O caminho do caos, percorrido pela Espanha

Do Vermelhos Não!

Quem tem dívidas, que as pague.

 “El que tenga deudas, que las pague. Que no se hubiera endeudado”

Maria Antonia Trujillo, PSOE, ex-ministra da habitação da Espanha

Ministra durante o governo Zapatero

Srª Trujillo quando ocupou o ministério foi uma das incentivadoras da concessão de crédito para quem não tinha condições de se endividar. O seu partido, o Socialista Operário Espanhol, continou inflando a bolha. O mercado imobiliário parecia tão promissor que a pasta foi criada em 2004, e ela a primeira a ocupá-la.

Quando o esquema financeiro que sustentava as operações financeiras podres ruiu as “dívidas” que ficaram com os bancos foram assumidas pelo Estado. Eles são muito grandes para quebrarem. Ao socorrer as instituições o governo aumentou brutalmente os impostos e cortou os gastos. Isto levou a economia àrecessão e o desemprego explodiu. A taxa na Espanha que em 2007 era de 8% agora chega a 25%.

As pessoas que acreditaram que a prosperidade criada pelo mercado financeiro iria durar para sempre vivem agora no pior dos mundos. Perderam seus empregos e dificilmente irão conseguir outro. Os despejos continuam e as dívidas também. Na Espanha a retomada do imóvel não quita o saldo devedor. Do montante apenas é deduzido o valor atual do imóvel. Os compradores e seus fiadores continuarão a ser cobrados, visto que a desvalorização foi grande. Muitos perderam tudo e com a atual situação econômica até a esperança. Os audazes começam a emigrar.

Do outro lado, os que concederam empréstimos a quem não possuía condições financeiras, permanecem onde sempre estiveram. Utilizavam-se do mercado “lucrativo” dos subprimes para inflarem seus balanços e lucros e ocultarem a real situação. O volume de ativos podres ficou tão grande que não foi mais possível esconder. A crise aí originada está atingindo milhões que se tornaram vítimas da deterioração econômica e não se beneficiaram na era da especulação. Apenas pagam a conta. Enquanto isto os controladores dos bancos permanecem em seus postos e continuam com os seus ganhos garantidos pelo Estado, isto é, por todos os cidadãos espanhóis. Não deveriam eles também pagarem as suas dívidas?

O que ocorre hoje na Europa deveria servir de lição para nós. Aqui as pessoas também são incentivadas a se endividarem, acima da sua capacidade de pagamento, para consumirem. O próprio governo é cúmplice nesta operação inflando o PIB acima da sua dinâmica de crescimento real. Os verdadeiros fundamentos que deveriam incentivar a economia são trocados pelos consumismo. É muito mais fácil criar dinheiro que fazer as reformas que o país precisa para se desenvolver em bases sólidas.

Luis Nassif

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