Fim de doações de empresas vale para eleições municipais de 2016

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowiski, no julgamento sobre proibição de doações de empresas privadas para campanhas políticas (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Da Agência Brasil

Por André Richter

As campanhas políticas das eleições municipais do ano que vem não poderão contar com doações de empresas, de acordo com a decisão tomada ontem (17) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski e o ministro Luiz Fux, relator da ação na qual a matéria foi discutida, nem mesmo a eventual sanção da lei aprovada na semana passada pela Câmara dos Deputados poderá liberar as contribuições para partidos e candidatos.

No dia 9 de setembro, a Câmara aprovou a minirreforma eleitoral e regulamentou as doações. O texto aguarda decisão da presidenta Dilma Rousseff, que pode sancioná-lo ou vetá-lo. Se a presidenta sancionar a lei, será preciso uma nova ação para questionar a validade das doações no Supremo, devido a posição contrária adotada pelo tribunal. 

Segundo Lewandowski, a decisão da Corte já está valendo hoje (17). A partir da eleição do ano que vem, somente serão permitidas doações de pessoas físicas. Os partidos também continuarão a contar com recursos do Fundo Partidário, garantidos pela Constituição. Pela regra atual, a doação de pessoas físicas é limitada a 10% do rendimento bruto do ano anterior.

“Qualquer lei que venha possivelmente a ser sancionada, ou aprovada futuramente, e que colida com esses princípios aos quais o Supremo se reportou, e com base nos quais considerou inconstitucional, doação de pessoas jurídicas para campanhas políticas, evidentemente terá o mesmo destino”, afirmou o presidente da Corte.

Para o ministro Luiz Fux, após a decisão do Supremo, o projeto de lei aprovado na Câmara traz no “seu germe a presunção de inconstitucionalidade”. “Nós verificamos que as doações pelas empresas acabam contaminando o processo politico-democrático e há uma captura pelo poder econômico do poder politico, que é algo absolutamente inaceitável numa democracia”, disse o relator.

Na sessão de hoje, por 8 votos 3, o Supremo decidiu proibir o financiamento privado de campanhas políticas. A Corte encerrou o julgamento, iniciado em 2013, de uma ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que questionou artigos da Lei dos Partidos Políticos e da Lei das Eleições, que autorizam as contribuições.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

6 Comentários

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  1.  
    A maior conquista da

     

    A maior conquista da democracia brasileira

    Por conspícuo e impávido jornalista Fernando Brito

     

    … Incrível:
    a bandidagem incrustada no PIG!
    No comentário panfletário-terrorista de hoje, o boçal ex-porta-voz da ditadura militar e [pseudo]jornalista Alexandre Garcia “dos Marín(hos) do FIFALÃO” não mencionou sequer uma mísera palavra a respeito da decisão histórica de ontem do STF!
    À título de miserável comparação, o mesmo cretino – covarde e impiedosamente – passou uma semana assassinando a reputação da cunhada do senhor João Vaccari Neto!
    E no mesmo comentário de hoje, o nazifasciterrorista se vangloriou de ter proferido, recentemente, palestra nas dependências de uma sede do Exército…
    Logo ‘elle’ o Garcia dos Marín(hos) da [impune] sonegação bilionária, um caldo de cultura ambulante a tentar desestabilizar as instituições democráticas, portanto colidindo frontalmente com um dos atributos mais nobres do Exército brasileiro…

    O Garcia [reles] capilarizador do PIG através das ondas potentes do rádio!

    RESCALDO:
    aqui em Feira de Santana, Bahia, o programete fasciterrorista e antinacionalista ‘MAU Dia Brasil’ é retransmitido pela Rádio Princesa FM 96.9 e Rádio Sociedade AM 970.
    Emissoras da Rede [de Frades] Capuchinhos de Comunicações.
    Empresas católicas [do lucro!].
    E, atualmente, também a serviço do ‘golpe jurídico-midiático ainda ora em curso desde o antanho do Mentirão’!

    República Desses Bananas ‘Penas Amestradas’ a $oldo IMUNDO, Panfletário-terroristas, Nazifascistas e [mega]Corruptos até a enésima geração
    Bahia, Feira de Santana
    Messias Franca de Macedo

  2. A próximas eleições municipais vão ser bem interessantes.

    Com o fim do financiamento por empresas, será interesante ver o comportamento de dois partidos: PT e PMDB. O primeiro porque, em teoria, tem uma filiação mais atuante e, portanto, se favorece dessa decisão. Numa condição menos adversa aonde não tivesse sofrendo achaques constantes na imprensa, ter-se-ia a impressão de seu crescimento em representações nas prefeituras ser relevante.

    O segundo é ligado a interesses econômicos locais e, talvez por isso, o maior partido em número de prefeitos. Sem as empresas poderem financiar diretamente,  talvez não consiga manter sua representação local.

    E, por fim, o controle do caixa dois vai ser bem mais difícil.

  3. alguém…

    …. Já passou da hora de excrementos como eduardo cunha e seus deputados “evangélicos” cúmplices, e de “juizes” como o gilmar dantas, sumirem do mapa, …. alguém, por favor, aperte o botão da descarga….

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