Executiva do PT apoia plebiscito e Constituinte exclusiva

Do O Globo

Executiva do PT decide apoiar plebiscito e Constituinte exclusiva mesmo após recuo do governo

Líder do PT diz que base aliada de Dilma precisa ser repaginada

José Guimarães reforça discurso do governo de que resultado do plebiscito é para valer em 2014

BRASÍLIA – Apesar de o partido estar dividido, a Executiva Nacional do PT, reunida nesta quinta-feira, decidiu apoiar não só a realização de um plebiscito imediato sobre reforma política, com validade para as próximas eleições, mas também a convocação de uma Constituinte exclusiva posterior, para aprofundar essa reforma. Mas o líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE), disse que a base aliada do governo Dilma precisa ser repaginada.

A Comissão Executiva Nacional do PT manifesta a defesa da imediata reforma política, com efeitos imediatos já para as eleições de 2014, e com resultados duradouros e estruturais definidos em uma Assembleia Constituinte Exclusiva sobre o tema da reforma política, cuja convocação propomos seja submetida à consulta popular em plebiscito”, afirma documento divulgado pelo partido. 

Na semana passada, o governo recuou da ideia de apresentar como alternativa de reforma política uma proposta de instalar uma Constituinte após críticas de juristas, mesmo depois de anunciada pela presidente Dilma Rousseff. 

Depois do encontro de hoje com o vice-presidente Michel Temer, Guimarães disse que os partidos já estão melhorando o relacionamento. O líder petista também reforçou o discurso de que o governo não desistiu do plebiscito em 2013, cujas regras sobre reforma política valeriam para 2014, mas admitiu que há dificuldades de colocar a proposta em prática.

Mais cedo, o vice-presidente Michel Temer disse que era impossível realizar a reforma a tempo de a proposta valer em 2014, mas, horas depois, recuou e manteve o discurso oficial do governo. 

O governo insiste que o melhor prazo para a realização do plebiscito é 2013 e para valer em 2014. Mas há muitas dificuldades. A reunião no Jaburu fez um acordo sobre um caminho para a Câmara e o Senado: a realização do plebiscito. Mas os líderes têm opiniões divergentes sobre a data disse Guimarães, acrescentando:

Temos que repaginar a base aliada do governo Dilma.

Apesar de toda a divisão na base aliada sobre a proposta do plebiscito e nas votações no Congresso, Guimarães disse que já está iniciando um “novo momento no relacionamento dos partidos da base” e que a relação entre PMDB e PT está “muito boa”.

Quem faz lambança é a oposição

O líder petista ainda rebateu declarações da oposição de que o governo fez “lambança” no caso plebiscito. 

Não tem quem faça mais lambança aqui do que a oposição atacou Guimarães, dizendo que a oposição não tem propostas e apenas defende a redução de ministérios.

Em nota, o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), criticou a oscilação nas afirmações de Temer.

É uma lambança federal. São anúncios e recuos numa velocidade extraordinária. Pelo visto, ninguém se entende no governo. Isso é o que dá o Palácio do Planalto se intrometer num assunto que é prerrogativa do Congresso. O Executivo precisa é cuidar do caos que se instalou na gestão pública, disse Rubens Bueno.

Luis Nassif

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