Indústria ainda está longe da recuperação, diz CNI

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A produção industrial e o emprego na indústria fecharam o mês de junho em queda. O índice de evolução da produção recuou para 46 pontos e o de evolução do número de empregados no setor ficou em 48,1 pontos, segundo a Sondagem Industrial elaborada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). O índice de utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual caiu de 45,6, em maio, para 42,9 pontos, em junho, se afastando da linha divisória de 50 pontos. Os indicadores variam de zero a cem – resultados abaixo de 50 revelam queda na produção e no emprego.

Apesar dos resultados, os estoques da indústria avançaram para 50,6 pontos em junho – este é o terceiro mês consecutivo em que o indicador sinaliza excesso de estoques. Já o indicador que apura o nível de estoque efetivo em relação ao planejado alcançou 51,4 pontos em junho.

A pesquisa também mostra que a insatisfação dos empresários com o lucro e com a situação financeira das empresas aumentou. No segundo trimestre deste ano, o índice de satisfação com as margens de lucro caiu para 42,2 pontos e o de satisfação com a situação financeira recuou para 47,5 pontos. Ambos os índices alcançaram os menores valores desde o segundo trimestre de 2009.

Além disso, o índice de preços médios das matérias-primas cresceu em relação ao trimestre anterior e alcançou 63,7 pontos. Valores acima de 50 pontos revelam aumento dos preços. As empresas também enfrentam maior dificuldade de obter empréstimos. No segundo trimestre, o índice de facilidade de acesso ao crédito caiu para 40,8 pontos, o menor valor desde o segundo trimestre de 2009. Indicadores abaixo de 50 pontos indicam dificuldade de acesso ao crédito.

De acordo com a CNI, a indústria apresenta um ambiente de estagnação e está longe de mostrar uma retomada. Em relatório, o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da confederação, Renato da Fonseca, afirma que a retomada da atividade só ocorrerá com o aumento dos investimentos. “A indústria precisa investir mais, não só para aumentar a produção, mas para ganhar competitividade”, afirma. O economista destacz, no entanto, que a expansão dos investimentos depende de medidas de redução dos custos da economia.

O estudo da entidade mostra que a elevada carga tributária quase sempre lidera a lista das principais dificuldades enfrentadas pelos empresários, mas a questão ganhou importância durante o segundo trimestre. O número de assinalações aumentou 7,8 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre e alcançou 60% das menções. Depois da elevada carga, aparecem a competição acirrada, com 37,1% das assinalações dos empresários, o alto custo da matéria-prima, com 35,5% das menções, e a alta de demanda, com 32,8%. Em quinto lugar, com 24,5% das citações, os empresários apontam a falta de trabalhador qualificado.

Embora menos otimistas, os empresários mantêm estimativas favoráveis para os próximos seis meses. Todos os índices recuaram, mas permanecem acima da linha divisória de 50  pontos, que indica expectativas positivas. O índice de expectativa com relação à demanda caiu de 60 pontos em junho para 58,9 pontos em julho. O de quantidade exportada recuou para 54,2 pontos, indicando que os empresários mantêm a confiança no aumento das exportações. O índice de expectativa de compras de matérias-primas diminuiu de 57,1 pontos em junho para 56 pontos em julho, e o de número de empregados recuou de 53 pontos para 51,5 pontos.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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