Mês de janeiro não deve ser dos mais fáceis para o mercado

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O recente rebaixamento da nota soberana do Brasil pela agência de classificação de risco Fitch Ratings, junto com o já esperado início do processo de ajuste dos juros nos Estados Unidos, não deve facilitar a vida dos agentes do mercado de ações no mês de janeiro. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) recuou 3,92% em dezembro, fechando em 43.349 pontos. No ano, o Ibovespa perdeu 13,3% do seu valor de mercado, em seu terceiro ano de fechamento em campo negativo.

No cenário macroeconômico, continuam as perspectivas de retração da atividade econômica, alta inflação e taxa de desemprego crescente. “Em dezembro, o agravamento da crise política instaurada no país e a falta de horizonte para resolução culminaram no rebaixamento da nota de crédito soberana para o grau considerado “especulativo” pela segunda agência de classificação de risco em menos de cem dias e na troca do comando da equipe econômica”, dizem os analistas da Um Investimentos. “Quanto à política monetária, o Relatório Trimestral de Inflação divulgado pelo BCB alimentou as especulações de que um novo aperto monetário deverá ocorrer já na primeira reunião do Copom em janeiro de 2016”. Os números da arrecadação federal também reforçam a ideia de mais um ano complicado.

Além disso, a composição do Ibovespa foi alterada a partir do primeiro pregão do ano, valendo para o período de janeiro a abril de 2016. Com base na terceira e última prévia desta semana (30/12), saem as ações ordinárias da Eletrobrás, BR Properties e Souza Cruz, esta última tendo fechado o capital, e as ações preferenciais da Gol.

Entre os principais papéis ranqueados, pelo seu peso na composição do índice, ficaram Itaú Unibanco PN (10,669%), Ambev ON (7,891%), Bradesco PN (6,926%), BRF ON (5,106%), Petrobras PN (3,784%), Petrobras ON (3,252%), Vale PNA (2,758%) e Vale ON (2,618%). Desta forma, seis empresas passam a representar cerca de 42,96% do Bovespa.

No exterior, o índice S&P encerrou o ano praticamente estável nos Estados Unidos, apesar de os indicadores econômicos sugerirem que a maior economia do mundo estaria no caminho para sua recuperação. Na Europa, o índice de ações também avançou em 2015, com investidores mais propensos ao risco, impactado positivamente pela bem sucedida política de afrouxamento monetário implementado na região, reforçando o otimismo dos agentes de mercado. O maior grau de cautela se deve à China, diante das perspectivas de ajuste do câmbio e da política monetária do país.

Carteiras devem seguir conservadoras

Analistas também apontam os desafios a serem enfrentados pelo país ao longo do ano. “No centro das atenções, além das questões mal resolvidas sobre o ajuste fiscal, está o desenrolar do processo de impeachment da presidente, eleições municipais, além da continuidade dos desdobramentos da Operação Lava Jato”, explicam os analistas da Socopa Corretora, em relatório. “Com isso, seguimos preferindo adotar viés conservador, com maior exposição em exportadoras e empresas de qualidade (baixa alavancagem, management de qualidade, bom nível de distribuição de dividendos e bom nível de liquidez)”.

Veja abaixo as recomendações de algumas corretoras para o mês de janeiro. Antes de fechar sua posição, converse com seu banco ou corretor de valores para adotar a estratégia mais adequada ao seu perfil.

Socopa: BRF ON (BRFS3), Kroton ON (KROT3), BB Seguridade ON (BBSE3), Itaú Unibanco PN (ITUB4), Suzano Papel PNA (SUZB5) e Ambev ON (ABEV3)

BB Investimentos: Braskem PNA (BRKM5), Cosan ON (CSAN3), Itaú Unibanco PN (ITUB4), Klabin UNT (KLBN11), Multiplus ON (MPLU3), Sabesp ON (SBSP3), Tupy ON (TUPY3), e Ultrapar ON (UGPA3)

Coinvalores: Bradesco PN (BBDC4), BRF ON (BRFS3), Cetip ON (CTIP3), CPFL Energia ON (CPFE3), Cosan ON (CSAN3), Embraer ON (EMBR3), Itaú Unibanco PN (ITUB4), Petrobras PN (PETR4), RaiaDrogasil ON (RADL3), Suzano Papel PNA (SUZB5), Vale PNA (VALE5), Valid ON (VLID3), Klabin UNT (KLBN11) e WEG ON (WEGE3).

Geração Futuro: Cielo ON (CIEL3), Cetip ON (CTIP3), Valid ON (VLID3), BB Seguridade ON (BBSE3), Klabin UNT (KLBN11), BRF ON (BRFS3), RaiaDrogasil ON (RADL3), Lojas Renner ON (LREN3), Lojas Americanas PN (LAME4) e Tupy ON (TUPY3).

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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