Sinalização do fim de incentivos nos EUA derruba bolsa

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – Os pronunciamentos de representantes do Federal Reserve – o Banco Central dos EUA (Estados Unidos) – quanto à proximidade do corte do pacote de incentivos no valor de US$ 85 bilhões derrubou a bolsa de valores brasileira, levou o índice de volta para a casa de 47 mil pontos, registrada recentemente. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) terminou a terça-feira (6) em queda de 2,09%, aos 47.421 pontos e com um volume negociado de R$ 6,454 bilhões. Com isso, o índice perdeu a valorização acumulada no mês e caiu 1,68%, enquanto a desvalorização registrada no ano é de 22,2%.

Embora uma série de indicadores econômicos tenham sido favoráveis – com destaque para a menor contração do PIB (Produto Interno Bruto) da Itália, o aumento dos pedidos da indústria na Alemanha e até mesmo alguns dados nos EUA, como o menor déficit comercial apurado pelo país em três anos –, o humor dos agentes sofreu um revés com os discursos de representantes da autoridade monetária norte-americana.

Segundo os analistas Bruno Piagentini e Marco Aurélio Barbosa, da corretora Coinvalores, os pronunciamentos “trouxeram à tona a discussão do fim ou da redução do programa de estímulos dos Estados Unidos”. Apesar de os presidentes do Federal Reserve de Dallas (Richard W. Fisher) e Atlanta (Dennis P. Lockhart) não terem peso na votação do colegiado, os pronunciamentos de ambos foram no sentido de reduzir os estímulos em setembro. Esse posicionamento ganhou força com as declarações do presidente do Federal Reserve de Chicago, Charles Evans, que tem poder de voto no colegiado e que, segundo os analistas, “veio no sentido de que o mercado pode ter alguma antecipação na redução de estímulos. Então, o nervosismo tem total relação com isso”.

Tensão continua

A cotação do dólar fechou em baixa de 0,04% no balcão, negociada a R$ 2,2990. Segundo informações do serviço Broadcast, da Agência Estado, o movimento de queda visto no exterior manteve a divisa norte-americana em baixa durante boa parte do dia no país, mas a tendência de alta no Brasil levou a moeda para perto da estabilidade. O Banco Central voltou a ficar de fora das negociações, mas declarações do presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, deram a entender que o Bacen está atento. De acordo com o Broadcast, Tombini falou, em evento fechado à imprensa, que o “BC pode realizar leilões de linha a qualquer tempo se achar necessário”, e que a “condução adequada da política monetária limitará a transmissão da desvalorização do câmbio para a inflação no horizonte relevante”.

Para os analistas da Coinvalores, a tensão vista na reta final do pregão de terça-feira deve se repetir nesta quarta-feira (7), devido aos discursos dos presidentes do Federal Reserve da Filadélfia, Charles I. Plosser, e da presidente do Federal Reserve de Cleveland, Sandra Pianalto. “Embora sejam membros não votantes, eles podem trazer volatilidade, principalmente no câmbio”, dizem Piagentini e Barbosa, ressaltando que o Banco Central continuará intervindo nas cotações para manter o patamar cambial.

Outro que fator deve influenciar os negócios é a agenda de balanços financeiros no Brasil, que começa a trazer empresas mais representativas. Entre os destaques do dia, estão AES Tietê e Vale, ambos após o fechamento do pregão.

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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