CPJ pede proteção para jornalistas na Guerra em Gaza, a mais mortal para a imprensa na história

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Análise aponta que foram mortos mais jornalistas na guerra Israel-Hamas, do que em qualquer país do mundo em um ano

Arte: Fernando Bola

O Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) apelou em comunicado, publicado nesta quinta-feira (21), à proteção das vidas de profissionais da imprensa e que Israel possa garantir o acesso dos jornalistas estrangeiros a Faixa de Gaza.

Desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro, pelo menos 68 jornalistas e trabalhadores da comunicação social perderam suas vidas em Gaza. Desses, 61 eram palestinos, quatro israelenses e três libaneses.

Mais da metade das mortes, 37 delas, ocorreram durante o primeiro mês da guerra, tornando outubro deste ano o mês mais mortífero para a imprensa no mundo documentado pelo CPJ, desde que começou a contabilizar os dados em 1992.

A guerra Israel-Hamas é a situação mais perigosa para os jornalistas que já vimos e os números mostram isso claramente”, explica Sherif Mansour, coordenador do programa do CPJ para o Oriente Médio. “O exército israelense matou mais jornalistas em 10 semanas do que qualquer outro exército num único ano”, acrescenta.

O número é estarrecedor mesmo quando comparado aos registros do Iraque, que teve 56 jornalistas mortos em 2006. Os dados das Filipinas também assustam, onde 33 dos 35 jornalistas mortos em 2009 foram assassinados em um único massacre. Na Síria, 32 profissionais da imprensa foram mortos pelo seu trabalho em 2012.

Diante da barbárie, o CPJ apela para que Israel quebre “o seu antigo padrão de impunidade nos casos de jornalistas mortos” por suas tropas e investigue todos os ataques a jornalistas de uma forma rápida e transparente. 

A cada jornalista morto, a guerra torna-se mais difícil de documentar e de compreender”, afirma o porta-voz do Comitê, que enfrenta dificuldades para apurar os óbitos, por causa da destruição generalizada em Gaza e, em vários casos, pelo fato dos jornalistas terem sido mortos junto com familiares, que normalmente são as fontes de informação.  

No final de outubro, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) se absteve de qualquer responsabilidade sobre as mortes e informou que não poderiam garantir a segurança dos jornalistas que cobrem a guerra. 

“As mortes na guerra entre Israel e Gaza ocorreram num contexto de crescente censura aos meios de comunicação social na região, incluindo pelo menos 20 detenções, bem como assédio físico e online de jornalistas. As instalações de comunicação social também foram danificadas ou destruídas”, ressalta o CPJ. 

No novo comunicado, o Comitê também afirma que “Israel deveria abster-se de impor novos bloqueios de comunicações e manter a Internet e o serviço móvel”, o que “permitirá que os jornalistas continuem reportando e obtendo informações de fontes locais”.

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Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

2 Comentários

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  1. Que a imprensa livre de isenção denomine o conflito de guerra Israel Hamas, pode-se entender como parte da propaganda subserviente que lhe é própria. Agora o GGN, não! A guerra é de Israel contra a Palestina e já dura mais de 75 anos. É bom lembrar, que o Hamas foi criado nos anos 80 do século passado, quando a guerra já rolava solta. Aliás, a mesma começou no início do século passado, quando o movimento sionista começou a enviar para a Palestina contigentes de judeus europeus com o objetivo de tomar a Palestina dos islamitas palestinos.

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