Marfrig perde R$ 159 milhões no trimestre

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
[email protected]

Jornal GGN – A Marfrig Alimentos encerrou o segundo trimestre com um prejuízo de R$ 159,9 milhões, revertendo resultado favorável de R$ 172,2 milhões de um ano antes, mesmo com os ganhos não recorrentes gerados pela venda da empresa de couros Zenda e do aumento na receita líquida.
 
Na avaliação dos analistas da BB Investimentos, a companhia passa por um momento de transição após a venda da Seara para a JBS, realizada em junho. Embora tenha conseguido ampliar sua receita em 9,4% e obtido preços médios 14% melhores, o prejuízo registrado no trimestre foi influenciado diretamente pelo forte resultado financeiro negativo e pelo volume estável da unidade Marfrig Beef.
 
Além disso, a corretora afirma que a Marfrig possui um desafio no médio prazo “de buscar um nível sustentado de crescimento orgânico (conservação de volume e preço) e de elevar sua eficiência”. Apesar disso, a corretora diz que o menor nível de alavancagem e de necessidade de capex (investimentos) reduzem a pressão sobre o caixa da empresa e favorece a recuperação de margens e melhores resultados ao longo do tempo.
 
Segundo balanço financeiro divulgado ao mercado, o EBITDA (lucro antes de juros, impsotos, depreciação e amortização) atingiu R$ 739,7 milhões – os valores não consideram Seara Brasil e Zenda -, alta anual de 3,5%, com margem de 16,6% sobre vendas. Contudo, sem considerar os ganhos gerados com venda de ativos, o EBITDA chegou a R$ 283,9 milhões, queda de quase 20% sobre o total apurado em 2012. A margem ajustada caiu de 8,7% para 6,4%.
 
O lucro bruto consolidado foi de R$ 492,7 milhões, um decréscimo de 12,4% sobre os R$ 562,2 milhões do segundo trimestre de 2012, explicado primordialmente pela compressão de margens na operação de Bovinos e de Keystone Ásia (gripe aviária na China). A margem bruta foi de 11,1%, queda de 270 pontos básicos ante os 13,8% registrados em 2012.
 
O resultado financeiro excluindo os efeitos cambiais foi de R$ 417,9 milhões negativos, em comparação com R$ 222,8 milhões negativos no segundo trimestre de 2012, impactado pelo resultado líquido de swaps cambiais. A variação cambial, sem efeito caixa, foi de R$4 27,5 milhões negativos, contra R$ 342,9 milhões negativos no ano passado.
 
As despesas com vendas, gerais e administrativas chegaram a R$ 330,9 milhões, 2,7% acima dos R$ 322,2 milhões registrados no ano passado. As despesas comerciais elevaram-se em 11,7% contra o mesmo período do ano anterior atingindo R$ 189,1 milhões, contra R$ 169,3 milhões registrados no ano passado, pressionadas pelo aumento de despesas de logística em R$ 15,5 milhões no período. Os esforços para redução de gastos geraram despesas Gerais e Administrativas 7,3% menores, atingindo R$ 141,8 milhões, contra R$ 152,9 milhões em 2012.
 
O endividamento bruto consolidado ao fim do trimestre foi de R$ 11,097 bilhões, enquanto o endividamento líquido foi de R$ 8,770 bilhões. Do total das dívidas, 19,5% tem vencimento no curto prazo enquanto 80,5% está no longo prazo. Do total das dívidas, 18% estão em reais e 82% estão em outras moedas. O custo médio ponderado do endividamento bancário consolidado foi de 7,82% ao ano (a.a.) se comparado com os 7,76% a.a. registrados em 2012.
Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador