O confronto armado entre Rússia e Ucrânia deixou às claras as diversas mudanças em andamento no contexto geopolítico e econômico global, em meio ao restrito apoio ocidental aos ucranianos contra a segunda maior potência bélica do mundo.
E o receio de confrontar os russos levou norte-americanos e europeus a tentarem parar a guerra de outra forma – via sanções econômicas que tem afetado toda a economia global.
Na visão do pesquisador Robson Valdez, da Secretaria de Planejamento do Estado do Rio Grande do Sul, o impacto gerado pelo confronto pode inclusive abrir uma brecha para uma reorganização multipolar.
Em artigo publicado no site Congresso em Foco, Valdez destaca que a ação russa “colocou os EUA e seus aliados na defensiva”, diante do receio de um confronto de dimensões nucleares com os russos, mostrando que a Rússia também se posicionou como maior adversário bélico à hegemonia norte-americana desde o colapso soviético em 1991.
Em meio às sanções impostas aos russos, os norte-americanos tentam manter a estrutura petróleo/dólar como referência de lastro para transações comerciais diante das opções que estavam surgindo diante da crise russo-ucraniana, inclusive a possibilidade de uma nova organização entre os países periféricos.
Contudo, Valdez destaca que a Rússia pode sair “relativamente fortalecida” no médio e longo prazo, já que o país manteve toda sua infraestrutura e “segurança” dos seus civis.
Além disso, o pesquisador ressalta que as sanções muitas vezes acabam tendo efeito inverso, já que as restrições podem ser usadas pelo país-alvo para culpar quem as impôs pelo sofrimento causado ao seu povo.
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