Após mostrar “parceria” com STF no caso Fake News, Aras pede a volta de Ramagem à Abin

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Após investida do procurador-geral da República para dissimular parcialidade, Augusto Aras pede a volta do nome de confiança de Jair Bolsonaro na ABIN

O presidente Jair Bolsonaro e o procurador-geral da República, Augusto Aras – Foto Adriano Machado/Reuters

Jornal GGN – Em mais uma investida do procurador-geral da República para dissimular a parcialidade de suas atuações em favor do presidente Jair Bolsonaro, Augusto Aras adotou duas medidas consecutivas: primeiro defendeu a legitimidade do inquérito da Fake News, depois pediu a volta de Alexandre Ramagem ao comando da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

A atitude controversa do PGR de supostamente querer atuar ao lado do Supremo Tribunal Federal (STF) na investigação da Fake News, que mira deputados e aliados bolsonaristas (leia mais aqui), ocorreu momentos antes de Aras entrar com uma outra manifestação na Suprema Corte, desta vez pedindo a volta do nome de confiança de Jair Bolsonaro na Diretoria-geral da Abin.

Em texto enviado ao Supremo, Aras justifica que o fato de Ramagem não ter podido ocupar a nomeação ao posto de diretor da Polícia Federal, ele deveria retornar ao seu cargo anterior, na Abin. Segundo o PGR, Alexandre Ramagem somente foi exonerado do órgão para ocupar o outro, o que lhe asseguraria legitimidade para voltar ao posto anterior.

“Os dois cargos são incompatíveis, de modo que o provimento de um imprescinde da exoneração no outro. (…) O fato é que a eficácia do ato de exoneração da Abin, intrinsecamente vinculada à nomeação à Polícia Federal, não ocorreu. O Decreto impugnado, ao reverter a exoneração antes realizada, devolveu a situação ao statu quo ante”, escreveu.

Ainda, Augusto Aras argumentou que não há necessidade de escolher outro diretor-geral da Abin e aguardar a aprovação do Senado.

“O ato de nomeação para o novo cargo e a exoneração do cargo anterior estavam previstos no mesmo decreto [de Jair Bolsonaro, presidente da República]. A inocorrência daquela inviabilizou o aperfeiçoamento desta, sendo desnecessária nova indicação e, por consequência, nova submissão do nome escolhido ao Senado”, apontou.

Ligado a família Bolsonaro, tendo amizade com os filhos do presidente, Ramagem coordenou a segurança pessoal do mandatário após sofrer a facada, em Juiz de Fora, durante a campanha presidencial de 2018. Ele foi pivô das acusações de que o presidente atuou para interferir politicamente, por interesses pessoais, na Polícia Federal, ao demitir o ex-diretor Maurício Valeixo, ligado a Sérgio Moro, e nomeá-lo em seu lugar.

 

Leia mais: A auto-imolação pública de Augusto Aras

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. Nassif: diga o que quiser, mas uma vaguinha no Çupremo até eu, que sou bobo, quero. E te digo mais, nem preciso de holerit. Só a togona já basta. Junto com as benesses do cargo e os presentes que pintam no pedaço. Botava vestimenta com dobrões dourados (18K) cunhados com águia bicéfala, burzeguins de cromo alemão com fivelas de prata, penduricalhos de seda chinesa. E pra incrementar, aquelas perucas dos magistrados do Século XVIII. Dizia pros assistentes capricharem nos julgados e mandava eloquência no plenário. Por isso, nem se espante tanto. ArrasEguas, a coisa é assim praquelas bandas. Bem faz o Ôme em tentar uma boquinha. Que mal tem ajudar um amigo? Até o TogaSuja já se aventurou…

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