Mineração de bitcoins compromete abastecimento energético

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Mineração de moedas virtuais afetou fornecimento de energia no Cazaquistão e chegou a causar blecaute no Irã durante o verão

Foto: Kanchanara on Unsplash

Os ganhos recordes obtidos por investidores em criptomoedas em um passado recente trouxe luz ao assunto seja pelo grande volume de dinheiro, ou pelo impacto econômico e ambiental gerado pela atividade.

E o debate do tema no Brasil faz sentido diante da intenção do governo de Jair Bolsonaro em abrir as portas para a mineração de moedas virtuais no país.

Senão, vejamos: uma fazenda de mineração de bitcoins não exige apenas equipamentos avançados, como também consome bastante energia elétrica. Em alguns países, o aumento da mineração caminhou lado a lado com o estouro de uma crise energética.

Foi o que aconteceu no Cazaquistão no final do ano passado, quando o país sofreu um apagão energético que gerou uma série de protestos.

E esse apagão também afetou a mineração de bitcoins, pois segundo o site Cointimes, o Cazaquistão respondia por 18,1% do poder de computação global das moedas virtuais.

Apenas em 2021, o consumo de energia no Cazaquistão aumentou 8%, quatro vezes acima do esperado pelo governo federal.

Tal demanda causou blecautes em diversas regiões, ao ponto de três usinas operarem no limite da capacidade e precisarem ser reinicializadas de forma emergencial.

O próprio governo cazaque reconheceu a crise energética do país diante do aumento de consumo: a crise coincidiu com o registro de atividades de 50 mineradoras de bitcoins no país, o que impulsionou a demanda energética.

Irã e os dois lados da mineração

O Irã também passou por algo parecido com relação ao impacto da mineração no abastecimento de energia.

Reportagem da RFI destaca os cortes de energia ocorridos no verão, com a população enfrentando temperaturas de até 50 graus sem ar condicionado em meio a apagões que poderiam durar horas.

E essa falta de energia está relacionada às fazendas de bitcoins, legalizadas pelo governo iraniano em 2018 como forma de driblar as diversas sanções econômicas sofridas.

O governo chegou a proibir a atividade em meados de maio do ano passado, mas cedeu à pressão econômica para conseguir dólares de forma mais descomplicada.

Mas o que é uma “fazenda de bitcoins”?

Foto: Brian Wangenheim on Unsplash

As chamadas “fazendas de bitcoins” são grandes estruturas que abrigam uma considerável quantidade de computadores capazes de realizar cálculos pesados e de acompanhar o andamento de tais transações.

Essas fazendas existem tanto em regiões mais frias, como o Círculo Polar Ártico, ou mesmo na Espanha, onde uma fazenda pode ser abastecida com energia solar.

E o consumo energético é considerável: reportagem do site Tecmundo cita pesquisa realizada pela Universidade de Cambridge afirmando que a mineração de bitcoins já consumia o equivalente ao que a Argentina consome de energia em um ano.

A demanda energética das fazendas oscila conforme a demanda por moedas, e tudo indica que ela deve avançar nos próximos anos conforme sua aceitação no meio físico se consolida.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

1 Comentário

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  1. O Cazaquistão não é uma república federativa, portanto não tem um “governo federal”… Artigo carece de sentido lógico e seu autor carece do repertório cultural mínimo para discorrer sobre o assunto. Fraco.

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