Irã diz que ataque cumpriu seu objetivo e só continua caso Israel e EUA retaliem

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Na ONU, a missão permanente do Irã justificou a resposta de Teerã à 'agressão' israelense como uma 'defesa legítima' segundo Carta da ONU.

Após ataque com drones e mísseis ao território israelense, o Irã afirma que a ação ‘alcançou todos os seus objetivos’ e alerta que as bases dos Estados Unidos estarão sob ameaça se apoiarem a retaliação israelense.

O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, em comunicado, afirmou que ‘se o regime sionista ou os seus apoiadores demonstrarem um comportamento imprudente, receberão uma resposta decisiva e muito mais forte’.

Da mesma forma, o chefe militar iraniano, major-general Mohammad Bagheri, disse à tv iraniana que uma resposta ‘muito maior’ aguarda Israel ‘se retaliar contra o Irã’.

Bagheri disse que o ataque iraniano a Israel “alcançou todos os seus objetivos e, em nossa opinião, a operação terminou e não pretendemos continuar”.

O militar ainda alertou os Estados Unidos, que qualquer apoio à retaliação de Israel poderia colocar suas bases militares como alvos do Irã.

Já Hossein Salami, comandante do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), também alertou que Teerã retaliaria quaisquer ataques israelitas aos seus interesses, funcionários ou cidadãos. ‘De agora em diante, sempre que Israel atacar os interesses iranianos… atacaremos a partir do Irã’, disse ele.

Nas Nações Unidas, a missão permanente do Irã justificou a resposta de Teerã à ‘agressão’ israelense como uma ‘defesa legítima’ de acordo com a Carta da ONU.

A resposta da missão foi de que o ‘assunto pode ser considerado concluído’, mas que se Israel cometer ‘outro erro, a resposta do Irã será consideravelmente mais severa’.

Da mesma forma, a missão acrescentou que os Estados Unidos deveriam ‘ficar longe’ do conflito, pois é uma questão entre Irã e Israel.

O correspondente da Al Jazeera em Teerã, reportou que os ataques iranianos foram vistos pelos seus cidadãos como um ‘evento histórico no país’.

Os ataques de Teerã na noite de sábado foram lançados como resposta ao ataque aéreo israelense ao complexo da embaixada iraniana em Damasco, no dia 1 de abril, que matou membros do IRGC, ameaçando a crise regional.

Os ataques iranianos com drones e mísseis causaram danos modestos em Israel, que reabriu seu espaço aéreo em poucas horas após o evento.

Segundo reportado pela Al Jazeera, os militares israelenses disseram que as forças armadas derrubaram mais de 99% dos drones e mísseis iranianos e estavam discutindo opções de acompanhamento.

No X, ex-Twitter, o primeiro-ministro israelense Banjamin Netanyahu escreveu: ‘Interceptamos. Nós bloqueamos. Juntos, vamos ganhar.’

Já o chefe da defesa de Israel, Yoav Gallant, advertiu em declaração à tv, que o confronto com o Irã ‘ainda não terminou’.

Segundo o Canal 12 de TV de Israel, uma autoridade israelense não identificada, disse que haveria uma ‘resposta significativa’ ao ataque.

O principal porta-voz militar de Israel, contra-almirante Daniel Hagari, também qualificou as ações do Irã de “muito graves”, declarando à tv israelense que elas ‘empurram a região para uma escalada’.

Apesar da retórica, um analista iraniano disse que as declarações vindas do Irã oferecem uma abertura para as partes opostas recuarem num confronto mais amplo.

Farzan Sabet, investigador sênior do Centro de Governança Global com sede em Genebra, disse que Israel tem uma saída sólida para dar uma resposta simbólica e não letal.

Mas dada a ‘tolerância historicamente baixa de Israel a ameaças e a prática de resposta desproporcional’, novas retaliações e escaladas poderão ser vistas, disse ele numa análise publicada no X.

Com informações da Al Jazeera

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

5 Comentários

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  1. Os jornóialistas da Rede Globo disseram que a retaliação iraniana foi desproporcional. Os especialistas em Direito Internacional que eles consultaram que o Irã deveria vingar a destruição de sua Embaixada com bombons e flores. Usar mísseis hierpsônicos para destruir a base militar israelense de onde partiram os caças que cometeram o ato de guerra é inadmissível. Ao que tudo indica a cobertura global do episório foi proporcional à importância que o dinheiro norte-americano tem no orçamento da empresa do clã Marinho.

  2. Acho interessantes essas briguinhas de mão com hora marcada. Parece coisa arranjada. Fosse a embaixada de israel atacada primeiro, com morte dos seus habitantes sagrados, e a retaliação só terminaria com o último iraniano em pé.
    Vingança contra Israel só de mentirinha.

  3. A novela de horrores vai continuar. Com os “ocidentais” não existe meio termo. Alexandre da Macedônia já deixou bem claro, que o que começou como leve ameaça aos micênios e terminou com o fim da Era do Bronze, incluindo o fim do domínio total dos faraós… era pra valer. Depois veio Roma e não parou por aí. Então, o Império Persa, digo, o Irã, que se prepare mais uma vez. Netanyahu e seus sionistas é só a espoleta.

  4. O direito de resposta, para o G7, é seletivo. Em outras palavras, só os que são aliados deles, é que podem exercer o direito de resposta. Ou seja: Israel pode, o Irã, China. Russia, Coreia do Norte, Cuba, Venezuela e outros que se tornem seus desafetos, não!

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