Alckmin adia fechamento de escolas e secretário pede demissão

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Após protestos e Datafolha indicando baixa na popularidade, governador anunciou que vai “suspender” a reorganização das escolas e discutir o fechamento das unidades, uma a uma

Jornal GGN – O governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou, na tarde desta sexta (4), que decidiu suspender a “reorganização do ensino público” em São Paulo, após uma série de protestos em vias e ocupação de mais de 190 escolas, com registros de cenas de forte repressão e violência por parte da Polícia Militar. Alckmin disse que vai discutir a situação de cada uma das mais de 90 escolas que seriam fechadas ao longo de 2016. Ele citou o Papa Francisco, afirmando que prefere o “diálogo à violência”.

A ação de Alckmin acontece no mesmo dia em que jornais veiculam o resultado da pesquisa Datafolha, apontando alta na reprovação do tucano e queda em sua popularidade. O governador convocou a imprensa para anunciar o adiamento do plano em entrevista coletiva, mas desistiu de falar a todos os jornalistas. Há relatos de que profissionais da mídia alternativa e Laura Capriglione foram excluídos. Segundo relatos dos veículos da grande mídia que puderam acompanhar, Alckmin disse que “recebe” e “respeita” a posição de pais, alunos e professores contrários ao plano, e prometeu diálogo a partir de agora.

De acordo com a Folha, o secretário de Educação Herman Voorwald, que ocupava a Pasta desde 2011, pediu demissão do cargo após a decisão de Alckmin.

Herman traçou o plano para aumentar o número de escolas com ciclo único em 2016, mas o programa que anunciou sofre forte resistência. A pesquisa Datafolha publicada hoje mostra que metade dos entrevistados são a favor da ocupação das escolas pelos alunos em protesto, e outros 60% acham que o plano de Alckmin não merece apoio. O levantamento foi feito antes de surgir, nos meios digitais, imagens e vídeos de alunos sendo repreendidos pela Polícia Militar, que usou da força bruta para sufocar os protestos em vias públicas e tentar desocupar escolas.

Para os afetados, Alckmin está apenas cortando gastos públicos com o fechamento das escolas, sob a justificativa de aumentar as unidades de período único. O Datafolha mostrou que “um terço dos entrevistados tem filho ou algum adolescente ou criança em casa matriculado na rede pública estadual de ensino [e sente preocupação com o projeto do governador]. Entre os mais pobres (renda familiar mensal de até dois salários mínimos), a taxa vai a 45%.” Pais, alunos e professores também sustentam que não há estudos que comprovem que o ciclo único é responsável por uma melhor excepcional na rede pública.

Por parte do governo, há o argumento de que o projeto vai melhorar a qualidade de ensino. Em outras oportunidades, Alckmin também ofereceu a suspensão da reorganização para abrir diálogo com o público atingido, mas deixou claro que não abandonaria a iniciativa.

Ontem, o Ministério Público e a Defensoria Pública de São Paulo entraram com ação civil pública para barrar a reorganização das escolas até que a Secretaria de Educação organizasse uma agenda de discussões com a sociedade.
 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

9 Comentários

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  1. ….afirmando que prefere o

    ….afirmando que prefere o “diálogo à violência”. Meus ovos que prefere, basta ver as atitudes deste narigudo, só se move com a pm por trás, desta vez tava ficando feio e recuou, mas a violência da polícia é o jeito deste sujeito governar.

    1. Mas o Mesquinho Alckmin é um democrata.

      Como todo bom tucano (vide o governo plumado no Paraná), o negócio dele é dar porrada primeiro, dar porrada segundo, dar porrada terceiro. Aí, se não funcionar, promete o diálogo. O único diálogo dele é a violência (vide Pinheirinho).

       

      Agora, tucano pode tudo que não acontece absolutamente nada.

  2. ESSA ´É MAIS  UMA  ARMADILHA

    ESSA ´É MAIS  UMA  ARMADILHA DE  Alckmin,  DISCUTIR  FECHADO  UMA A UMA.  ISSO QUER  DIZER QUE   NAO   VAI  HAVER  MOVIMENTAÇAO  DE  ALUNOS  POR  TODA  SP.  porque   no  periodo  os  animos  dos alunos  ja  ficou mais calmoe  o  ALCKMIN vai  poder  perpetrara sua  tirania.

    ALUNOS  DE  SAO PAULO –   Nao tem discussao  para   depois    tem que  ser  agora   nada de  deixar para depois  como esse tirano  quer.  A intençao dele  é   quebrar a força do movimento estudantil. depois se aproveitar  e fechar  as escolas. 

    Se  ele  teve a coragem de  Botar policia e cachorro  contra  jovens ate menores de idade  voces  vao  acreditar que ele  vai fazer  alguma  coisa para  manter os  colegios?  NAO  CAIAM NESSA   OU  ELE  DÁ A  PALAVRA FINAL QUE NAO  FECHA  ESCOLA NENHUM  OU NAO TEM ACORDO.  E a  palavra dele  temque ser  PRETO NO BRANCO. nada apalavriado.PRETO  NO BRANCO.  ouomovimentos devoces  nao  vai  valer  de nada. 

  3. Não se deve dar arrego a este

    Não se deve dar arrego a este governador!!!

    Quer resolver problema social com policia MILITAR, preparada para enfrentar bandidos armados com armas de guerra. A mesma policia que mata a rodo, pior que em muito país em guerra.

    É de uma brutalidade sem escrupulos!

    Essas mortes todas nas periferias, essa constante violência!

    São Paulo é um inferno!!!

  4. a situação é triste, mas tem um lado positivo.

    quem sabe apanhando da pm, desde a mais tenra infância, eles aprendam a não votar nos tucanos.

    é uma coisa meio sado/masoquista, essa relação do povo com os tucanos em sp.

    1. Pode crer que quem esta

      Pode crer que quem esta apanhando já não votaria, 

      mas acho que alguns que não se interessavam tanto por politica agora vão começar a prestar mais atenção.

  5. Aquela gravação do assessor

    Aquela gravação do assessor derrubou o holandês da secretaria de Educação. Ali era uma armação, tão sinistra quanto a do Delcídio, envolvendo até um cardeal da Igreja Católica. E a pesquisa Datafolha acordou Alckmin de que o risco de uma derrota fragorosa na eleição municipal em São Paulo. E derrota essa que fortaleceria ainda mais uma eventual candidatura Aécio em 2018. Alckmin tem a caneta na mão, mas tem uma vidraça bem frágil nesse momento de altíssima má vontade com a política.

  6. Quero crer que o alckmin se

    Quero crer que o alckmin se danou. A folha/uol já está até lançando o barbosa, aquele,  o juiz. Pelo visto, bateu desespero no seu Frias. barbosa em SP? Com esse povo racista? Não vai rolar!  

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