Pequena melhora no emprego e o desastre em 10 anos, por Luís Nassif

Em 10 anos, houve oferta de emprego para apenas 8,1 milhões de pessoas; 8,6 milhões ficaram de fora, e 1,6 milhão, sem emprego

Marcelo Camargo – Agência Brasil

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Mensal (PNADM) mostrou uma relativa melhora no mercado de trabalho. Em relação ao mesmo período do ano passado, o período Jan-Mar 2023, a População Economicamente Ativa cresceu 1.550 mil, ou 0,9%. A Força de Trabalho permaneceu quase inalterada, com aumento de 33 mil, bem abaixo do crescimento da PEA. Mas a Força de Trabalho Ocupada cresceu 2.550 mil, ou 2,7%. Com isso, houve uma queda de 2.517 na Força de Trabalho Desocupada, ou 21,2%. E queda de 999 mil (-1,3%) na soma de Desocupados + Fora da Força de Trabalho.

A soma de Desalentados e Subutilizados estabilizou em patamar elevado, acima de 20%.

O emprego aumentou 2,5 milhões, puxado pela Administração Pública (+815 mil), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras (+673 mil) e Comércio e Reparação de Veículos (+553 mil). E, na outra ponta, com a redução sistemática na Agricultura (-456 mil).

Houve uma pequena melhoria em Rendimento.

No panorama por estados, 21 estados registraram aumento na força de trabalho contra 6 em queda. Mas, há 17 estados com aumento naqueles que estão fora da força de trabalho contra 10 em queda.

O desastre brasileiro fica melhor desenhado na comparação com 10 anos atrás. A PEA cresceu 18,3 milhões, mas a Força de Trabalho cresceu apenas 9,7 milhões. A Força de Trabalho ocupada cresceu apenas 8,2 milhões, enquanto a soma de Desocupados e Fora da Força de Trabalho cresceu 10,2 milhões.

Aqui fica mais claro a destruição de empregos. Do aumento da Força de Trabalho nos últimos 10 anos, houve oferta de emprego para apenas 8,1 milhões de pessoas. 8,6 milhões ficaram de fora e 1,6 milhão estão sem emprego.

Luis Nassif

1 Comentário

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  1. Esses dados relacionados à ocupação e empregos são sempre complicados; um noticiário deu ênfase a um aumento no número do desemprego em 19 das unidades da federação no primeiro trimestre do ano. O que vale refletir é para onde o País está rumando. Que tipo de evolução do ponto de vista da qualidade e da valorização do País se está obtendo. Não se trata apenas do estar ou não ocupado, mas de uma capacidade atingida pelo Brasil de possuir uma dinâmica capaz de renovar e transformar suas atividades. De um apetite que traga um prêmio para o ato de fazer, mais satisfatório do que deixar de fazer. O quadro de precarização enfrentado no Brasil fragmenta o capital e também o trabalho, que precisam evoluir mutuamente. Sem qualquer crítica ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que defendeu a ideia de que seria melhor ter emprego sem direitos do que direitos sem emprego, esse tipo de coisa condiciona o País a um limite extremamente abaixo do potencial de desenvolvimento e consequentemente crescimento econômico que teria condições.

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