Para evitar golpe na candidatura, Lula retira pedido de liberdade no Supremo

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O ex-presidente Lula decidiu, nesta segunda (6), recuar da ação que tramita no Supremo Tribunal Federal em busca de liberdade. Isto porque, há alguns dias, a imprensa vem noticiando que parte da Corte pode desferir um golpe na estratégia eleitoral do PT ao antecipar o debate sobre a situação de inelegibilidade de Lula, decorrente de condenação em segunda instância. A decisão foi anunciada à imprensa pelo pré-candidato a vice-presidente, Fernando Haddad (PT).

“Era um pedido de liberdade, mas a impressão que causou, por conta das declarações [veiculadas na imprensa], é que seria usado esse expediente, da liberdade, para julgar a inelegibilidade, que não constava no pedido” dos advogados. Para “não correr esse risco” de ver o STF minar a candidatura antes dos prazos normais, acrescentou Haddad, Lula está retirando o pedido hoje, “porque não troca a dignidade pela liberdade.”

Em entrevista concedida após encontro com Lula, na companhia da presidente do PT Gleisi Hoffmann, Haddad também informou que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região receberá um recurso para que Lula tenha o direito de participar das sabatinas e debates eleitorais agora que a convenção nacional do partido, no sábado (4), já homologou a chapa que disputará a Presidência.

Segundo Haddad, a partir do dia 15 de agosto, Lula estará registrado e mesmo a “candidatura sub judice goza de todas as prerrogativas de uma candidatura” normal e, por isso, até que a Justiça Eleitoral indefira o registro, ele tem direito a participar dos debates como qualquer outro postulante.

Na ação, o PT vai pedir que, caso Lula venha a ser impedido de participar dos debates, que os meios de comunicação possam aceitar um representante do candidato a presidente – que, no caso, será Haddad.
 
O ex-prefeito disse que o PT lutará para que Lula discuta pessoalmente as propostas com adversários eleitorais, mas afirma que, se isso não for possível, ele, na condição de coordenador do programa de governo, terá condições de representar o ex-presidente nos debates.
 
MANUELA
 
Haddad também disse na entrevista que Manuela D’Ávila (PCdoB) terá papel protagonista na campanha de Lula. “Amanhã vamos ter reunião com Manuela e nosso objetivo é preservar o capital político que ela acumulou esse tempo todo. Não queremos desprezar isso. Nós vamos rodar o País anunciando o plano de governo e preservando esse capital maravilhoso que ela acumulou.” 
 
CIRO
 
Sobre a formação de uma frente de esquerda ainda no primeiro turno, caso a candidatura de Lula seja indeferida, Haddad disse que isso acabou sendo prejudicado pelos novos prazos da Justiça Eleitoral, que obrigou a todos os partidos antecipar a definição das coligações.
 
“Os prazos das coligações está expirado. Foi o que entendi com essa nova moldura do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]. Fomos todos surpreendidos. Isso dificulta [uma aliança com PDT no primeiro turno]”, disse Haddad.
 
O candidato a vice ressaltou, contudo, que embora a esquerda não consiga compor uma única chapa que represente todo o campo progressista contra as candidatura de Henrique Meirelles (MDB) e Geraldo Alckmin (PSDB), “que representam a continuidade do governo Temer”, “nós vamos estar juntos sobretudo no segundo turno e no governo.”
 
“Nós temos consciência de que esse projeto não pode continuar”, finalizou.
 
REGISTRO NO DIA 15
 
A senadora Gleisi Hoffmann disse que Lula segue desafiando a Lava Jato a apresentar provas materiais de sua condenação. Ele está “esperando que Moro apresente as provas contra ele.  Se isso não acontecer, nós vamos registrá-lo no dia 15 [de agosto], que é o que ele quer”, comentou.
 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

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  1. Cara, torço que esta retirada

    Cara, torço que esta retirada do pedido funcione,mas temo que estes caboclos do stf faça alguma coisa mesmo assim. Mas em todo caso, acho corretíssima a atitude, pois se for pro plenário do stf não só vão manter a prisão mais que injusta do presidente, como vão impedi-lo de disputar a eleiçao. Agora, cá entre nós, que calhordice se isto acontecer. A corte suprema de um país atropelando todas as outras intâncias (stf, tse) pra impedir um candidato claramente condenado sem prova nenhuma, dsiparado nas pesquisas de disputar uma eleição. É o cúmulo do absurdo. Como já disse, é de dar azia em estômogao de abutre.

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