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Campanha Trump solicita uma recontagem em Wisconsin
Por Brakkton Booker
Do NPR National
A campanha do presidente Trump está solicitando uma recontagem em Wisconsin, depois que relatórios não oficiais mostram que Joe Biden lidera o estado por menos de 21.000 votos. A Associated Press, que a NPR usa para as contagens da disputa, não declarou um vencedor em Wisconsin.
O pedido veio quando a administradora da Comissão Eleitoral de Wisconsin, Meagan Wolfe, atualizou o público sobre a contagem do estado, dizendo que todos, exceto um pequeno município, apresentaram resultados eleitorais não oficiais, embora a comissão não tenha declarado um vencedor.
“O processo de votação de ontem e a contagem da noite da eleição foram muito bem em Wisconsin”, disse Wolfe. “Nossa eleição foi executada com precisão.”
A margem que separa Trump e Biden no estado de oscilação está dentro do limite de 1% necessário para uma recontagem.
Em um comunicado, o gerente de campanha de Trump, Bill Stepien, afirmou que havia irregularidades nas votações nos estados.
“Tem havido relatos de irregularidades em vários condados de Wisconsin, que levantam sérias dúvidas sobre a validade dos resultados. O presidente está bem dentro do limite para solicitar uma recontagem e faremos isso imediatamente.”
A campanha apontou para relatos de que algumas cédulas mal impressas tiveram que ser transcritas por membros da Guarda Nacional.
Além disso, a campanha reivindicou que algumas cédulas no condado de Milwaukee – onde muitos dos democratas do estado vivem – tinham informações que foram “curadas” com caneta vermelha, onde os funcionários eleitorais – em vez dos eleitores – “corrigiram ou adicionaram informações à própria cédula”, disse o porta-voz Tim Murtaugh.
“Estimamos que 15 a 20 por cento dos votos de ausentes no condado de Milwaukee foram contaminados dessa maneira. Isso também é apenas uma estimativa, porque nossos voluntários legais foram impedidos de ter acesso significativo o tempo todo”, disse Murtaugh.
Ainda assim, o ex-governador de Wisconsin, Scott Walker, um republicano, duvidou que um desafio de recontagem reverteria o que parece ser uma vitória de Biden.
“Após a recontagem na corrida de 2011 para a Suprema Corte de WI, houve uma oscilação de 300 votos”, twittou Walker. “Após a recontagem na corrida presidencial de 2016 em WI, os números de @realDonaldTrump aumentaram em 131. Como eu disse, 20.000 é um grande obstáculo.”
A recontagem de Wisconsin em 2016 foi desencadeada depois que dois candidatos presidenciais de terceiros partidos, Independent Rocky Roque De La Fuente e Jill Stein do Partido Verde entraram com petições. Stein disse na época que não era um esforço para ajudar a então indicada democrata Hillary Clinton, mas para “garantir a integridade de nossas eleições”.
Wisconsin, com seus 10 votos eleitorais, é fundamental para o presidente Trump e seu adversário democrata Joe Biden, que ficaram aquém dos 270 votos eleitorais necessários para ganhar a Casa Branca enquanto a contagem de votos na noite da eleição se estendia para um segundo dia.
Os eleitores estabeleceram um recorde com 2 milhões de pedidos de votos de ausentes.
Wisconsin é parte da “parede azul” que o presidente Trump destruiu quatro anos atrás e que ajudou a impulsioná-lo para a Casa Branca. Ele venceu por pouco o estado por menos de 23.000 votos em 2016.
Nos últimos dias de pleito, Trump e Biden fizeram campanha intensamente em Wisconsin. Biden esteve em Milwaukee na sexta-feira, onde criticou o presidente por causa do tratamento do coronavírus.
Trump fez cinco viagens para lá nas últimas semanas, incluindo um comício tarde da noite em Kenosha na segunda-feira, onde ele ressaltou sua mensagem de “lei e ordem”.
Protestos e violência eclodiram na cidade em agosto após o assassinato de um homem negro, Jacob Blake, por um policial de Kenosha. O encontro em que Blake foi baleado várias vezes à queima-roupa, foi capturado em vídeo de celular, postado nas redes sociais e se tornou viral. Blake sobreviveu ao tiroteio e agora está paralisado.
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