The Guardian: “Fenômeno Churchill” assombra governo Zelensky

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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"Reina em Kiev um sentimento sutil, mas inequívoco de pessimismo”, escreve o jornal cujas fontes consultadas transitam no governo Zelensky

Após o início da ofensiva de Israel contra a Faixa de Gaza, a Ucrânia se tornou problema de segunda ordem para potências ocidentais. Foto: Instagram/Zelensky

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, teme a repetição do chamado “fenômeno Churchill” no seu país, publicou nesta segunda-feira (20) o The Guardian.

Winston Churchill, primeiro-ministro britânico durante a Segunda Guerra Mundial, perdeu as eleições de 1945 como líder militar de sucesso. Entre outros fatores, no discurso do político conservador não havia conciliação, paz e prosperidade, mas seguia bélico para um povo exausto de guerra.

Da mesma forma, “neste momento, reina em Kiev um sentimento sutil, mas inequívoco de pessimismo”, escreve o jornal cujas fontes consultadas transitam no governo Zelensky. 

Segundo o The Guardian, “uma série de fatores internos e externos combinaram-se para criar talvez o ambiente mais pessimista sobre as perspectivas de uma vitória rápida e decisiva da Ucrânia sobre a Rússia” desde o início da operação militar especial russa.

“No final do ano passado, e no início deste ano, havia muita euforia. Agora vemos o outro extremo, o declínio”, disse Bartosz Cichocki, que terminou um mandato de quatro anos como embaixador da Polônia em Kiev no mês passado.

Esgotamento e fracasso

O jornal salienta que “o esgotamento de dois anos de combates, a contínua perda de vidas na frente (de batalha) e a frustração pela lentidão com que os parceiros ocidentais continuam a fornecer armas” levaram ao surgimento de vozes que defendem a negociação de um cessar-fogo.

A mídia europeia elenca ainda fatores como o fracasso da contraofensiva ucraniana e rumores sobre divergências entre o líder ucraniano e o comandante das Forças Armadas, Valeri Zaluzhny, que “foram reforçados na noite de domingo (19), quando Zelensky apelou a mudanças operacionais no Exército”, diz o The Guardian. 

Renato Santana

Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.

1 Comentário

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  1. Zelensky sempre foi uma criatura da mídia. Erros e derrotas na guerra foram transformados em vitórias ou provas de resistência patriótica. Enquanto vivenciava o sangrento desenrolar da Guerra insistia nos mesmos erros com mais e mais mortes. A Rússia fez exatamente o que falou. Fingiu atacar Kiev como se quisesse tomar toda a Ucrânia, e foi tomando o Dombass e toda a região no entorno da Criméia. A fixação na propaganda e na retórica e nos pedidos absurdos de mais armas transformou o exército ucraniano em coadjuvante. Os sonhos de Zelensky e aliados apostando no prolongamento temporal do conflito, para quem sabe derrubar Putin, não funcionou. Mas parece que o ocidente quer mais sangue e quer prolongar a guerra um pouco mais. E a mídia agora quer comparar Zelensky com Churchill, agora querem que se torne o herói incompreendido.

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