar.
    Acho que, pelo menos o Brasil, não precisa mais de economistas mas, sim de psicologos, para indireitar as mentalidades distorcidas.
    Abraços

  2. Existe uma chave indecifrável
    Existe uma chave indecifrável para o futuro, e esta é o princípio universal de que “o futuro ainda não está escrito”. Porém, dentro desta realidade elementar existe outra, e quando o futuro se escreve, é preciso dizer: “isto já estava escrito”. Daí se conclui que a história não é linear e resgata seus fios, ou às vezes os envia para o amanhã.

    Há uma carga de passado em todo o futuro e isto é lavoisieriano, einsteiniano ou astrológico, se preferirem. Em certo grau as coisas são cíclicas, os orientais sabem disso, em certo grau, inéditas, os ocidentais sabem disso, e o mundo gira…

    A carga “cármica” ou “cósmica” do séc. 21, ou simplesmente “tendência”, é de certo modo repetir o 20. Então, estamos a caminho da depressão, depois do fascismo e depois da guerra total. E aí se cumpriria a “profecia” de Einstein. Mas não só dele, já que está na Bíblia e em outros lugares, talvez no inconsciente coletivo. Disse o velho linguarudo: e=mc2, mas ele também disse que não sabia como seria a 3a guerra mundial, mas a 4a. sem dúvida seria travada com paus e pedras…

    Na pólis, tudo depende da qualidade da política. Às vezes, a política começa a diluir tudo. O Brasil tem as ferramentas adequadas, mas serão corretamente utilizadas, ou tudo irá se tornar moeda eleitoral e interesse das candidaturas?

    A chave para o futuro é a consciência humana e o grau de aprendizagem de que é capaz. Se não aprendemos as lições, elas se repetem e repetem, até aprendermos, ou até acabar o mandato da espécie, neste ecossistema.

  3. Não sei se serve como
    Não sei se serve como indicador de futurologia, mas trabalho a 8 anos nessa empresa atual, na area de compras, e nesse ano os brindes de natal foram fracos, quase nulos. Não que eu faça a menor questão, na maioria das vezes são bugigangas de “1 real” com logomarcas (salvo algumas boas canetas ou pen drives que até têm sua utilidade), mas foi bem estranho.

  4. È tão maciço o volume de
    È tão maciço o volume de erros e insanidades dos economistas, que só posso creditar isto a segundas intenções; não é crivel que um camarada estude uma materia durante 5 anos em faculdade, faça mestrados, doutorado, e o cacête e ao final tenha um indice de acerto (eu disse acêrto? foi mau), igual ao da media da população que nem os lê, até mesmo por neles não acreditar.

  5. Do Banco Central do
    Do Banco Central do Brasil

    http://www.bancocentral.gov.br/?ECOIMPOLFISC

    NOTA PARA A IMPRENSA – 30.12.2008 Política Fiscal

    ………No ano, o superávit primário acumulado alcançou R$134,8 bilhões (5,08% do PIB),
    elevando-se 0,3 p.p. do PIB em relação ao mesmo período de 2007. No acumulado em doze meses, o superávit primário totalizou R$123,1 bilhões (4,27% do PIB), comparativamente aos R$127,9 bilhões (4,48% do PIB) registrados em outubro.

    A apropriação de juros nominais por competência alcançou R$10,9 bilhões em novembro, superando em R$1,6 bilhão o valor apropriado em outubro. Contribuiu para esse crescimento os resultados das operações de swap cambial realizadas pelo Banco Central nos dois períodos, mais do que compensando a queda de juros apropriados em decorrência do menor número de dias úteis em novembro.

    No acumulado no ano, o montante de juros nominais apropriados atingiu R$145,6 bilhões (5,48% do PIB),

    0,73 p.p. do PIB menor que o observado no mesmo período de 2007. No acumulado em doze meses, o total apropriado atingiu R$157,8 bilhões (5,48% do PIB), comparativamente a R$159 bilhões (5,57% do PIB) em outubro.

    O resultado nominal, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$8,9 bilhões em novembro. O déficit nominal acumulado no ano alcançou R$10,8 bilhões (0,40% do PIB), representando o melhor resultado da série, iniciada em 1991, para o período. No acumulado em doze meses, o déficit nominal atingiu R$34,7 bilhões (1,21% do PIB).

    O déficit nominal de novembro foi financiado com a expansão de R$19,3 bilhões na dívida bancária líquida e de R$682 milhões nas outras contas que compõem o financiamento interno, compensadas, parcialmente, pelas reduções de R$10,7 bilhões na dívida mobiliária e de R$390 milhões no financiamento externo líquido.

    III – Dívida líquida do setor público

    Em novembro, a dívida líquida do setor público atingiu R$1.047,3 bilhões, 34,9% do PIB,

    reduzindo-se 1,4 p.p. do PIB em relação a outubro, alcançando o menor patamar desde maio de 1998. A desvalorização cambial ocorrida no mês foi responsável pela redução de 1,2 p.p. do PIB no valor do endividamento líquido.

    No acumulado no ano, a dívida líquida do setor público apresentou queda equivalente a 7,1 p.p. do PIB. O superávit primário contribuiu para essa queda com 4,5 p.p. do PIB; o efeito do crescimento do PIB valorizado, com 3,7 p.p.; o ajuste decorrente da desvalorização cambial de 31,7% acumulada no ano, com 3,3 p.p.; e o ajuste de paridade da cesta de moedas que compõem a dívida externa líquida, com 0,5 p.p. Por outro lado, a incorporação de juros nominais contribuiu para a elevação da relação DLSP/PIB com 4,9 p.p.

    A dívida bruta do governo geral (Governo Federal, INSS, governos estaduais e governos municipais) atingiu R$1.687,7 bilhões (56,3% do PIB) em novembro, comparativamente a R$1.684,3 bilhões (56,2% do PIB) em outubro.

  6. As previsões não são erradas.
    As previsões não são erradas. É que existem certos princípios de economia que é impossível aos leigos entenderem. Então nenhum economista tenta explicar. Para se ter uma pista, as previsões são feitas dentro de cenários possíveis e visíveis. Ocorre que, ao se olhar as previsões, os agentes econômicos (governo, principalmente) podem, no curso do período abrangido, atuar de forma a forçar que os indicadores se alterem a favor de seus interesses. Como se vê, na diferênça do PIB, por ex. Isso explicaria a diferença na previsão de inflação. Consequentemente, outras variáveis também se alteram, causando divergèncias em outras previsões. Além disso, as previsões econômicas não comtemplam guinadas de 360º, como em casos de crises financeiras de grandes proporções, que na verdade têm uma certa previsibilidade, mas não se sabe para quando. As previsões são feitas levando-se em conta uma relativa normalidade nos cenários político, social, econômico e financeiro…
    Previsões econômicas, embora aos leigos pareça, não têm nehuma relação com misticismo.

    Só que as previsões banalizadas desses cabeções passaram ao largo dos pontos centrais de análise. Em dezembro passado, era facílimo juntar os seguintes pontos: 1. O aumento do déficit em transações correntes exigiria cada vez mais o financiamento externo. 2. O agravamento da crise tornará cada vez mais escasso o financiamento externo. 3. Logo, se não se alterassem (na época) as condições do câmbio, haveria uma crise nas contas externas brasileiras. Esses dados, óbvios para que conseguisse enxergar além da planilha, estavam na mesa na época. E pessoas como Pastore ignoraram solenemente. Esses cabeções desaprenderam a arte da observação dos dados empíricos, que deveria ser elemento indissociável da análise dos seus modelos.

  7. Talvez devessem usar o
    Talvez devessem usar o programa que o G1 usou para saber. Olhe a que ponto de ridículo a imprensa chega. Usaram um contador de palavras para saber quando Lula começou a falar em crise.

    “Aumenta presença da palavra ‘crise’ nos discursos de Lula
    Contagem mostra que palavra se tornou mais freqüente após setembro.
    Crise internacional se alastrou pelo mundo no último trimestre.”

    http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL938679-16307,00-AUMENTA+PRESENCA+DA+PALAVRA+CRISE+NOS+DISCURSOS+DE+LULA.html

    Leopoldo Godoy deve estar envergonhado, se jornalista for, de ter sua profissão e carreira utilizados para falar nada. Esse é o Uber método da preguiça jornalística.

  8. Especular, antever e
    Especular, antever e visualiar cenários futuros faz parte do processo de planejar, que é muito bom. Há empresas que precisam ter uma idéia de como estará o mundo 5 anos a frente, para poder investir e se preparar. Portanto, os economistas devem continuar fazendo suas previsões. O problema começa quando se começa a vender as previsões como certezas, como se alguém fosse capaz de dominar o desenvolvimento de infinitas variáveis por um período longo. Variáveis que influênciam outras variáveis, num sistema amplo e complexo. Por que não dizer holístico? Há pessoas que vão se enganar feio ao comprar estas predições, ludibriadas pelo jargão técnico, e, pelo aquele ar de certeza absoluta que os futurólogos fazem ao proferir suas setenças. Todo ano é assim. Mas, eu vou olhar as previsões pra 2009 com esperança que a economia melhore muito, e que as todas as previsões otimistas se realizem. Se não acontecer, paciência, terei que me contentar com a realidade.

  9. O problema é que por um lado
    O problema é que por um lado o economista não tenta “prever” uma situação real, ele “prevê” o que o patrão dele quer ouvir, ou quando prevê algo mais racional o patrão ignora porquê não é o que ele queria ouvir.

    E por outro lado o economista estupidamente tenta forçar o que ele acredita ser o certo como “suprema verdade”, por mais que o que ele tenha em mãos não passe de um “chute”. Que nem a nossa mídia criminosa, que resolveu que o país “têm que entrar em crise” e portanto está fazendo tudo que pode para esta “profecia” se concretizar.

    P.S: E antes que apareça um desses arrogantemente tentando se defender (“com quem pensa que você está falando”, “tenho diploma de Havard em economia”, “você é leigo”, etc), há uma diferença crucial entre falar sobre uma coisa se baseando em fatos e falar se baseando em previsões, estatísticas e etc. Estatística é uma boa aproximação mas ainda está longe de um fato.

  10. “Mas é preciso reconhecer que
    “Mas é preciso reconhecer que o Brasil tem, hoje, condições ….”

    Acho que o autor poderia, alem do “preciso”, acrescentar: lamentavel, dificil, infelizmente, etc. etc.

  11. Não me lembro de quem é a
    Não me lembro de quem é a frase:
    Das maneiras para se chegar à falência:
    1- Mulheres (a mais gostosa)
    2- Jogo (a mais rápida)
    3- Economistas (a mais certa)

  12. Creio que o mais grave foi a
    Creio que o mais grave foi a projeção das contas correntes feita pelo BACEN no final de 2008.

    E a forte queda da dívida em relação ao PIB no Brasil ninguém previu, e a maioria até ridicularizaram a projeção de redução da dívida pública para 40% do PIB feita pelo Ministro Guido Mantega.

    O preço do petróleo não precisa nem falar, também derrubou todo mundo, sem exceção.

    Agora na vida todos precisamos fazer nossas projeções.

    O mais importante é discussão e os métodos de se fazer as projeções
    Da mesma forma que não devemos recriminar ninguém pelos erros nas projeções, não devemos elogiar ninguém pelos acerto, lógico que deste que ninguém persista nos erros nas projeções, bem como nos acertos.

    Lembro que muita gente avaliou como sinais de melhora da economia brasileira a forte do dólar no Brasil, chegando ao ponto de pedir o fim das tarifas de importação como forma de evitar uma queda do dólar no Brasil, e que o nível da Selic tinha pouca ou nenhuma influência na queda do dólar no Brasil.

    O que temos que fazer é se concentrar nas discussões da política econômica.

  13. O Antônio está correto.
    O Antônio está correto. Contudo, é preciso fazer desaparecer a idéia liberal e neoliberal, que de tanto ser repetida parece ser verdade, sobre investimento, renda e emprego como elementos necessários e suficientes para estimular a atividade econômica. Não existe verdade nessa afirmação como está explicito neste texto, quando é dito: “(…) mas o futuro depende da manutenção dos investimentos, públicos e privados, responsáveis pelos empregos e renda que alimentam o consumo e permitem o pagamento das contas”. Isto não é verdade. A economia pode ser forte e próspera a partir do crédito. Em outras palavras é o consumo quem de fato e de direito estimula a renda e o emprego, que resulta no aumento dos investimentos. Não existe investidor e investimento onde não há consumo, portanto falar de investimento antes de constituir renda é um sofisma para que se apropriem de recursos públicos ou de terceiros. É pura indução para a expropriação gerida por escroques.

  14. Da Agência Estado divulgado
    Da Agência Estado divulgado pelo Último Segundo do IG.

    http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2008/12/30/consumo+de+energia+reflete+crise+e+cai+3+em+dezembro+3230290.html

    Consumo de energia reflete crise e cai 3% em dezembro
    30/12 – 13:09 – Agência Estado

    crise financeira internacional teve fortes impactos no consumo brasileiro de eletricidade em dezembro. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a carga de energia que circulou no Sistema Interligado Nacional este mês foi de 49,428 mil megawatts (MW) médios, o que representa um valor 3,1% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado.

    Em relação a novembro deste ano, a queda é de 5,6%. Porém, no acumulado de 2008, o dado ainda apresenta crescimento de 2,8%, impulsionado pelo bom desempenho do início do ano………

    ………Na comparação com novembro de 2008, porém, todos as regiões apresentaram variações negativas. Segundo o operador do sistema, as baixas temperaturas no País também contribuíram para retrair o consumo de energia.

  15. Eu sabia que a arapuca de
    Eu sabia que a arapuca de dinheiro dos EUA para criar a riqueza no “Investment”, não iria funcionar. Como disse Marx: “Só o trabalho pode criar valor, porque só o trabalho pode trabalhar.”

    É a riqueza que exterioriza o valor ao dinheiro e não o contrário.

    Entretanto, Cada produto criado pelo trabalho se perde do Brasil para se criar como valor no outro país (exportações)!!!

    O que os EUA estão fazendo pelos investimentos externos, ao aferir as riquezas em dólar? Anular o valor das nações em si mesmas, para gerar um valor que entre todos seja o seu crescimento.

    O pior acontece no âmbito real do país colonizado. Exemplo, um poço de petróleo é uma divida externa ( – 1= 1 ) , perde-se o produto pela matemática) – A matemática que obtém a produção ou os bens se vão…

    E o dinheiro que fica, irá pertencer a uma suposta segunda produção? Não. Apenas projetará os juros (da divida anterior), mês a mês na produção real; para ser igual ao seu crescimento (superávit de longo prazo). Isto é: Para sempre precisaremos de mais investimentos; não para crescer, mas para financiar o que seria nosso.

    Se um dia fizermos um inventário, então, sim: Tudo será do Mercado Financeiro. Na verdade não temos correlação com objeto algum, a não ser com a sua eterna divida.

    Tudo por que? Os economistas não sabem fazer a unidade( 1=1 ) pela produção interna do PIB. Para eles o futuro do PIB de 2009 é uma visão através do binóculo dos EUA.

  16. Dois trechos do artigo devem
    Dois trechos do artigo devem ser destacados por seus desdobramentos na nossa realidade:

    1º) “O momento é próprio para atirar pedras e apontar culpados, do mercado ao presidente Bush, mas a verdade é que até poucos meses atrás, durante a festa, o mundo todo desfrutava dos benefícios da “exuberância irracional”, das facilidades propiciadas pelos mercados financeiros “irresponsáveis” e pela riqueza sem dúvida fictícia produzida pelos especuladores movidos pela cobiça”

    Comentário: O Brasil de Lula desfrutou sim dos ventos externos. Lula atribuiu a culpa da crise ao Bush, sim. E agora vai enfrentar os ventos da crise, sim senhor. Essa “marola” é muito pior do que querem vender para a gente. E por que?

    Aí vem o segundo trecho:

    2º) (…) “é preciso reconhecer que o Brasil tem, hoje, condições de pelo menos tentar combater a crise com chances de sucesso – cujo impacto dependerá também da competência do governo para fazer as jogadas certas”.

    Comentário: acho que a oportunidade está dada. “Nunca antes na história deste país” – como agora – tantas condições e conjunturas concorreram ao mesmo tempo para favorecer a queda dramática dos juros e a adoção de uma métrica mais condizente com o resto do mundo. Isso deveria se transformar em cruzada nacional.

    O setor financeiro nacional – um dos mais sólidos do mundo – está sendo chamado pela história a dar sua contribuição histórica e colocar o Brasil no século 21, em franco desenvolvimento. A oportunidade histórica está colocada. Será aproveitada ou não pelo governo. O artigo diz um pouco isso

  17. Eu sempre sigo um guru que
    Eu sempre sigo um guru que faz as previsões para mim. Ele sempre tem um quociente de acerto de 100% – nunca errou nenhuma previsão, mas não quer ter mais clientes – já chega os que tem.

    A previsão que ele me passou para o ano que vem é essa:

    se nada mudar, fica como está.

    Acho que só ele acerta todas!

  18. O mundo compartilha de
    O mundo compartilha de perspectivas sombrias. Mas, para nós brasileiros, principalmente aqueles que vivem em função do agronegócio e dos insumos, o ano novo vai abrir um enorme período de prosperidade.

    Não podemos esquecer que os maiores entraves ao nosso agronegócio são as barreiras protecionistas e os subsídios que os países desenvolvidos pagam aos seus produtores. Agora, com a grana curta, é de se duvidar que os países desenvolvidos consigam manter os subsídios que custam uma enormidade aos cofres dos governos do primeiro mundo.

    É a hora dos produtores brasileiros, no mano a mano, numa disputa leal, ganharem no mercado internacional um espaço que por direito é nosso.

  19. De El País de domingo,
    De El País de domingo, 28.12.08, sobre os vilões da crise: “Quase ninguém – neste magna de economistas, supervisores, analistas, jornalistas, oráculos e um doloroso etcétera – o viu chegar, e por isso não havia diques para conter esse tsumani. Mas os banqueiros levam a palma: “Primeiro cruzaram vários limites que não deveriam ter ultrapassado e cevaram todas as bolhas; agora afogam a economia produtiva ao fechar a troneira do crédito”, assegura de Washington Carmen S. Reinhart, economista da Universidade de Maryland e uma das grandes especialistas em crises financeiras”.
    E o presidente Nicolás Sarkozy também critica os bancos: ‘demasiado risco ontem, demasiada prudência hoje. Em ambos os casos, os banqueiros são culpáveis”.

  20. NINGUÉM CONSEGUE ERRAR MAIS
    NINGUÉM CONSEGUE ERRAR MAIS PREVISÕES DO QUE O BANCO CENTRAL. NO INÍCIO DE 2008, PREVIU UM DÉFICIT EM CONTAS CORRENTES DE 3 BILHÕES USD E O DÉFICIT FOI DE 30 BILHÕES.

    OUTRA PREVISÃO QUE CONSIDERO DE TENDENCIOSIDADE REPUGNANTE É A DA TAXA CAMBIAL, QUANDO FEITA POR AGENTE DOS BANQUEIROS. OS MALANDROS ESTÃO COMPRADOS EM DÓLAR, OU PRETENDEM COMPRAR, E DIZEM QUE O DÓLAR VAI CAIR PARA OS OTÁRIOS NÃO COMPRAREM OU VENDEREM BARATO. DEPOIS ELES PUXAM A COTAÇÃO…

    A RIDÍCULA E DESAVERGONHADA PREVISÃO DA TAXA CAMBIAL PARA O ANO QUE VEM É DE 1,80 A 1,90, SEGUNDO OS FUTURÓLOGOS DOS BANQUEIROS. PARA ELES O ROMBO NO BALANÇO DE PAGAMENTOS NÃO EXISTE. ALIÁS, PARA O GOVERNO TAMBÉM NÃO. A FUGA DE VINTE E TANTOS BILHÕES DE DÓLARES EM TRÊS MESES NÃO É NADA. EM JANEIRO, IRÃO MAIS DE 10 BILHÕES USD E O VALOR DAS RESERVAS VAI COMEÇAR A PERDER A CAPACIDADE DE ENGALANAR DISCURSOS POLÍTICOS DO LULA E DO MEIRELLES, CANDIDATO A GOVERNADOR DE GOIÁS.

  21. http://veja.abril.com.br/1508
    http://veja.abril.com.br/150807/p_092.shtml

    (…) Graças ao trabalho de Friedman e de outros economistas, os principais bancos centrais do mundo aprenderam a lidar com crises potenciais. Foi o que se viu na semana passada, durante a queda acentuada de praticamente todas as bolsas de valores do mundo, provocada pela crise no mercado de crédito imobiliário americano.

    (…) Segundo o economista José Júlio Senna, essas perdas não deverão ter maiores conseqüências. Isso porque os países emergentes deixaram de ser bombas-relógio, o crescimento mundial continua forte e o setor privado tem muito dinheiro em caixa. Não menos vital é a inegável eficiência dos bancos centrais.(..)

  22. Nassif,
    Eu acho que para
    Nassif,
    Eu acho que para chegarmos a um resultado satisfatório sobre as previsões de 2009, poderíamos fazer o seguinte: os metereolgistas fariam as previsões sobre a economia e os economistas farias as previsões sobre metereologia. Que tal?

  23. Como sou do ramo da
    Como sou do ramo da advinhação vou dar uma palhinha aqui na lista do Nassif, assim aumenta o ibope do blog HEHEHE.

    Previsão:

    “Hoje em dia nós estamos assistindo não ao nascimento do homem perfeito nem do homem de sabedoria, mas do homem que espera a realização das coisas que são possíveis dentro do seu tempo. “

  24. Quanto à queda de consumo de
    Quanto à queda de consumo de energia elétrica, isso pode ser relativizado já que estamos no horário de verão desde outubro. Na verdade, eu penso que nenhum economista sabe ao certo o que vai acontecer. A crise não tem precedentes e as medidas que os governos centrais tomaram também não.
    Como disse o jornalista J.P Kupfer, a crise financeira internacional quebrou paradigmas. O século XXI está começando agora…

  25. Mais difícil que economista
    Mais difícil que economista acertar previsão, é encontrar um humilde. Geralmente, eles prevêem os problemas, já apontado a solução. Por tanto, parabéns ao Antônio Márcio. E por incrível que pareça, ao Estadão também, que deu espaço para alguém que não pratica o catastrofismo

  26. Enviado por: Tovar
    “Não me
    Enviado por: Tovar
    “Não me lembro de quem é a frase:
    Das maneiras para se chegar à falência:
    1- Mulheres (a mais gostosa)
    2- Jogo (a mais rápida)
    3- Economistas (a mais certa)”

    Aí o cara se afasta dos economistas, se decepciona com as mulheres, afoga suas mágoas no jogo e se arruína na mão do economista, que é o dono do cassino.

  27. O Lula disse que chega da era
    O Lula disse que chega da era dos economistas, que agora é a vez dos engenheiros. Ora, no momento que o engenheiro passa a entender de economia ele virou um economista.

  28. Do IPEA
    Do IPEA

    http://www.ipea.gov.br/default.jsp

    Texto para discussão N° 1364

    http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/publicacoes/tds/TD_1364.pdf

    Acumulação de Capital, Distribuição e Crescimento Econômico no Brasil: Uma Análise dos Determinantes de Longo Prazo
    Miguel A. P. Bruno / Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, novembro de 2008

    TEXTO PARA DISCUSSÃO N° 1357

    http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/publicacoes/tds/td_1357.pdf

    RESERVAS INTERNACIONAIS PARA O BRASIL: CUSTOS FISCAIS E PATAMARES ÓTIMOS
    Christian Vonbun
    Rio de Janeiro, setembro de 2008

  29. Do
    Do Estadão/Economia
    terça-feira, 30 de dezembro de 2008, 23:59

    http://www.estadao.com.br/noticias/economia,lula-e-o-unico-economista-que-presta-no-brasil,300828,0.htm

    ‘Lula é o único economista que presta no Brasil’
    Delfim Netto diz que virtude de Lula é falar a verdade sobre a economia
    Roberval Angelo Schincariol e Roger Marzochi, da Agência Estado

    Em meio ao desespero nos mercados, Lula surge como encarnação do otimismo

    SÃO PAULO – Para o economista Antônio Delfim Netto, ministro da Fazenda em tempos de chumbo e de milagre econômico, o que fará a diferença na economia do tão temido ano de 2009 é a sensibilidade do brasileiro. E, segundo o professor emérito da FEA-USP, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a encarnação do otimismo. “Lula é o maior economista do Brasil”, diz Delfim. Em entrevista à Agência Estado, concedida na manhã do dia 10 de dezembro, em seu escritório localizado ao lado do Estádio do Pacaembu, no bairro paulistano de Higienópolis, o economista falou de Platão, Aristóteles, Henry Paulson, Alan Greenspan e, claro, Lula. A seguir, os principais trechos da entrevista.

    Qual a avaliação que o sr. faz sobre os impactos da crise financeira no Brasil em 2009?
    Você está em um ambiente complicado e é claro que o Brasil vai pagar o preço de fazer parte do mundo, como tem os benefícios.

    Mas o sr. não avalia que a crise financeira será tão forte no Brasil como está sendo para o resto do mundo?
    A crise americana vem vindo desde o começo de 2007. No Brasil, não. É uma crise datada. Vinha se desarrumando e, quando o Paulson faz a barbeiragem no Lehman, desaba tudo. Ou seja, ele matou o fator catalítico, que era a confiança. E no Brasil ocorreu uma função descontínua. É uma crise de confiança que atingiu os bancos lá fora. ……………….

    ………..Mas o sr. não avalia que a crise financeira será tão forte no Brasil como está sendo para o resto do mundo?
    A crise americana vem vindo desde o começo de 2007. No Brasil, não. É uma crise datada. Vinha se desarrumando e, quando o Paulson faz a barbeiragem no Lehman, desaba tudo. Ou seja, ele matou o fator catalítico, que era a confiança. E no Brasil ocorreu uma função descontínua. É uma crise de confiança que atingiu os bancos lá fora. …………………..

    ……………..Se o senhor fosse o presidente do BC, qual seria a taxa ideal de juros?
    O Brasil não tem nenhuma razão para ter a maior taxa de juro do mundo. A taxa de equilíbrio é 3%, 3,5%, como é no mundo todo. Com inflação de 5%, poderíamos rodar com 8% nominal. Mas tudo isso é absolutamente irrelevante porque o BC nem tem mecanismo para fazer esse negócio.

    Então, vamos pensar onde paramos. Paramos por uma questão psicológica. O Lula é o único economista que presta no Brasil porque é o único que está falando a verdade. A intuição dele mostra o seguinte: nós estamos interrompendo o circuito econômico porque, se você não comprar o carro, porque tem medo de ficar desempregado, é certo que você vai ficar desempregado, porque a Volkswagen não faz o carro por medo que não vai ter demanda. E o banqueiro, no final, que pensa que está salvo, ele também vai morrer junto com o sistema. ……………………………………

  30. Creio que a atual correção
    Creio que a atual correção cambial coloca a condição Reservas Cmabiais Ótimas, que combinada com a queda da atividade econômica internacional, inclusive no Brasil abre uma grande oportunidade para uma rápida e grande queda dos juros da Selic e uma venda gradual de 50% das reservas cambiais para financiar a Balança de pagamentos ao longo de 2009, derrubando a dívida pública para menos de 30% do PIB no Brasil.

    No atual patamar do câmbio no Brasil, 50% das Reservas Cambias se vendidas gradualmente pode permitir o resgaste de cerca de R$ 240 bilhões de títulos da dívida pública, cerca de 15% da dívida bruta, o que pode significar uma redução quase R$ 50 bilhões de reais anuais em juros na rolagem da dívida pública e no carregamento das reservas cambiais…………………

  31. ……….A queda da
    ……….A queda da atividade econômica no Brasil e no mundo e a venda gradual de 50% das reservas cambiais permitiria uma estabilidade cambial e conseqüentemente uma queda mais agressiva dos juros da selic.

    Além dos juros de que deixariam de ser pagos com o resgate dos títulos da dívida pública, a queda agressiva dos juros da Selic permitiriam uma redução substancial de juros pagos na rolagem da dívida pública restante.

    Podemos sair deste processo da crise econômica mundial com juros da selic bem menores e principalmente com uma dvida pública ao redor dos 28% do PIB.

    Mas para isso os membros do COPOM precisam acordar para a nova realidade mundial, de aperto da liquidez internacional, do fim da prática de políticas liberais por parte dos países do G7, para o enorme aumento da produção de Petróleo e de Biodiesel no Brasil,………………….

    Sim uma dívida pública líquida de 35% do PIB no Brasil é fato, e podemos reduzi-la ainda mais..

  32. Sr Luiz Nassif,

    Postei um
    Sr Luiz Nassif,

    Postei um comentário, sem ofensa alguma e não é a primeira vez que observo comentários posteriores serem publicados antes daquele que eu postei.

    Isso, quando na melhor das hipóteses, passa pelo seu filtro para após dezenas terem sido liberados antes.

    Você tem algum receio com meus comentários? Se assim for, basta pedir que não postarei mais nada em seu blog, ok!

    Em tempo… percebi que surgiram dúvidas quanto à frase lapidar de Roberto Campos que eu postei no seu blog, algum tempo atrás:

    “As três maneiras de um homem se arruinar:
    1- com mulheres, a mais prazerosa e rápida
    2- com o jogo, mais lentamente mas igualmente eficaz
    3- ouvindo economistas. nem tanto prazerosa, nem tão lentamente, mas igualmente eficaz.

  33. Sou contra todo tipo de
    Sou contra todo tipo de censura preventiva. Desde que não comprometa o blog ou ofenda diretamente alguém acho que deve deixar visualizar.

    Firmo meu apoio ao Tato de Macedo.

    Como é que vou saber se é ofensivo, antes de ler?

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