Dívida externa em reais

Do leitor Igor Cornelsen

Caro Luís

Você está coberto de razão o Brasil emitir dívida externa em moeda estrangeira e subordinada a tribunais estrangeiros é coisa de amador.

O Brasil não tem profissionais lidando com dívida externa nossos professores inexperientes em mercados internacionais estão sujeitos a conversa fiada de banqueiros e traders de dívidas de economias emergentes.

Ter curva de juros em moeda estrangeira é ridículo, coisa de nação sem reservas e sem liquidez.

Se ter curva de juros em moeda estrangeira fosse bom negócio os EUA a Alemanha a França e Suíça certamente teriam.

Desafio alguém achar um título destas repúblicas emitidos em moedas estrangeiras e submetidos a jurisdições que não as suas.

Abraço,

Igor

Luis Nassif

19 Comentários

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  1. Dívida externa em moeda
    Dívida externa em moeda estrangeira ou em reais, emitida em jurisdições estrangeiras (custódia de instituições no exterior), tanto faz ..igualmente ridículo, bom somente para meia dúzia embolsar algum…

  2. “Dívida externa em moeda
    “Dívida externa em moeda estrangeira ou em reais, emitida em jurisdições estrangeiras (custódia de instituições no exterior), tanto faz .”

    Nao nao e’ a mesma coisa.
    Uma divida q deve ser paga em reais e` bem diferente de uma divida q deve ser paga em moeda estrangeira.
    O banco Central nao fabrica moedas estrangeiras.
    A pouco tempo o Banco do Japao tentou de elevar a taxa de juros mas tive q desistir considerando os efeitos q provocava nos especuladores q usam o carry trade.
    E

  3. Óbvio e dez vezes
    Óbvio e dez vezes óbvio.
    Nenhum pais q tenha cabeca, responsabilidade, e inteligencia quer uma divida numa moeda q nao pode fabricar.
    So professores tolos a aconselham. E no Brasil tem um monte.

    O Brasil deve aproveitar da situacao para reduzir ao minimo a divida externa.
    E

  4. Eu sei que não é o que está
    Eu sei que não é o que está sendo discutido, e não quero desviar o foco da discussão, mas Igor, foi difícil ler o texto. Ele não tem uma vírgular sequer.

  5. Elwood, você não
    Elwood, você não entendeu….

    Dívida em reais eu posso emitir no Brasil. Não preciso emitir no exterior com custos de colocação maiores e contabilização dedicada para uma parcela mínima da dívida mobiliária (em reais custodiada no exterior).

    Foi isso que eu quis dizer.
    É lógico que entre dívida em moeda estrangeira e moeda nacional, é melhor a segunda.
    Mas o meu foco é na transparência dessas emissões…

  6. Januario vc esclareceu de
    Januario vc esclareceu de forma clara o q entendia dizer e concordo com vc.

    Nao tenho uma grande ideia dos custos mas um teria q supor q o TN faz essa operacao para reduzir os custos e nao elevalos. Mas falta um pouco de transparência. E nao tem circulacao de reais no exterior.

    Os juros teriam q ser reduzidos sensivelmente. Os artifícios som secondarios.
    E

  7. Nassif, o Economista….

    (o
    Nassif, o Economista….

    (o Gilmar Mendes não precisava agir com tanto destempero, acusando o governo de querer desmoralizar o Judiciário -> quem age contra o Judiciário é o próprio Poder Judiciário -> Você sabe quantos juízes estão recebendo vencimentos integrais com culpa no cartório, meu caro Nassif=Economista ?)

  8. Januário,

    penso que faz
    Januário,

    penso que faz sentido emitir em reais no exterior para captar dólares. assim, se consegue atender a demanda por dólares endividando-se na moeda local.

    este seria um dos motivos para se questionar a operação em questão no post anterior sobre a emissão do TN. há uma hiper abundância de dólares. discute-se como evitar o efeito nocivo sobre a economia deste fluxo de dólares. e o TN ainda traz mais dólares…

    óbvio que é sempre melhor obter dólares via exportação do que qualquer dívida.

    seja como for, uma dívida, um financiamento, não é algo necessariamente ruim para o Estado. depende do prazo, da taxa e do destino dos recursos.

    quanto a colocação de títulos indexados ao real no mercado externo, não basta emitir os títulos. é preciso que haja aceitação.

    esta seria uma boa questão para o Economista esclarecer: por que a demanda por títulos em real no exterior? qual o atrativo? como fica o risco cambial cambial para o investidor? que tipo de investidor aplica neste ativo?

    abraços a todos

  9. Se HOJE “o Brasil não tem
    Se HOJE “o Brasil não tem profissionais lidando com dívida externa” imaginem quantos bilhões de libras e dolares pagamos indevidamente no seculo XX. E pelo visto continuamos com mesmo andar da carruagem.
    Ainda bem que o Brasil é um país rico. Suporta tudo isso nem que seja moendo a carne viva da maioria de seus filhos.
    Nassau tinha razão: brasileiro não se importa com dinheiro. Basta uns tapinhas nas costas e tudo está resolvido.

  10. Um pais funciona da mesma
    Um pais funciona da mesma forma como um individuo, ele so se endivida quando as suas despesas sao maiores que as receitas e ele precisa cobrir o furo do caixa.
    Na verdade um governo tem um recurso adicional que e’ acionar a Casa da Moeda e tranformar papel em dinheiro, mas isso gera inflacao.
    Quando um governo (ou individuo) precisa recorrer a um emprestimo ele e’ obrigado a se sujeitar ‘as condicoes de quem esta emprestando o dinheiro. Durante um bom tempo o governo brasileiro teve que financiar os deficits da nossa conta em dolares, causado pela diferenca entre importacoes, pagamento de juros, remessa de lucros, royaltes etc e exportacoes, recebimento de juros, recebimento de lucros etc. Neste caso o governo eh obrigado a emitir titulos no exterior e normalmente em Dolares uma vez que o banco que esta emprestando nao esta disposto a assumir o risco da variacao cambial.
    O problema e’ que o momento atual e’ muito diferente: olhando-se a balanca comercial o Brasil hoje exporta muito mais do que importa gracas principalmente ao alto preco das commodities puxados pelo crescimento da China e este cenario nao mostra sinais de grandes alteracoes no medio prazo, ou seja o risco de faltar dolares e o Brasil ser obrigado a dar o calote na divida externa hoje eh muito pequeno (pois ninguem da calote por que quer mas sim por que nao pode pagar).
    Com estes grandes superavits na balanca comercial o risco do Real se desvalorizar a medio prazo eh bastante reduzido, isto adicionado a alta taxa de juros no Brasil (12.50%) comparada a taxa de juros nos EUA e Europa na casa de 5% . Note que 12.50% e’ o que o Brasil paga para divida em Reais de forma que o investidor externo para se beneficiar deste juro de 12.5% ele tem que vender seus dolares e comprar Reais e com os reais comprar titulos do governo. Este movimento de venda de dolares por estes investidores associado ao grande superavit comercial eh o que explica o dolar abixo de 1.95. E e’ neste cenario de Real ja valorizado e abundancia de dolares eh que nao faz sentido o Tesouro emitir qualquer titulo no exterior, que e’ uma operacao muito cara, uma vez que um numero enorme de investidores ja estao comprando e ainda tem apetito suficiente para comprar os titulos no mercado brasileiro.

  11. Arkx,

    Eu nem entro tanto no
    Arkx,

    Eu nem entro tanto no exame dos benefícios/malefícios dessas emissões no que concerne ao seu efeito econômico.

    A questão é mais de administração pública, de moralidade administrativa, de limites à atuação dos agentes estatais, para evitar um risco desnecessário de promiscuidade com interesses privados.

    Se nós já temos um mecanismo interno de administração da dívida mobiliária federal, eu não vejo justificativa para realizar no exterior, usando bancos especializados, emissões que representem tão pouco face ao total da dívida mobiliária, ainda que tenham valores elevados em termos absolutos (para o indíviduos envolvidos).

    É mais um problema de limites à administração pública, ainda que haja algum benefício nas operações.

    Embora o Nassif tenha relacionado a sua crítica à eventual inexistência de benefício do Tesouro, eu acho que a questão independe disso: A questão é prezar por um mínimo de moralidade administrativa…

  12. Arkx perguntou:
    “esta seria
    Arkx perguntou:
    “esta seria uma boa questão para o Economista esclarecer: por que a demanda por títulos em real no exterior? qual o atrativo? como fica o risco cambial cambial para o investidor? que tipo de investidor aplica neste ativo? ”

    Nao sei quem estah demandando os titulos em Real. Tais titulos sao possiveis hoje em dia porque temos uma moeda relativamente estavel, ainda pagamos juros acima de outros paises e a economia mundial tem um excesso de liquidez e poucas oportunidades de alta rentabilidade.

    Se eu fosse um administrador de fundos em Nova Iorque que quisesse apostar que o Brasil vai crescer em um ambiente de moeda estavel, este seria um otimo investimento. Por outro lado, se eu tivesse duvidas quanto ao comprometimento dos brasilleiros com a manutencao da inflacao baixa, eu manteria distancia deste titulo.

  13. Nassif,
    Esse Cornelsen
    Nassif,
    Esse Cornelsen entende mesmo do riscado.
    Pena os cabeças de planilha do BC e do tal mercado continuem recalcitrantes.
    Abs.

  14. Economista:

    “Se eu fosse um
    Economista:

    “Se eu fosse um administrador de fundos em Nova Iorque que quisesse apostar que o Brasil vai crescer em um ambiente de moeda estavel, este seria um otimo investimento.”

    um título brasileiro em reais no mercado externo envolve dois tipos de riscos para o investidor: o risco de crédito e o risco cambial. geralmente o investidor não fica exposto nos dois riscos. precisa imunizar a operação de um deles.

    o risco Brasil nunca foi tão baixo. a operação tem pouco risco de crédito. mas são papéis de longo prazo (vencimento em 2028). categoricamente impossível prever o cenário brasileiro com tal antecedência. qual a liquidez do título no mercado externo? o Tesouro garante a recompra?

    como a emissão é em reais, a desvalorização do dólar (cenário atual) beneficia o investidor. quanto mais o real se apreciar, maior o lucro nesta operação. a valorização nominal do real entre 2003 e 2006 foi de 80%.

    a taxa nominal da operação é 10,25% ao ano. a dívida externa paga antecipadamente tinha juros de 4% (FMI) e de 5,7% (Bradies).

  15. Januário:

    “eu não vejo
    Januário:

    “eu não vejo justificativa para realizar no exterior, usando bancos especializados, emissões que representem tão pouco face ao total da dívida mobiliária,”

    penso que este é um motivo pelo qual é questionável a justificativa que “a operação é consistente com o objetivo de diminuir o custo da dívida”. não bastam intervenções pontuais. elas são necessárias, mas dentro de uma estratégia ampla de ataque direto ao cerne do problema: uma reforma para terminar com a indexação dos títulos federais pela Selic, ou seja, fim da correção diária da dívida pública interna pela mesma taxa de juros que o Banco Central estabelece sobre as reservas bancárias para conduzir a política monetária.

  16. O expressivo aumento do preco
    O expressivo aumento do preco das commodities no mercado internacional vem contribuindo pelos massivos superavits da nossa balanca comercial o que reduz muito o risco de desvalorizacao do Real perante o dolar. A combinacao de baixo risco com a mais alta taxa de juros do mundo explica o apetite to investidor estrangeiro por divida em Reais. A taxa de 12.5% que pagamos se refere a divida denominada em Reais (tanto no mercado interno quanto no externo). Para se beneficiar desta taxa o investidor tem que correr risco cambial e ele so esta fazendo isso por que ele tem a conviccao de que atualmente este risco eh muito baixo (gracas a nossa balanca comercial favoravel).
    Me desculpe por discordar, mas nenhum investidor esta apostando ou nao se o Brasil vai crescer. O investidor esta apostando que a China vai continuar crescendo (em torno de 8% / 9% ) e que a pressao sobre o preco das commodities vai continuar no medio prazo e nossa balanca comercial vai continuar positiva. A outra aposta eh no fato de que vamos continuar pagando os juros mais generosos do mundo. A grande prova disto eh que o crescimento do Brasil eh mediocre (o segundo mais baixo da America Latina so ganhando do Haiti, um pais assolado por uma guerra civil e que vive sob ocupacao de tropas da ONU) e o dinheiro continua a ingressar no pais.

  17. O Igor tem várias décadas. E,
    O Igor tem várias décadas. E, importante: aplica o seu dinheiro e de clientes, corre riscos, prova pela qual o pessoal do BC não passa, porque estão acima das críticas.

  18. “a taxa nominal da operação é
    “a taxa nominal da operação é 10,25% ao ano. a dívida externa paga antecipadamente tinha juros de 4% (FMI) e de 5,7% (Bradies).”

    A divida com o PMI foi repagada antecipadamente para o Lula ganhar dividendos eleitorais.

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