Movimento de resistência contra impostos de guerra ressurge com força nos EUA

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Muitos cidadãos estão deixando de pagar encargos por não concordar com o uso de seu dinheiro para financiar Israel contra a Palestina

Foto de Vladimir Solomianyi na Unsplash

O avanço dos ataques israelenses contra Gaza tem feito muitos norte-americanos terem mais consciência de que são seus impostos que financiam o exército de Benjamin Netanyahu contra os palestinos.

E essa consciência tem feito com que a resistência fiscal ganhe cada mais força entre as pessoasem entrevista ao site Mondoweiss, o coordenador do Comitê Nacional de Coordenação da Resistência Fiscal à Guerra (NWTRCC), Lincoln Rice, afirma que o grupo tem realizado workshops semanais online com centenas de pessoas inscritas.

Segundo Rice, a resistência norte-americana aos impostos de guerra era majoritariamente composta por pessoas brancas mais velhas, mas agora o interesse entre os mais jovens tem avançado, em especial entre aqueles com 20 e 35 anos, além do aumento da diversidade racial.

Embora existam casos registrados desde 1709, o movimento ganhou propulsão durante a Guerra do Vietnã, quando pacifistas perceberam o alto gasto para matar vietnamitas e recrutar novos soldados, e a falta de recursos para os programas sociais.

“Há uma raiva coletiva acontecendo agora, que já acontecia antes de 7 de outubro”, diz June Johnson, organizadora do movimento We The People. “(…) As pessoas veem que isso não está acontecendo apenas na Palestina, mas que as Forças de Ocupação Israelenses (IOF) treinam [a polícia] para usar suas táticas contra pessoas negras e pardas nos EUA.”

E esse ponto não é considerado surpreendente quando se considera que “o medo das possíveis consequências da sonegação de impostos – um medo muito real entre imigrantes, negros e pardos – supera o peso de se pagar pelo genocídio”.

Formas encontradas para aderir ao movimento

O Internal Revenue Service (IRS) é um temor culturalmente pregado nos Estados Unidos, mas a publicação destaca que a resistência fiscal “é uma forma de protesto mais acessível do que se pensa”.

Organizações como a NWTRCC recomendam que os apoiadores se recusem a pagar pelo menos 5% de seu imposto de renda, enquanto o movimento We, The People aconselha o preenchimento normal dos encargos, ao mesmo tempo em que anexam um comunicado afirmando que escolheram não pagar todos ou alguns de seus impostos.

A opção de não apresentar nenhuma declaração também é cogitada, embora seja um mecanismo de resistência fiscal considerado mais arriscado por se enquadrar em elisão ou evasão fiscal – mas é citado como uma alternativa para quem deseja seguir fora do sistema ou ficar definitivamente fora dele.

Embora o movimento NWTRCC não recomende essa opção, os motivos pelos quais uma pessoa não queira declarar seus encargos são considerados plausíveis, incluindo o argumento de que “o governo federal e o IRS são moralmente ilegítimos” e “Não temos obrigação de cooperar ou aceitar as penalidades e assédio impostos aos que se recusam a pagar os encargos”.

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Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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