The Economist: o caso Pão de Açúcar

Atualizado às 14h43

http://www.economist.com/node/18929248

A revista THE ECONOMIST desta semana trata do caso Pão de Açucar-Carrefur, questionando a capacidade do Governo Brasileiro, especialmente do CADE em conter a cartelização de amplos setores comerciais e industriais no Brasil e defender os consumidores.

THE ECONOMIST está sendo ameno. Não só o Governo Brasileiro não contem a cartelização como a incentiva com emprestimos do BNDES, numa politica indefensavel e alucinada, conheciada como CAMPEÕES NACIONAIS.

Alguem na cupula do BNDES colocou na cabeça que quanto mais concentrado o capital, melhor para o Pais. Não há comprovação alguma na ciencia economica e nem na experiencia historica da justeza dessa tese. Aliás, a propria existencia de agencias para impedir a cartelização setorial é uma prova indicativa de que ao contrario do que acredita o BNDES, a concentração cada vez maior de amplos setores é danosa aos concumidores, aos formnecedores e ao fim, ao proprio sistema economico.

O BNDES vem dedicando imensos recursos, que não são infinitos e nem inegostaveis no seu caixa, para financiar esse tipo de operação. Despejou quase R$ 18 bilhões em um unico grupo de frigorificos que se fundiram, com evidentes prejuizos à pecuaria nacional e aos milhões de consumidres de carnes. Alem da espantosa frieza em concentrar volumes desse porte em um unico grupo de historia não muito antiga, o BNDES já perdeu algumas centenas de milhões na operação, pela desvalorização das ações em que investiu nesse grupo. Mas nada abala a frieza do BNDES. Continua impavido com sua politica de escolher de forma subjetiva meia duzia de eleitos para receber o despejo de dinheiro de seus cofres.

No caso Pão de Açucar a ação foi típica. O Banco, irresponsavelmente, anunciou o apoio financeiro ao grupo Pão de Açucar antes da operação ter seus contornos minimamente aprovados por todos os participantes. A impressão que passa é o Banco se presta a ser usado como instrumento de pressão contra o grupo “””adversário”” do CAMPEÃO NACIONAL escolhido. O BNDES usado por particulares como arma para favorecer um dos lados no negocio, quer dizer, o BNDES não só escolhe o CAMPEÃO NACIONAL como tambem escolhe o lado perdedor de um negocio de fusão, algo que não é e nunca foi seu papel, o BNDES não foi criado para ter um papel desagregador em batalahas estritamente privadas, que dizem respeito ao bolso de particulares e não aos interesses da Sociedade. O Sr.Abilio Diniz quer apenas fazer um bom negocio a custa de seu socio voluntario, pois foi ele quem escolhe o Grupo CASINO para ser seu socio, ninguem o obrigou. Feito o negocio, o Sr.Abilio Diniz vende parte de suas ações ao socio frances e colocou o dinheiro no bolso. Agora, sem tirar o dinheiro do bolso quer afastar o socio lá atrás escolhido para fazer outro negocio com outro grupo francês, numa engenhosa manobra visando desfazer o que fez antes com o outro socio.. É um negocio tipicamente particular, não há interesse nacinnal em jogo, o BNDES não tem nada que se meter nesse negocio, porque tem outras e grandes prioridades, a infra estrtutura do Pais necessita de varias vezes os recursos que o Banco tem e não cabe ao Banco desviar recursos para jogadas tipicas de natureza pessoal de operadores financeiros, não foi pensado e nem criado para esse papel.

Parece que está acendendo uma luz amarela sobre a furadissima tese dos CAMPEÕES NACIONAIS, escolhidos para ganhar na loteria do BNDES. Veremos se alguns holofotes se acendam sobre falsas genialidades que vão custar muito caro ao Pais.

Por Sanzio

No que se refere à fusão entre o Pão de Aucar e o Carrefour, a The Economist não está dizendo nenhuma novidade, meramente reproduz o que já foi publicado na mídia brasileira e exaustivamente discutido na blogosfera, como aqui.

Ao contrário do que o comentarista quer nos fazer crer, a matéria deixa claro que o CADE está de mãos atadas por causa das regras que o regulam, que o impedem de agir até que as fusões já sejam fatos consumados e, ainda assim, só permitem a imposição de condições e mesmo o desfazimento de fusões quando já é tarde demais. Daí o título da matéria “Too little, too late”.

Cita que, em 2004, o CADE ordenou à Nestlé a venda da Garoto, adquirida por ela em 2002. O caso foi parar na justiça, onde se encontra até hoje. Outro caso citado é a ameaça  recente do CADE de desfazer a compra da Sadia pela Perdigão, dizendo literalmente que “mesmo que o (órgão) regulador se agarre às suas armas, a empresa pode contestar judicialmente”.

Diz ainda a matéria que um projeto de lei de 2005 exigindo a pré-aprovação pelo CADE está congelado no Congresso.

Mas o mais interessante da matéria o comentarista omitiu: diz que as políticas anti-cartelização são muito frágeis, e que essa debilidade vem desde a década de 1990, com as privatizações feitas para aumentar a concorrência, mas que um estudo feito 15 anos depois mostrou que houve uma concentração na maior parte dos setores. (Antitrust policy has long been weak in Brazil. In the 1990s the country started opening its economy and privatising firms in order to increase competition. But a study in 2007 by Edmund Amann of the University of Manchester and Werner Baer of the University of Illinois found that 15 years later, the market share of the top four companies in most sectors had become even greater).

Por último, a crítica ao governo do PT, bem como o slogan tantas vezes repetido pelo comentarista  (Campeão Nacional), não parte da revista, e sim de um professor da Insper, Sérgio Lazzarini.

Luis Nassif

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