Faltam engenheiros no Brasil?

 

Nota do Brasil Debate

Estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) discute um possível cenário de falta de engenheiros, em face do aquecimento do mercado de trabalho, e mostra que:

i) os diferenciais dos salários dos engenheiros em relação às demais ocupações com ensino superior crescem até 2009 e, a partir desse ano, passam a cair, provavelmente refletindo a ampliação da oferta de novos engenheiros recém-formados;

ii) a oferta de engenheiros cresce a taxas bem acima (8,7% a.a.) daquelas do próprio PIB real (3,4% a.a. para valores anualizados de 2004 a 2010);

iii) apesar de o percentual de engenheiros exercendo a profissão ter aumentado de 29% em 2000 para 38% em 2009, esse percentual ainda é baixo se comparado ao observado em outras carreiras, como, por exemplo, a carreira médica, em que esse percentual é de 80%;

iv) a taxa de desemprego entre os engenheiros formados caiu de 4% em 2000 para 2% em 2010, uma taxa muito menor que a do resto da população (6,7% em 2010), mas deve-se considerar que a taxa de desemprego dos engenheiros é historicamente baixa.

Esses e outros indicadores estão sintetizados na tabela abaixo:

tabela engenheiros

Assim, contradizendo o senso comum, a evidência empírica não indica escassez generalizada de engenheiros: dadas as projeções de demanda por esses profissionais, só haveria escassez se o Brasil crescesse em padrões indianos ou chineses na década de 2011-2020.

Porém há um hiato geracional, que coincide com a desvalorização das engenharias nas décadas de 1980 e de 1990, o que restringe a oferta de engenheiros em meio de carreira hoje, para postos de gerência e de liderança.

Mas o bom desempenho da economia brasileira recolocou em alta as engenharias, a ponto de, em 2011, o número de ingressos em cursos dessas áreas superar, pela primeira vez, o de ingressos em cursos de direito.

O estudo também aponta que pode haver déficit em competências específicas dentro da engenharia, déficit em regiões localizadas e ainda aponta questões quanto à qualidade do ensino da engenharia no País.

É importante, portanto, levar em consideração tais evidências empíricas no debate político e para a elaboração de políticas públicas no País.

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Redação

26 Comentários

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  1. Esclarecedora a reportagem!

    Talvez poderia ter uma análise por Estados, pois em SP conheço alguns formados em engenharia que não conseguiram exercer a profissão de “engenheiro”. 

  2. Pesquisa X Realidade

       Pesquisas, mesmo que bem feitas, podem não representar a realidade, pois academicismo não “paga conta” ( só dos pesquisadores ), tanto que a FINEP, orgão do governo como o IPEA, já abordou o tema de outra forma, disponivel em: http://www.finep.gov.br/imprensa/educacao/edicao6/inovacao_em_pauta_6_educacao.pdf

        Já para os que como eu, ignorante, não-academico, prefiro exposições reais sobre o tema,  como exemplo, sito: blogdaengenharia.com/entendendo-a-falta-de-engenheiros-mercado/

  3. Falta engenheiro de qualidade.

    Falta engenheiro de qualidade. Apesar do aumento da quantidade de engenheiros no geral, muitos formandos vem de escolas que estão mais preocupadas no valor das mensalidade do que na qualidade dos cursos. Ou seja, solta mais técnicos com diplomas de engenheiros que engenheiros de verdade.

    1. Não vou concordar!

      Caro Marcos, eu não vou concordar com esta tua afirmação. Lecionei como professor numa escola de engenharia que está ranqueada entre as cinco melhores do Brasil durante 36 anos e continuo lecionando agora como professor convidado (sem ganhar nada), e posso dizer que faltam melhores empresas públicas e privadas para receber estes engenheiros recém-formados.

      A engenharia a mais 50 anos que continua a ser um curso de cinco anos, e com todo o desenvolvimento tecnológico que ocorreu neste meio século as empresas públicas e privadas querem que saiam dos bancos escolares engenheiros 100% operacionais em qualquer área da engenharia, civil, mecânica, elétrica e outras se ocupando de projetos sofisticados e em qualquer assunto.

      Um engenheiro civil, área que conheço bem, sai legalmente habilitado para trabalhar em recursos hídricos e saneamento ambiental, em sistemas de transporte de todos os tipos, em construção civil, em cálculo estrutural, em solos e geotécnica, e mais outras áreas que nem vou mencionar. Como sou de uma família de engenheiros (meu pai se formou em 1945) sei como era no passado e como é no presente.

      Até a década de 70 os engenheiros que saíam de uma escola de engenharia iam para uma empresa qualquer e havia nesta empresa uma hierarquia onde engenheiros mais antigos e com muita prática acumulada chefiavam os demais, isto ocorria tanto nas “repartições” como nas grandes empresas privadas. Com o tempo o engenheiro ia adquirindo experiência e tomando a si decisões mais importantes e executando projetos mais sofisticados, hoje com todos os processos de reengenharia, aumento de produtividade, de eficiência em gestão e terceirização se eliminou a figura tanto do engenheiro chefe nas empresas privadas (é caro) e não se criou um quadro funcional nas empresas públicas.

      Como um paliativo disto tudo se criou os cursos de mestrado e doutorado, onde teoricamente estes engenheiros se especializariam em determinado assunto, entretanto os cursos de Mestrado e Doutorado são avaliados pela CAPES principalmente por dois requisitos, o tempo de formação de um mestre e um doutor e pela qualidade das suas publicações científicas em termos internacionais.

      Ótimo, né. Ótimo uma pinóia, para que uma publicação seja aceita numa revista internacional ela deve ser inédita, e para que haja este ineditismo o assunto deverá ser algo de ponta, e mais, para que este assunto seja de ponta, o aluno deverá se especializar pontualmente o mais rápido possível. Num curso de mestrado o aluno tem dois anos para concluir o seu curso, se ele demorar um ano para fazer a sua dissertação sobra para ele estudar somente um ano. Contando num primeiro semestre disciplinas básicas (mas já especializadas) sobra sei meses para ele já começar a estudar assuntos mais pontuais ainda para a sua dissertação.

      Em resumo, tanto os cursos de mestrado como os de doutorado não servem para criar um engenheiro operacional em áreas amplas, ele será um especialista dentro de uma especialidade.

      Nossos engenheiros saem das escolas de engenharia como um generalista sai de uma escola de medicina, com uma pequena diferença, em nenhum lugar se exige que um médico recém-formado faça uma cirurgia cardíaca!

      Poder-se-ia desdobrar os cursos de engenharia em especialidades, porém como o mercado é volátil o aluno que escolhesse mal a especialidade da especialidade teria uma empregabilidade limitada a poucos locais. Não somos uma França ou uma Alemanha onde a mobilidade horizontal é extremamente restrita, mas os postos de trabalho são garantidos para estes especialistas.

      Frases impensadas como a tua, refletem mais um desconhecimento do ensino e do que se chama um Engenheiro de Verdade, os engenheiros formados por nossas escolas, públicos ou privados, salvo algumas exceções são Engenheiros de Verdade e não técnicos como insinuaste. Se eu adotasse o teu critério de crítica diria que tu não és um comentarista de verdade, mas sim um aspirante a comentarista que talvez daqui a quinze anos se torne um verdadeiro comentarista.

      Agora se queres fazer uma crítica de verdade, verifique como trabalham as empresas de engenharia em geral e quem investe na qualificação dos engenheiros ao longo de sua carreira.

  4. Comparações

    É simples. O Brasil é um dos países com maior número de advogados do mundo. quando alguém se forma advogado presta concurso, para delegado, ganha 8 mil por mês, se for para juiz, são 25 mil por mês, e não tem idade, além do estágio para direito ser conseguido facilmente num tribunal de justiça.

    A pessoa se forma engenheiro e tem de medingar estágio junto à iniciativa privada, aí tem limite de idade, após os 30 anos fica dificil, as ofertas de emprego no setor público são poucas ( em comparação à vagas no judiciário), e engenheiros com mais idade após os 50 anos, não são aceitos em geral no mercado de trabalho, ao contrário do que acontece com um juiz, promotor, delegado, que pode prestar concurso até os 70 anos.

    Poderia citar uma infinidade de itens a mais, como o valor da mensalidade de engenharia ser bem  maior do que outros cursos como direito, a dificuldade das exatas exigir mais tempo livre para estudo do que outras áreas, mas a verdade é que engenharia assim como a medicina são profissões que requerem alto investimento de tempo e dinheiro, e se não houver uma certeza razoável de retorno, muitos preferem migrar para outras carreiras nas quais o retorno financeiro é mais garantido, mesmo com mais idade.

  5. Faltariam engenheiros em BH?

    Em BH caiu um viaduto gigantesco.

    Não me lembro de ter lido ou ouvido algum pronunciamento do CREA a respeito de tamanha catástrofe, que joga a seriedade que deveria fazer parte de uma obra pública no lixo.

    Passados poucos meses, o assunto caiu no abismo do silêncio. Ninguém ouviu contar se o custo da obra (5 milhões?) foi devolvido à prefeitura e se as correspondentes indenizações haviam sido pagas. Também não fiquei sabendo se o custo da remoção das toneladas de entulho resultantes foi arcado pela Cowan, construtora do monstrengo desabado.

    Pois então, mais recentemente saiu na imprensa que a contratante do viaduto – a Prefeitura de BH – estaria estudando a possibilidade de fazer no local uma trincheira, em substituição ao viaduto.

    A meu ver o CREA deveria exigir, se fosse o caso até judicialmente, que o viaduto fosse refeito, dessa vez com obediência a todas as normas de segurança que deveriam ser rotina em obras daquele tamanho. E mais: sem nenhum custo adicional para a Prefeitura  (o contribuinte).

    A pergunta: faltou engenheiro na obra do viaduto que desabou?

    Foto: Clayton de Souza/ Estadão

    Foto de

    http://agenciat1.com.br/viaduto-que-caiu-em-bh-tinha-so-10-do-aco-necessario/

     

    1. Não é função do CREA.

      Caro Antonio.

      Certamente faltou engenheiro, por um motivo EXTREMAMENTE simples, fazer uma obra que fica em pé ou que cai o custo é o mesmo! Ninguém EM LUGAR NENHUM do mundo economiza em cimento e ferro para ganhar mais dinheiro, tem algumas desonrosas exceções, como aquele edifício no Rio de Janeiro que utilizaram areia imprópria para o concreto (economia).

      Quanto ao CREA a função do mesmo é extremamente limitada, e os CREAS regionais que se metem a periciar alguma obra simplesmente seus presidentes quase são presos. Estas visitas que enxergas na TV de uma comissão do CREA indo depois de algum acidente são um jogo para a torcida.

      Uma perícia técnica sobre eventos deste tipo é longa, difícil e onerosa. Sendo necessário a contratação de peritos, realização de ensaios e mais uma série de estudos complementares, os CREAS quando solicitados pelo agente público dono da obra, pode constituir uma equipe de profissionais que emitirão um PARECER não uma PERÍCIA.

      Agora quanto a catástrofe de BH esta queda do viaduto em relação a outro acidente ocorrido em BH, a queda do pavilhão da Gameleira, é café pequeno, porém como no caso da Gameleira estavam envolvidas pessoas dos mais diversos matizes políticos ficou tudo para lá e as dezenas famílias de operários que perderam a vida no desastra não receberam indenização até hoje.

  6. Mais uma pesquisa que não

    Mais uma pesquisa que não leva em conta o principal fator, as características do trabalho do engenheiro!

    Para se determinar com cuidado se falta ou não engenheiros no Brasil tinha-se que examinar com mais cuidado o que acontece com o produto final do trabalho do engenheiro, principalmente o que ocorre nos dias atuais nas obras públicas de de engenharia.

    O serviço público paga extremamente pouco as profissões das áreas técnicas vinculadas a engenharia, e isto se reflete assim como empresas privadas que “economizam” na não contratação de profissionais no imenso custo social que isto implica. Bilhões de reais são postos fora todos os anos pelo poder público pela falta de engenheiros e de estruturação correta da profissão, porém ninguém nota isto.

    Se verificarem nas obras públicas a quantidade de problemas que ocorrem na qualidade final dessas ou mesmo no custo por projetos, fiscalização e execução deficientes, verão que o que se atribui em muitos casos a desvio de dinheiro ou superfaturamento é simplesmente o resultado de obras mal concebidas sem a devida engenharia de projeto.

    Diferentemente dos médicos que quando ganham pouco no serviço público geralmente não trabalham e fazem um verdadeiro mimimi, os engenheiros simplesmente abandonam estas carreiras e não ficam chorando as pitangas por remunerações maiores por serviços mal executados, eles procuram outro serviço, não outra boquinha. Há um mercado de emprego paralelo que absorve a mão de obra dos engenheiros, o sistema financeiro é um deles, mas também poderíamos falar em outros.

    Se a taxa de engenheiros que não exercem engenharia é muito maior do que a dos médicos é simplesmente porque os engenheiros podem trabalhar em outras funções que os médicos não conseguem. Normalmente não se vê um médico trabalhando na diretoria de uma instituição financeira, não porque os médicos não queiram, simplesmente porque não tem capacitação técnica para tanto.

    Outra coisa é a pressão social aliada à incapacidade técnica da imprensa e de órgãos de controle em fiscalizar o serviço de engenharia. Falar que faltam médicos em unidades de saúde básica é simples, se entra numa delas e se conta o número de pacientes e o número de médicos, é uma conta simples que qualquer jornalista, político ou ONG de controle do uso do dinheiro público consegue fazer,e a partir desta continha simples dizem, estão faltando médicos.

    Agora olhar uma obra de engenharia e verificar que o anteprojeto ou mesmo o estudo de viabilidade econômica estava com erros básicos não é para qualquer um. Os Tribunais de Contas (estaduais e federal) estão pagando mico violentos a cada anúncio do tipo:

    “Em duzentas e cinquenta obras do ministério tal foram verificados indícios de superfaturamento!”

    Depois destas afirmações bombásticas há um enorme hiato e alguns anos depois se descobre que das duzentas e cinquenta obras, duas ou três se demonstrou o superfaturamento, o resto era justificado por um projeto inadequado que simplesmente esqueceu que algo insignificante com a topografia estava virada ao contrário (eu conheço um caso destes, onde os reservatórios enterrados de uma estação de tratamento vivaram reservatórios elevados!).

    Apesar desses tribunais possuírem corpos técnicos, engenheiros, arquitetos, economistas e advogados, muito bem pagos, recém saídos dos bancos escolares, sem a mínima experiência e que dedicaram parte de sua vida estudando para fazer concurso, estes corpos técnicos não conseguem provar o suposto superfaturamento, pois eles se baseiam geralmente me planilhas não aplicadas ao caso, no desconhecimento das características dos projetos e realidade na hora de construir e outras.

    Se tivéssemos uma fiscalização eficiente não na hora do fim das obras mas sim já nos editais ou nos projetos, estas denúncias de superfaturamento e outros desvios diminuiria em muito, e com elas se economizaria muito dinheiro.

    Nas empresas particulares o cenário é mais ou menos o mesmo, vários empresários que começaram um empreendimento pequeno ou médio em termos internacionais, pela total falta de investimento em pesquisa e desenvolvimento acham mais fácil vender a sua empresa para a primeira transnacional, que oferece algo, do que ter que vender a sua BMW para investir em sua empresa.

    Esta tabelinha do IPEA simplesmente me irrita, parece igual a um raciocínio de verificação do aumento do preço do TOMATE, e não vou dizer o que gostaria fazer com ela que teria que ser indelicado aos profissionais, mas quem quiser preencha os pontinhos.

      1. Já passamos das eleições!!!

        Caro Flics, continuar a atribuir a FHC todos os males do país é injusto e, além disso, inexato. O desmonte da engenharia que tínhamos até a década de 70 não foi responsabilidade somente de FHC, ele pode até ter contribuído em muito para isto, porém os governos do PT não fizeram nada para melhorar.

        O desmonte da engenharia foi causado principalmente no setor público por Collor de Melo e no setor privado pelos métodos de gestão de pessoal que procurou passar para os profissionais toda a responsabilidade do seu próprio treinamento. Ou seja, a terceirização, a responsabilidade de treinamento com recursos próprios e a falta de trabalho, causou o sucateamento da engenharia. E o mais notável de tudo é que isto se tornou uma tendência universal.

        Agora cabe ao engenheiro procurar a sua própria formação pagando do seu bolso cursos que não são baratos e assistirem estes cursos ou à noite ou nos fins de semana. O comprometimento do capital (hoje em dia chamado empresários) com a formação é nula, somente algumas grandes empresas como a Petrobrás, por exemplo, bancam a formação continuada de seus colaboradores (hoje em dia não se chama mais empregados), com isto não há pela parte do profissional também o mínimo comprometimento com as empresas, quando ele se sente seguro ele sai e se torna mais um novo “empreendedor”, isto a luz dos teóricos da modernidade é sinal de evolução da sociedade, porém à luz da ciência da engenharia é um grande problema. Não há mais QUADROS TÉCNICOS que dedicavam uma vida a uma empresa, se eles quiserem subir eles terão que passar para a parte comercial, ou marketing ou outras destas BOSTAS que mais importa se fazer um MBA numa escola de administração do que se aprofundar na técnica de projeto e produção.

        Umas das principais razões do crescimento sustentado na China é a importância que os chineses dão a engenharia e aos engenheiros, se o caminho continuar o mesmo, daqui a uns vinte anos haverá um país que inovará e produzirá e os outros farão propaganda, gerência de vendas e marketing dos produtos desenvolvidos e construídos pelos chineses, com uma pequena observação, quem determinará o preço dos produtos e quando se paga pelo marketing e outras perfumarias serão os proprietários.

    1. Se TCU não fizer estes

      Se TCU não fizer estes anuncios, vamos começas a questionar para que serve o TCU.

      Quantos aos engenheiros sou um “exemplo”, com a a pouca valorização da categoria, fui ganhar dirnheiro em outra area.  

    2. Se TCU não fizer estes

      Se TCU não fizer estes anuncios, vamos começas a questionar para que serve o TCU.

      Quantos aos engenheiros sou um “exemplo”, com a a pouca valorização da categoria, fui ganhar dirnheiro em outra area.  

  7. Vendendo pasteis na feira

    Certa vez quando estudava em um colegio técnico, no qual vários engenheiros davam aulas de auto cad, eletro eletronica e muito mais descobri que um senhor, que vendia salgadinhos na cantina da escola era engenheiro, mas não atuava mais na área porque o “mercado” não aceitava mais pessoas de “idade”, pois ele tinha mais de 50 anos.

    Me preguntei se acharia um médico vendendo salgadinhos em alguma cantina ( há médicos que chegam a ganhar mais de 90 mil por mês em seus consultórios), ou um ex juiz, ex promotor, em tais empregos. Até hoje não achei, e acredito que a profissão de engenheiro seja mais ou menos como a de jogaro de futebol, que após uma certa idade acaba sofrendo preconceito do mercado, o que não acontece com médicos e juízes.

    1. É um dos problemas dos desempregados de longa duração.

      Zé, na França tem todo um tratamento social do problema para a reinserção dos chamados desempregados de longa duração, não é simples o problema mas existe solução para o mesmo, porém esta solução passa por uma colaboração estado empresas no treinamento deste tipo de situação.

      Estes profissionais precisam cursos de formação específica, nada que ainda exista no Brasil, mas que facilmente poderia ser feito pelo SESC, Senai, SEBRAE e outros (como universidades). Porém só fazer cursos não leva a nada, estes cursos deveriam ser feitos com o profissional trabalhando de forma subsidiada nas empresas privadas e públicas, principalmente para criar vínculos de empregabilidade entre o profissional e a empresa.

      1. Exatamente

        Exatamente, Sr. Maestri, o engenheiro se tornou um “free lancer”. Uma profissão de alta responsabilidade como a engenharia, não possui planos de carreiras na maioria das empresas ou órgãos públicos, quando eles precisam de um engenheiro, põe um anúncio no jornal, acaha um profissonal, contrata por tempo limitado, até acabar a obra e depois dispensa.

        Os cursos de aperfeiçoamento, formação e tudo o mais, bem como a continuidade em idade mais senior do profissional, ficam por conta do profissional.

        Quando o profissional não acha colocação no mercado, seja porque a economia oscila, ou porque está de “idade”, acaba montando uma barraca de pastel na feira, e todos os anos de estudo dele são perdidos, enquanto os jornais noticiam que “faltam” engenheiros no país, quando na verdade há um mal aproveitamento dos recursos humanos existentes. Por fim os engenheiros que são realmente competentes acabam migrando para outras áreas mais seguras, como o setor financeiro, se tornando gerentes e diretores de bancos, e muitos dos que teriam vocação para se tornar engenheiros acabam nem cursando a carreira, já que há incertezas eles migram direto para outros cursos como administração, medicina, direito, etc.

        E o pior é que enquanto o Brasil não estruturar este setor, não vai sair do atoleiro em que patina de baixos crescimentos de PIB, que desde décadas nos perseguem. É só compararmos os crescimentos de PIB das décadas de 70 e anteriores e depois dos anos 90, após o setor ter sido “tercerizado”. 

         

         

  8. Ontem mesmo escrevi no meu

    Ontem mesmo escrevi no meu face sobre duas conversas seguidas que ouvi dentro do ônibus circular da USP.  Eram alunos da Poli falando de suas carreiras e estágio. E tudo se resumia nas atividades dentro de bancos. Função mais apropriada para economistas do que por engenheiros civis, elétricos e naval, que eram alunos destes cursos.

    Oras, se nem bem saíram da faculdade e já estão indo fazer o que, de fato, não foi o motivo do investimento do Estado para  eles. Digo então que a coisa tá feia!

  9. Minha realidade formando em
    Minha realidade formando em 2012 em uma particular conceituada: 10% da turma conseguiu emprego recebendo o salario minimo de engenheiro, 30% continuaram em seus empregos antigos sem aumento de salário, 40% estão em qualquer emprego.

    A faculdade é muito difícil e o resultado final é que o curso não compensa. Se matar de estudar pra ganhar 3000 líquido sem perspectiva de aumento? Seria melhor ter feito outro curso.

    1. Em 2012 assisti uma formatura

      Em 2012 assisti uma formatura de Engenharia Civil de uma universidade privada do Rio Grande do Sul, me chamou a atenção que todos os formandos agradeceram a confiança das empresas que os tinham contratados.

      Gotaria de saber em que curso te formaste?

      1. Me formei em Engenharia Civil

        Me formei em Engenharia Civil em janeiro/2015. Até o momento desempregado. Só consegui até o momento uma mísera entrevista me oferecendo pouco mais de um salário mínimo. Chega a ser ofensivo ouvir a proposta que ouvi, depois de quase 7 anos de faculdade e todo o esforço envolvido, é frustrante! Mais da metade da turma que se formou comigo está desempregada, e vários dos poucos empregados não estão trabalhando na área.

        Um sonho que se tornou um pesadelo!

  10. Fico reseoso em terminar o

    Fico reseoso em terminar o curso escuto muita gente reclamando do mercado. Penso que estou me matando de estudar de besta!!!

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