Guerras cambiais podem desencadear guerras comerciais. Chama a atenção no estudo do Ipea:
“a valorização cambial do Brasil, nos níveis considerados de 30%, significa não só a anulação das tarifas consolidadas na OMC, como incentivo às importações do país porque reduzem as tarifas aplicadas a níveis negativos. Diante desse quadro, exigir cortes mais significativos nas tarifas consolidadas, no âmbito da Rodada de Doha, seria impor maiores distorções aos níveis tarifários já negociados. A mesma consideração pode ser feita quando forem analisadas as opções de negociação de novos acordos preferenciais de comércio. Em síntese, para o Brasil, a valorização da sua moeda praticamente anula o instrumento das tarifas e representa incentivo às importações em geral. Diante de câmbio desvalorizado como o dos EUA e da China, os níveis tarifários negociados na OMC também são anulados, representando que o Brasil está oferecendo acesso a seus mercados de forma muito mais aberta do que negociou na OMC”.
Para uma valorização de 30% do câmbio do Brasil:
– as tarifas médias consolidadas, que variam de + 12 % a + 50 %, passam a variar entre + 5% a – 22 %, sendo a grande maioria de valores negativos;
– as tarifas médias aplicadas, que variam entre 0% e + 22 %, passam a variar entre valores de – 14 % e – 30 %.
Leia o documento do Ipea (clique aqui).
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