O dólar ladeira abaixo

Coluna Econômica 01/06/2007

Quando o dólar baixou de R$ 2,00, Natan Blanche, operador e principal sócio da Tendências Consultoria, vaticinou: “Vai ficar ali por volta de R$ 1,96”. Sua previsão foi derrubada alguns dias depois. Ontem o dólar baixou para R$ 1,928.

Mas o que importa? Ao longo da última década, um jornalismo financeiro preguiçoso, contemporizador, pouco preocupado com a qualidade das fontes, permitiu que um mesmo grupo de economistas e operadores errasse nas previsões. Esse mesmo pessoal ignorou a crise do México, uma mês antes de ocorrer; a quebra da Argentina, uma semana antes; o fim da política cambial brasileira em 1999, até uma semana antes; os desdobramentos da eleição de Lula em 2002.

Pouco importa se os leitores foram mal informados, se empresários quebraram acreditando em suas miragens, se a opinião pública foi iludida com a estratégia das expectativas sucessivas – todo início de ano, promessas de se alcançar o paraíso, que eram desmentidas no final do ano e renovadas para o ano seguinte.

***

Ontem, no evento da Tendências Consultoria sobre a economia, o grande economista Antonio Palocci decretou: “Quando os mercados percebem que o governo quer fazer algo, o nível de aposta dobra”, O máximo que o país poderá fazer será “fortalecer e garantir os instrumentos e a musculatura da política econômica brasileira”. “Fora disso, não me agrada.”

Sequer tangenciou a questão do diferencial de juros entre a taxa Selic e a remuneração dos títulos brasileiros no exterior, tema que deixou de ser tabu no próprio mercado. “Não me agrada”, e pronto.

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A superficialidade da discussão econômica consagrou essas expressões, em geral utilizadas para reforçar opiniões vazias. O “não me agrada” é uma delas. O “tenho a convicção” é outra.

Não se trata meramente de implicância com termos utilizados. Trata-se de instrumentos de retórica eficazes, em cima de uma cobertura econômica pouco preparada, e uma opinião pública – incluída ai os empresários desinformados, muitos deles vítimas da política econômica – que se condicionaram com a história da “lição de casa”, de que o câmbio é dado pelo mercado, sem nenhuma espécie de interferência

***

Os efeitos dessa tragédia aparecerão um pouco agora, muito depois. Dia após dia, será reduzido o componente de valor agregado na produção nacional. Algumas empresas morrerão,. Para sobreviverem, outras estarão cada vez mais importando peças e componentes prontos. Ou então se instalando em outros países. Em vez de exportar produtos, o país será cada vez mais exportador de empresas, de empregos e de empresários.

***

O trágico nessa história é que a redução desse valor agregado (o componente que uma empresa agrega aos insumos que adquire para fabricar determinado produto) tem impacto direto sobre a qualidade do emprego. Não apenas do peão, mas, principalmente, dos quadros técnicos.

Hoje em dia, há uma multidão de jovens formados morando com os país, sem perspectiva de um bom emprego. A maioria deles, e seus pais, não conseguem entender que há uma relação direta com o câmbio.

Pensa-se apenas na próxima viagem internacional e no próximo vinho. E não se percebe que o navio já foi abalroado.

Para incluir na lista Coluna Econômica

Luis Nassif

57 Comentários

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  1. E as montadoras, fiel
    E as montadoras, fiel termometro do câmbio, transferindo linhas para a Argentina, começando pela FIAT, que levou o Siena para ser fabricado lá, depois a Renault e a GM e agora a Ford. Automóveis há décadas fabricados no Brasil serão agora produzidos em Córdoba e mandados para cá, graças ao “câmbio Miguel Jorge”, aquele só os ineficientes naõ sabem lidar com ele. Talvez fosse o caso da sempre presente Tendência Consultoria abrir cursos de competitividade para os executivos das montadoras, mostrando como é facil, com talento e criatividade, operar com o Real supervalorizado. Como orientadores do curso, Natan Blanche e Miguel Jorge, duas sumidades em economia industrial, criadores do lema “Como ficar bem na vida com qualquer câmbio”.
    No rastro das montadoras muito coisa vai junto, começando por auto peças, pneus, eletrônica automotiva, etc. Câmbio é como diabetes, não doi, vai se infiltrando por todas as células do organismo e pode matar se não for tratado.
    Mas como se vê na mídia, 8 em cada dez jornalistas economicos não vê o processo e dentre estes alguns são entusiastas da sobrevalorização do Real, que realmente é enebriante para quem curte importados e viagens ao Exterior, percebe-se instantaneamente as vantagens. Já o emprego do filho é mais complicado, é necessária alguma inteligência para perceber a relação do câmbio com a falta de vagas.
    É nesse vácuo que entram os nano-economicstas, anões do pensamento economico e seus bordões, pensatas, ditos e ditados, espalhando bobagens e tolices pelos jornais e rádios, confundindo e encobrindo o problema real.

  2. Daniel, o estrago que já foi
    Daniel, o estrago que já foi feito é irreversível em várias áreas. Daqui um ano, quando saírem as novas estatísticas sobre produto agregado na indústria de transformação, dará para se conferir o tamanho do desastre.

  3. Há muito faço parte de um
    Há muito faço parte de um grupo de admiradores de V.Sa. enquanto nao só um comentarista assaz equilibrado, mas tambem um amante do chorinho. (Difere, entre nós, contudo, somente o time: Caldense. Embora eu torça para o futebol mineiro (“tarefa” ingrata, frente a desmandos, autoritarismos, incompetencia e corrupçao) quando diante de outros estados, prefiro o Galo.) Mas, vamos lá.

    Noticiosos de economia vêm contaminados com a mesma tendencia das outras editorias dos veiculos de vender o pior, o que ja virou vicio – dos veículos e dos consumidores. Nao se pode deixar de comentar aqui que a subida do dolar frente ao Real sempre foi noticiada como altamente negativa, da mesma forma que a queda da mesma moeda norte-americana diante do mesmo Real, o que acontece agora.
    Os maleficios das redes de informaçao, sempre defendendo interesses escusos, talvez vao mais alem do que podemos supor. Mais alem dos resultados de simposios sobre a “midia” e sociedade, que têm acontecido ultimamente (um dos últimos aconteceu em BH, na Escola de Saúde de MG: midia e saude publica, ou seja, como entender tantas e repetidas reportagens sobre o “caos na saude”. Quem ganha e quem perde se o SUS, proposta e realizaçao avançadissimas, for desmoralizado, nós sabemos. Parece que a saude privada nao se contenta com 25% da populaçao brasileira que podem paga-la. Claro que é um equivoco atacar o SUS. O problema está em outra ponta: na propria economia que impede crescimento com distribuiçao.

    Os admiradores de V.Sa. contamos sempre com desmitificaçoes veiculadas reiteradamente. Pobres de nos, brasileiros, termos que conviver com os varios Grandes Irmaos…

    Bissoli Jr.

  4. Consideracoes:
    1- de 1930 a
    Consideracoes:
    1- de 1930 a 1980 (+ou-) vimos a industrializacao brasileira atraves da substituicao de imporrtacoes…agora vamos ver nossa desindustrializacao atraves da desubstituicao de importacoes
    2- Crise do mexico, da argentina, ciclos politicos, vicios privados e outras variaveis nao possuem teclas especiais em HP financeira…donde os erros de previsao de nossos economistas(financistas?)
    2-o que diabos quer dizer “fortalecer e garantir os instrumentos e a musculatura da política econômica brasileira”??? sera que o palocci esta falando em musculos porque ele ‘e m’edico??

  5. Todos os argumentos
    Todos os argumentos levantados para mater elevados os juros da Selic foram derrubados desde da falta de liquidez dos títulos públicos, incapacidade da oferta atender a demanda aquecida, até o limite de queda do dolar.

    Agora só por temosia o COPOM na acelera e muito o corte de juros da Selic.

    Não há mais justificaticativas, uma a uma foram destruidas pelos fatos.

  6. Também acho que é o mercado.
    Também acho que é o mercado. Mas o BC é dono da bola e das regras do jogo. Se continuar jogando com as regras atuais, levará de goleada mesmo.

  7. Nassif,

    a situação só não é
    Nassif,

    a situação só não é mais dramáticas porque os produtores rurais já venderam a sua produção.

    Se essa apreciação cambial tivesse vindo dois ou três meses antes eles levariam na cabeça, novamente.

    Mas cada povo tem o governo que merece.

  8. Nassif
    Algumas vezes, leio
    Nassif
    Algumas vezes, leio suas matérias, como essa, e decido: vou comentar, acrescentar alguma coisa. Aí releio. E desisto. Não há nada a acrescentar.
    Tá dito!

  9. Caro Luis Nassif, escutei na
    Caro Luis Nassif, escutei na Radio Bandeirantes uma entrevista do ministro Mantega onde disse que estão entrando no Brasil entre 5 e 6 Bilhões de Dolares (segundo ele inesperados) de uma siderúrgica) para pagar os acionistas. Parece brincadeira falar que são INESPERADOS uma quantia desta. Não está na hora do ministro baixar a bola? Abs. Cesar

  10. Nassif, suas respostas aos
    Nassif, suas respostas aos comentários grosseiros desse blog são ótimas, que humor o sr. têm, anda tendo aulas com o Zé Simão? Muito bom mesmo, “trocar de brasileiros” foi demais…Abraço!

  11. Moro no japao a 5 anos, para
    Moro no japao a 5 anos, para mim e pessimo esta valorizacao do real, mas vejo que o brasil realmente naum aprende mesmo, e incrivel Nassif, aqui no japao o Dolar varia muito pouco fica entre 115 e 120 yenes, isto pq o japao e economicamente estavel
    o empresario tem uma ideia clara de quanto o dolar vai estar daqui a 1 ano ou 2 ….ou seja consegue planejar naum tem supresas, no brasil uma econmia que ja conhecemos e que precisa e quer crescer e se estabilizar permiti uma variacao tao grande do dolar……isto afeta qualquer empresario ….a supervalorizacao e ruim…concordo mas este sobe e desce louco em 5 anos ele foi de 4 reais a 1,90 ……ou seja caiu pela metade enquanto que o iene variou entre 112 e 120…..isto com certeza e o pior pois impede qualquer planejamento….e 5 anos para uma empresa e pouco….

    em tempo-Os produtos brasileiros nas lojas de produtos ficaram mais caros…
    eu estou comprndo mias produto japoneses…..imagino o resto do undo enquanto isto aqui na china a moeda deles continua igual……

  12. Nassif,

    Você realmente é
    Nassif,

    Você realmente é ótimo. Mas aquela, “trocar de brasileiros” foi impagável. Será que aquele comentarista enendeu?

    Um abraço.

  13. Antes do final de 2007 a
    Antes do final de 2007 a moeda brasileira estara sendo cotada como a mais alta do planeta. O Real estara na frente nao so do dolar, como tambem do Euro, da Libra Esterlina, do Franco Suico, etc. Como pode uma coisa absurda dessas ? Moro nos EUA e adquiri 5 apartmentos quando o dolar estava a 3.79. Estou aguardando q o dolar se desvalorize ao maximo e vende-los. Meu lucro sera mais de 300 %, sera isso ? Pobre Brasil…

  14. Sempre existiram jovens mais
    Sempre existiram jovens mais ou menos preparados. As condições de trabalho é que pioraram substancialmente para todos.

  15. Nassif, concordo plenamente
    Nassif, concordo plenamente com o senhor referente aos seus argumentos, um mercado mais competitivo e justo seria manter o dolar num patamar de R$2.50 a R$3,00 fixado o qual, estrategia similar utilizada pela Argentina. Assim o mercado seria mais equilibrado, reerguendo setores como de calcados e texteis ou mesmo implantando sobretaxa ou seja, barreiras comerciais para defender o mercado interno contra produtos estrangeiros sobretudo chineses. Na minha opiniao seria uma forca eletromotriz para o desenvolvimento, ma ja e outra historia. Minha expectativa que os investimentos continuam solido, recentemente a midia espanhola referiu que o pais e um paraiso para investimentos atribuindo bons elogios.

  16. caro nassif !!!
    estamos todos
    caro nassif !!!
    estamos todos os empresarios completamente engessados e esperando a morte chegar lenta e dolorosa , se eu tenho uma industria , e preciso contratar um executivo , eu procuro um que tenha doutorado , mba , e cositas mas, pq pra se adminsitrar algo tem que se ter competencia e estudo , correto? e como um povo porco como o brasileiro elege um analfabeto pra governar um pais?só nesse pais de %!@$&@#que se elege um analfabeto fanfarrão pra ser presidente!! estou pra morrer!! grande abraço!!

  17. Boa tarde e parabéns pela
    Boa tarde e parabéns pela matéria.
    Palestra sob temas capitais para a definição do futuro do País sendo apresentada pelo Sr. Palloci beira a insensatez ao teatro do absurdo.
    Já a defesa de lugares comuns e de cliches apregoados por representantes do governo e de parcela dos agentes do mercado , sem que haja plateia capacitada a produzir o contraditório, somente confere uma falsa veracidade as interpretações de que vivemos o melhor momento da história do Brasil.
    Vamos seguir o chamamento do Senador Pedro Simon, feito em recente pronunciamento no Senado: reverberar novas idéias sobre programa de renovação e lançamento do Brasil na ‘sociedade do conhecimento’. Vamos sair das tocas e do conforto do silêncio contemplativo, alienante e de um certo conluio , por omissão.
    Abraços,
    Idaulo

  18. É o Silas foi duro no
    É o Silas foi duro no comentário lá embaixo …

    Eu como também estudo e trabalho bastante e estou no setor com forte concorrência internacional … Vou assim que puder cair fora e morar no exterior … ganhar em dolares, euros, libras ou sei lá o que …

    Eu não vou ficar assistindo meu setor sendo destruído pelos indianos, chineses e afins .. Porque se você pode estudar, se formar, se profissionalizar eles lá também podem. E eles provavelmente aceitarão trabalhar por 10 dolares ou menos ao dia… Como eu não aceito isso vou para um lugar que se tenha a noção de que é importante preservar o seu mercado e seus profissionais e que saibam que o mundo está interligado e que hoje não estamos disputando a vaga de emprego com nosso colega da faculdade e sim com um cara do outro lado do mundo…

    Esse papo de competividade já encheu o saco … Vamos competir como com engenheiros e técnicos formados com a mesma qualidade e técnica que a gente, e que tem acesso a qualquer informação pela internet só que aceitam ganhar 10 dólares por dia.

    Na Índia quando o cara consegue emprego em uma multinacional é comum o mesmo ficar andando com o crachá da empresa pelas ruas como prova de status … Só o fato de ele ter emprego já é ótimo o salário pouco importa..

    E pra nós Brasileiros, vamos nos importar com nossos empregos e salários… ou vamos todos viver de cortar cana e aceitar ganhar meia dúzia de dólares por mês???

  19. Depois de uma feliz
    Depois de uma feliz lua-de-mel em Paris, o jovem e deslumbrado casal de noivos brasileiros, descobrirá, no retorno pra casa, que terão de ir morar na casa dos pais, pois estarão todos desempregados. O pior é que, muitos acham que o real valorizado prejudica apenas o setor industrial, mas isso não é verdade. O setor agropecuário está indo para as cucuias. Que diria o PTzinho dizendo que o Gustavo Franco ia quebrar o pais, que iam nos transformar num cemitérios de fábricas, hein? Povo brasileiro, em breve, a lua-de-mel chegará ao fim, com gosto de lua-de-fel e aquela sensação, bastante conhecida nossa, de dejà vieu.

  20. Nem precisa ter mestrado em
    Nem precisa ter mestrado em econômia (como é o caso de tantos, que fazem previsões totalmente equivocadas), para se prever que essa política econômica e cambial, é DESASTROSA para a estabilidade e desenvolvimento do país.

  21. A opinião do Nassif, é
    A opinião do Nassif, é semelhar à minha. Só que a minha percepção de uma política econômica dirigida por gente incapaz, já vem de algum tempo atrás. Daqui para a frente, o desastre para a economia do país, provocado por uma política econômica implementada por gente que nem serviria para adimistrar uma quitanda, ficará cada vez mais evidente.

  22. Ok Nassif, mas ainda vc
    Ok Nassif, mas ainda vc limitou-se a criticar…
    Se é inevitável, talvez devessemos ler e escutar novas idéias de aplicação prática, pois me parece “não tenha convicção” que a lógica é baixar mais ainda…
    Abraços

    Gerson Medeiros – empresário brasileiro, que tem fé no EMPRESÁRIO BRASILEIRO

  23. Lá no site da folha-online
    Lá no site da folha-online notinha interessante: o déficit fiscal dos EUA caiu violentamente (projeção de menos de us$ 200 bi no ano fiscal). Não será surpresa se o mesmo acontecer com o déficit comercial deles.
    Outros leitores do blog já postaram isso aqui, mas essa história do real forte parece estratégia dos EUA para ajustar sua economia em cima dos otários como nós. Montanhas e montanhas de dólares de reservas no 3o mundo que estão micando, devagarinho, devagarinho.
    WM

  24. Trabalho para uma empresa que
    Trabalho para uma empresa que presta serviços para Portugal. Já calculamos que mesmo que o euro baixe a R$2, nossos preços são competitivos. Isto significa um dólar de ~R$1,50. E Portugal nem é dos países mais caros da UE.

  25. Você tem razão, a destruição
    Você tem razão, a destruição das empresas que agregam mais valor é maior do que se pode ver na mídia em geral.
    Acompanho isso no meu trabalho. Existe um grupo excelente de universitários formados em escolas de ponta que estão aceitando cargos que seriam considerados impensáveis há poucos anos.
    Como o número de empregos qualificados não cresce, a linha d’ água nas corporações já está na faixa dos 40 anos. Depois disso, o profissional, no auge da sua maturidade e ainda com bastante energia, vai viver de bicos.
    Estamos terceirizando até suporte de TI para a Argentina, quando o Brasil tem tudo para ser um grande provedor mundial na área, como a Índia.

  26. A FIAT está voltando a
    A FIAT está voltando a produzir em Córdoba porque não consegue acompanhar o crescimente da demanda no Brasil, não porque o dólar está baixo.

  27. O Bacen não errou. É um
    O Bacen não errou. É um absurdo intencional, mesmo! Os banqueiros riem…
    O Lula não interfere com medo de lhe pesar o ônus de um erro. Espera que daqui a um ano o câmbio reverta. Conta com a Rodada de Doha para isso, mas vai ter que ceder MUITO na área de indústria e serviços. Caminhamos para a ‘mexicanização’, com dólar alto no fim do atual mandato. Nada bom…

  28. Nassif,não entendo a sua
    Nassif,não entendo a sua “implicancia contra o ex-ministro e atual deputado Antonio Palocci.Queira você aceitar ou não,ele foi o responsável,por tirar o país do “atoleiro”em que estávamos,após 8 anos de estagnação(porem com o cambio em órdem,responderia você)e pela reentrada do Brasil,no rol dos países sérios.Ontem naquele encontro de economistas,na Tendencias Consultoria,ele “esbanjou”sabedoria,e deixou-nos saudades.Aceito sua ironia com relação ao mesmo,porem não reconhecer nele algum valor,e creditar ao mesmo o descalabro do cambio,e a valorização do real,é demais!Quanto ao leitor que fala em pizza à Palocci,ora meu caro!as urnas não mentem jamais,e quem o elevou à categoria de impunidade foi a Constituição do Brasil,e os milhares de eleitores que sufragaram seu nome na última eleição.

  29. Prezados,

    sou um exemplo de
    Prezados,

    sou um exemplo de quem estudou sempre em escola e universidade publicas, para receber o grau de engenheiro eletronico pelo CEFET-PR. Abandonei o mestrado no Brasil para trabalhar de caminhoneiro nos EUA, pois nao existe oferta de trabalho para mao de obra qualificada no Brasil. Estou investindo todos meus dolares no Brasil tb, pois final de ano, com dolar 1 x 1 com o real, eu receberei meu investimento quase em dobro, Que beleza, tomara que continue assim com esses asnos dirigindo a economia brasileira. Gostaria de divulgar o partido virtual revolucionario brasileiro http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=31708071 que esta no orkut. Cada membro eh um voto, ajude a transformar um partido virtual em um partido real, vamos resgatar nosso pais da mao desses sequestradores que estao em Brasilia. Abraco a todos

  30. Nassif escreveu:
    “NO meu
    Nassif escreveu:
    “NO meu tempo, filho de charreteiro tinha mais facilidades para se formar do que agora. ”

    Deixa eu adivinhar — voce esta se baseando no exemplo de um filho de charreteiro que voce conhece…

    Caro Nassif, a realidade nesse tal de Brasil e que houve um imensa democratizacao do acesso a universidade, assim demonstrado pelo aumento no numero de jovens com um diploma.

  31. Existem dois Antonios
    Existem dois Antonios Almeidas no blog. Eu sou aquele que acha esta taxa absurda e que está levando a uma evasão de empregos para outros países.

  32. Essa história de “não me
    Essa história de “não me agrada” ou “estou convicto” me lembra uma piada velha em que um grupo de náufragos vai para numa ilha com uma lata de comida em conserva fechada. Vão discutir como a brir a lata e entre eles está um economista que começa com “suponhamos que temos um abridor…”. É assim, economia não é ciência exata, é humana. Às vezes até penso que é religião. Qual é a diferença entre o Palocci dizer “não me agrada” e um pentecostal dizer “não gosto” frente a um pai de santo?

  33. Nassif,

    Acho que so vou
    Nassif,

    Acho que so vou deixar de morar com meus pais quando eles morrerem.
    No exterior até lavador de prato e pedreiro ganham o suficiente para dividir um apto. em bairro de classe média… Aqui moramos com os pais.
    Mas segundo o Guido Mantega e Cia. Os tempos mudaram, precisamos agregar mais qualidade no produto…

  34. Eu tenho formação superior,
    Eu tenho formação superior, ganho salário de técnico, e não reclamo, não. Moro sozinho, pago minhas contas e ainda consigo guardar algum tostão que tá aumentando aos pouquinhos.

    Eu sei buscar informação, sei economizar meu dinheiro e, pasmem, dou até dicas de investimento pros meus chefes que trocam de notebook e celular todos os meses.

    Será que nosso problema é o brasileiro? Será que o problema é o mercado saturado de universitários? Seria talvez o mercado como uma panela de pressão prestes a explodir?

    Eu acredito que é a ganância, o consumismo, que está nos estragando aos pouquinhos.

    Pra que ir pra fora ganhar em euros? Qualidade de vida ou apenas um salário mais gordo? Acredito mais na segunda hipotese. Ganhar mais pra gastar mais. O círculo vicioso mais comum do momento. Pode olhar pro lado, se não quiser olhar pra você mesmo, e comprove o que estou dizendo.

    Quem quer viver, vive e sabe viver. Agora, quem foge da raia tem outro nome, COVARDE.

    Estarei aqui quando o país precisar do meu voto. E cada vez mais preparado e bem informado para tomar as decisões certas.

    Um abraço!

  35. Tenho 3 filhas(15, 17 e 21
    Tenho 3 filhas(15, 17 e 21 anos), com a reeleição do sr. Lula a primeira coisas que fiz foi pedir a cidadania austriaca a que elas tem direito por parte de mãe. Essa situação do emprego/cambio vc vem falando faz tempo e alem disso se D. Marisa, esposa do Lula, conseguiu cidadania italiana para ela e os filhos é sinal de que as coisas realmente não vão bem. Já eu, como um bom descendente de espanhois, prefiro ficar aqui e lutar.

  36. Esse último parágrafo do seu
    Esse último parágrafo do seu texto é sensacional e acerta na mosca o pensamento das classes médias e das elites financeiras do Brasil. Para grande parte deles, não podemos generalizar, o mais importante é isso mesmo, a viagem para Miami mais barata, o vinho francês mais barato, etc. O pior é que existe uma imprensa que apoia e ainda estimula esse pensamento. Pobre Brasil…

  37. No momento o útimo refúgio
    No momento o útimo refúgio para aqueles que defedem a manutenção dos altos juros da Selic é a alegação de que uma forte queda dos juros da Selic poderia provocar uma explosão na demanda via crédito.

    Mas lembro que na Política Monetária há outros instrumentos para conter a demanda, principalmente a derivada dos aumentos do créditos, como o aumento do compulssorio e/ou do IOF, álias estes instrumentos são bem mais eficiente que os juros elevados da Selic, pois permitem incentivar os investimentos na produção com juros mais baixos e um aumento da arrecadação com o IOF dos financiamentos destinados ao consumo.

  38. Creio que com a de falta de
    Creio que com a de falta de liquidez e de credibilidade afastada do cenário econômico o efeito dos juros da Selic sobre a economia é muito maior.

    O atual patamar do cambio reflete esta situação, é necessário ajustar o nivel de juros da Selic para torná-lo compátivel com os niveis de Reservas Cambiais, Superávit primário, dívida interna e externa, demanda e oferta e principalmente com os niveis dos juros internacionais e o risco Brasil.

  39. O que podemos fazer para
    O que podemos fazer para tentar mudar essa situacao, alem de tentar comprar produtos nacionais, ja que os mesmos estao somente sendo montados, lembrando a decada de 80?

  40. o que mais que me desespera
    o que mais que me desespera é o fato de que, para a nossa elite tanto faz que a economia seja financista ou que se apoie no desenvolvimento da industria… tanto faz se a nossa moeda, seja ela qual for pois desde que eu me lembre já tivemos varias, esteja desvalorizada frente ao dolar ou nao, se os juros estão nas alturas ou não, se a inflação esteja nas alturas ou não…..a impressao que eu tenho é a de que essa elite não perde nunca… essa é a verdade… outro dia eu li na isto é uma entrevista com a proprietaria daquela loja famosa, a daslu… o reporter quis saber como era os negocios numa época em que o brasil tinha uma inflação muito alta… e ela respondeu: não senti esse periodo em meus negocios, pois a nossa clientela continuava comprando normalmente… eu queria aprender esse feitiço, mas penso que a formula é para poucos…

  41. Pergunte a qualquer
    Pergunte a qualquer multinacional as características do trabalhador brasileiro, que ajudará a melhorar a estima que você possa ter pelo brasileiro.

  42. NASSIF, UMA PERGUNTA PARA
    NASSIF, UMA PERGUNTA PARA DIRIMIR DÚVIDAS, COM TODAS ESSAS OPERAÇÕES DA POLÍCIA FEDERAL COM O MAIOR SUCESSO, UMA PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR, PARA QUE SERVE AFINAL DE CONTAS A ABIN?

  43. Caro Luiz Nassif,
    Mais uma
    Caro Luiz Nassif,
    Mais uma vez brilham o seu conhecimento e a sua fundamentação sobre as questões econômicas – principalmente nessa celeuma do câmbio.É importante resssaltar também as suas advertências aos jornalistas/economistas portadores da síndrome da sabedoria econômica que nos matam de vergonha com aquelas análises tipo “espuma no vento”.

  44. Marina:
    “é o fato de que,
    Marina:
    “é o fato de que, para a nossa elite tanto faz que a economia seja financista ou que se apoie no desenvolvimento da industria…”

    Eu discordo. Conheco muitas familias que passaram de rico, para nobre e depois para pobre. Assim como conheco quem chegou adolescente no Brasil sem falar portugues, frequentou universidade publica enquanto morava na favela, e hoje ee profissional de sucesso…

  45. Exagero, caro Nassif,
    Exagero, caro Nassif, exagero!

    Por sinal, peguei, já em andamento, o nosso inefável Sardemberg entrevistando o Presidente da Associação dos fabricantes de calçados. O entrevistado me impressionou pela qualidade, hoje rara, do seu linguajar, além da serenidade e firmeza. Não pude sabwer o nome dele.

    O assunto, claro, foi a crise na sua área de atuação. Quem depende ou dependia fortemente de exportação está em maus lençóis ou sem lençóis.

    A empresa do entrevistado, a Vulcabrás, não depende muito da exportação, por isso está conseguindo se equilibrar.

    Sem queixas, declarou que o maior importador da Vulcabrás é a Argentina, onde a empresa está montando uma fábrica, pois lá os custos de produção são menores que os daqui, em vista do nosso câmbio desfavorável. Qual o próximo passo? Estão trocando de povo, e não é por causa do povo…

    Exagero, Nassif, exageeeeeeero.

    Abraço

  46. http://www.estadao.com.br/ult
    http://www.estadao.com.br/ultimas/economia/noticias/2007/jun/04/273.htm

    Sobre a reportagem hoje no portal do estadão onde Lauro Ramos afirma “Quem ganha salário mínimo não consome produto importado ou que concorre com importado”.

    Só para lembrar que ganha salário mínimo come pão e macarrão(trigo) as vezes carne e ovos(milho) e usa sapatos e roupa da China , vou parar por aqui só para não estender a lista, diria que tudo usa o dolar com referência direta como o trigo ou indiretamente como os ovos de galinha.

    Se não perder o emprego o ganho do salário mínimo é enorme.

  47. Nassif perguntou:
    “Pergunte a
    Nassif perguntou:
    “Pergunte a qualquer multinacional as características do trabalhador brasileiro, que ajudará a melhorar a estima que você possa ter pelo brasileiro.”

    Isso eh verdade, e pode ser comprovado nos EUA e Europa, onde os brasileiros que imigram sao “assimilados” mais rapidamente que outros latinos nos EUA e tem bastante sucesso no mercado de trabalho em Portugal, por exemplo.

  48. O dólar fechou em alta pelo
    O dólar fechou em alta pelo quarto dia seguido e encerrou a sexta-feira cotado a R$ 1,96, subindo 0,4% em relação a ontem. Na semana, a valorização acumulada foi de 2,96%.

    – – – –

    Agora que a manada já mudou de sentido, será que dá prá se concentrar no problema real, a taxa de juros dos bancos, e não a SELIC?

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