Associação dos Delegados da PF questiona declarações de Segovia

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Foto Folha da Região
 
Jornal GGN – A ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) se manifesta após declarações de Fernando Segovia, diretor-geral da Polícia Federal, à Reuters e repercutida em toda a grande imprensa. A Associação lembra ao diretor-geral que não importa a posição que ocupe na instituição, a todos é vedado se manifestar sobre investigações em andamento. E, ainda, que não lhe cabe antever conclusões, pois que viola prerrogativas dos delegados e fragiliza os resultados, quaisquer que sejam eles.
 
Na nota, a Associação lembra ao diretor-geral que toda represenação à PF deve ser analisada, admitida e apurada nos termos das leis e o delegado de polícia é quem vai ouvir testemunhas e investigados. Assim, nenhum delegado pode ser alvo de investigações por fazer seu trabalho, questionar os envolvidos, não importando quem seja ou o cargo que ocupe. Dizer que um delegado poderia estar sujeito a punição em seu trabalho é uma forma de intimidação e descaso com a autonomia investigativa prevista no ordenamento jurídico.

 
A ADPF espera que, do alto de sua função, o diretor-geral garanta os instrumentos necessários para que os delegados cumpram suas funções ‘de forma técnica e republicana’, sem temer retalizações por parte do poder político ou econômico. Na esteira da nota, uma defesa da PEC 412, que prevê a autonomia da Polícia Federal, que está no Congresso Nacional desde 2009.
 
Leia a nota a seguir.
 
Nota à imprensa da ADPF Nacional:
 
“Independentemente da posição que ocupe na instituição, nenhum dirigente deve se  manifestar sobre investigações em andamento. Seja para fazer observações sobre os elementos colhidos ou para antever conclusões, que são de atribuição exclusiva da autoridade policial que preside o inquérito policial, quando do relatório final, conforme estabelece o artigo 10, § 1º do Código de Processo Penal, sob pena de violar prerrogativas dos delegados e fragilizar os resultados, quaisquer que sejam eles, dos trabalhos investigativos.
 
Toda representação dirigida à Polícia Federal deve ser analisada e, se admitida, apurada nos termos das leis e regulamentos. É prerrogativa do Delegado de Polícia ouvir testemunhas e investigados. Nenhum delegado pode ser alvo de apuração por fazer perguntas a um investigado, independentemente de quem seja ele ou do cargo que ocupe. É natural que interrogados se melindrem com alguns questionamentos da autoridade policial, porém cogitar qualquer tipo de punição seria forma de intimidação e mitigação da autonomia investigativa prevista no ordenamento jurídico.
 
Portanto, uma representação que verse sobre desconforto do Presidente da República em relação às perguntas que lhe foram encaminhadas deve ser liminarmente arquivada, por falta de justa causa, uma vez que no inquérito policial não vigem relações hierárquicas de qualquer natureza.
 
A ADPF espera que o diretor-geral garanta, nas palavras e nos atos, os instrumentos necessários para que os delegados exerçam suas atribuições de forma técnica e republicana, sem temor por reações do poder político e econômico e declare publicamente o compromisso com a aprovação da PEC 412, que prevê a inclusão da autonomia da Polícia Federal na Constituição Federal e dormita no Congresso Nacional desde o ano de 2009.”
 
Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

3 Comentários

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  1. Briga de poder

    Esta discussão me parece ser apenas uma queda de braço entre grupos na PF, que não tiveram a mesma atitude quando do caso Protogenes. Enquanto isto forçam a barra para aliviar os erros de Marena e outros.  Segovia apesar do nome não esta em harmonia nem tem comando sobre a sua força. O ministro alivia Marena e notícias são plantadas na mídia para requentando notícias dar legitimidade a uma operação desastrosa.  E as operações vão se estendendo no tempo gastando dinheiro publico para salvar os cargos de alguns delegados.

  2. TEXTO BRILHANTEMENTE ESCRITO

    TEXTO BRILHANTEMENTE ESCRITO POR MALU AIRES.

    Lula, como presidente do Brasil, país com milhões de miseráveis e trilhões em riquezas, poderia ter seguido os passos do seu antecessor e ficado milionário. Tornado os filhos e amigos, milionários. 
    Poderia estar descansando numa fazenda qualquer no interior do país, com pista de pouso pro seu jatinho. Poderia ter dezenas de apartamentos e imóveis no exterior – NY, Barcelona, Paris… 
    Sabe por que poderia? Porque, no Brasil, país com milhões de miseráveis, parte da sociedade brasileira só respeita gente que fica rica sem esforço algum, sem honestidade nenhuma. 
    “Esse soube ser esperto” – diz o que nasceu pra burro e desonesto.

    Os iguais cheiram o rabo uns dos outros. 
    A família Marinho, dona da Globo e das maiores fortunas do país, não tem um centavo lícito. Mas janta com ministro do Supremo. 
    O dono da Ambev (e seus sócios) ficaram ricos da noite pro dia com informações privilegiadas do governo FHC. Ninguém mexe com eles.
    Não mexem, sequer, com um doleiro pé-de-chinelo, de Londrina, vão mexer com o homem mais rico das Américas? 
    Não, né?
    Com essa gente que manda matar, ninguém mexe.

    No Brasil, acontece sempre um fenômeno muito estranho. Ladrão sai das colunas de escândalo, direto pra lista Forbes, em um ano. 
    O dono do Banco Safra é um deles e, toda a lista do escândalo Zelotes já está limpinha na Forbes. 
    A sonegação fiscal no Brasil chega, por ano, a roubar dos cofres públicos R$1 trilhão. 
    Estão todos estes trilhões nas listas Exame, Valor, Forbes… 
    Todo mundo aplaude, porque os Marinho dizem que, toda vez que sai uma lista dessa, o Brasil ganha mais investidores. E o trouxa que acha que TV lhe dá informação de graça, acredita.

    O mercado paga anúncio em forma de reportagem que afirma que o Brasil quebrou e que a conta é o aposentado quem vai pagar.
    O trouxa acredita e aceita manso. 
    Na reportagem do ano anterior, o anunciante pagou matéria que afirmava que o pré-sal dava prejuízo ao país. 
    E o trouxa acreditou e continua acreditando, mesmo, um ano depois, quando a matéria diz que a Shell vai ter lucro e não vai pagar imposto nenhum pelo pré-sal furtado.
    Ah, e a gasolina subiu de novo, trouxa.

    Dezenas de bilhões pra Shell e nada pro aposentado. 
    Trilhões de dólares pra Shell, até 2040 e 20 anos sem investimentos no Brasil com educação, saúde e infraestrutura.
    Tá aí, o tal Padrão FIFA que os desmiolados pediam, em 2013.

    O roubo é o maior do século. Mas nada é dito. O repórter nem comenta. O jornal nem anuncia em letras garrafais “SHELL ROUBA DO BRASIL R$40 BI AO ANO”
    Claro que não.

    No Brasil, parte da nossa sociedade aceita patifaria dessa, calado. Senta na frente da TV com prato na mão, enche a boca de feijão e farinha e engole a ladainha toda a seco.
    Depois, quer descontar a revolta nos filhos, na esposa, no primeiro infeliz que cruzar o seu deprimente caminho. Enche a cara de cerveja de milho transgênico, o ano inteiro, pra votar (de ressaca pesada) no primeiro palhaço que der as caras nas urnas. 
    “Pior não fica” – fica sim. Sempre fica. Olha aí!

    Colocaram Lula pra servir de saco de pancadas, enquanto o roubo segue livre, atravessando todas as fronteiras. 
    A folha de pagamentos dos desembargadores do TRF-4 compraria uns 10 triplex daquele, por mês. Quem julga juiz? Quem quebra sigilo bancário de juiz?

    Não é o dinheiro que some pelo ralo, dia a dia, que importa pro cidadão revoltado com tudo que assiste na TV. Os tribunais podem ficar com todo o dinheiro do roubo. O juiz responsável pode até investir em ações, com os valores retidos em juízo. Os delatores podem até sair livres e ricos, da cadeia. Os promotores, virarem “consultores” dos corruptores.
    O que importa? Quem mexe com peixe grande?
    Cadeia não é pra rico. Nem pra rico corruptor, nem pra rico estuprador condenado a 278 anos.

    O cidadão só quer falar de “triplex”. E com um deboche da sua própria condição de classe-média assalariada, que nem ele se dá conta. Ele não está falando de um apartamento na Avenue Foch, em Paris. Sua indignação não vale o salário do desembargador. Não vale o aeroporto da pista de pouso do narcotráfico de Minas. Sua indignação não chega ao valor de um prêmio do BBB. Um roda-roda Jequiti. 
    A indignação com tamanha micharia, esvazia a legítima revolta de um quarto, em Salvador, acondicionando R$51 milhões em cash. 
    É muito zero na cabeça, muito escândalo pra esquecer numa semana. Melhor falar do triplex. Mais fácil de pronunciar que “Avenue Foch”.

    O cidadão não quer Lula preso porque ele congelou investimentos no país, por 20 anos. Não quer Lula preso porque foi o ex-presidente que deu o pré-sal brasileiro pra Shell. O cidadão não quer Lula na cadeia porque foi Lula quem entregou a base de Alcântara pros EUA, as terras produtivas pra China, a água pra Nestlé. Não quer Lula preso porque ele tem rádios, TVs, aeroportos, fazendas… O cidadão sabe que Lula não tem nada comparado a isso, não cometeu nenhum desses crimes que estão fadados ao esquecimento. 
    O que não dá na TV, ninguém se lembra. 
    O cidadão quer Lula preso porque o juiz quer Lula preso. Porque a TV quer Lula preso. Porque a Shell quer Lula preso.
    Com Lula preso, terão tempo de sobra pra colocar todo o país à venda por R$1.

    Lula, com essa sentença, perde seus direitos, sua liberdade. Com esse processo-farsa, perdeu esposa, inclusive. 
    Mas Lula não perde triplex nenhum a leilão porque o imóvel nunca foi dele. Dinheiro nunca importou a Lula, ou ele teria sido imagem e semelhança do seu antecessor – rico, blindado, amigo íntimo de banqueiros internacionais, dono de instituto intocável, dono de imóveis milionários e com imenso espaço em jornais e TV pra posar de príncipe, até o fim da miserável existência.
    Pra isso, Lula teria que vender o Brasil a R$1 pra Shell.

    Com essa sentença, quem perde fortunas é o Brasil. 
    Com essa sentença, o povo brasileiro perde toda a sua dignidade e suas garantias legais e cidadãs. O povo perde emprego, criança perde creche, doente perde hospital, a juventude perde ensino superior, a família perde casa e renda, o país perde respeito e futuro.

    A Shell vai ser dona do Brasil e todo país que a Shell ganha de governos, políticos e juízes corruptos, fica na merda.

    Vamos comemorar a possível prisão do Lula, pra virar o ano soltando fogos pela gasolina beirando os R$8 o litro, o gás, R$100. 
    Vamos festejar, idiotas!
    Vamos festejar nossa própria sentença de miséria perpétua! 
    Enfim, agora temos o país de bosta que todos os bostas queriam de volta.

     

     

     

     

    AS PALESTRAS DE LULA E A LÓGICA DE MORO, POR MALU AIRES

    JOÃO PAULO CALDEIRA –  04/04/2016  –

     Por Malu Aires, via facebook

    Na lógica de Sérgio Moro, é bastante suspeito Lula dar palestras. Imaginem, o primeiro ex-operário presidente do Brasil, acabar com a fome em seu país e dar palestras no mundo sobre superação e distribuição de renda. Isso é muito suspeito.

    Dirceu prestar consultorias, na cabeça do Moro, também é muito suspeito. Imagina, um profundo conhecedor das especificidades econômicas, históricas, políticas e sociais da América Latina, prestando seu conhecimento a serviço de empresas brasileiras com interesse em contratos públicos, nestes países. Aliás, o que é essa história de consultoria, onde a pessoa ganha dinheiro com o intelecto?

    Moro não consegue entender como inteligência e conhecimento poderiam dar dinheiro. E, enquanto ele não entende como funcionam empresas e mercados, Dirceu está lá, preso, há quase um ano, esperando Moro achar alguma prova contra ele.

    Em contrapartida, a profunda ingenuidade do juiz o faz aceitar, mês sim, mês não, convites para palestras pelo LIDE – grupo empresarial de João Dória Jr. que, entre outros serviços, organiza os regabofe da Tucanolândia nos EUA, para FHC detonar o Brasil pros empresários norte-americanos. 

    Se Moro fosse mais inteligente, entenderia que FHC faz anti-consultoria. Se fosse mais inteligente ainda, entenderia que essa anti-consultoria é paga pelo Governo de São Paulo que deposita milhões na conta de Dória Jr. com a rubrica “publicidade”.

    Se Moro fosse ainda mais inteligente, ligaria os pontos e descobriria que suas palestras no LIDE são pagas pelos cofres paulistas e que sua ilustre e famosa presença constante, é palanque pra João Dória Jr., como candidato de Geraldo Alckmin para a prefeitura de São Paulo. Logo, o dinheiro que Moro recebe é caixa 2 de campanha tucana, pra prefeitura de São Paulo. Transparecendo falsa legalidade, Moro é financiado, descaradamente, pelo tucanato paulista. Mas sua inteligência é limitada pra entender essa trama.

    Infelizmente, falta muita inteligência pro juiz que ganha quase R$80 mil por mês só de salário (acima do teto constitucional). Agora explica: como se ganha tanto dinheiro, sem inteligência?

    O juiz, especialista em lavagem de dinheiro, não sabe nem que o rapaz sorridente à sua esquerda, é o ladrão de merenda mais famoso de São Paulo.

    Será que ele desconfia que, segundo sua lógica, suas palestras pra Tucanolândia paulista poderiam ser interpretadas como consultoria para lavagem de dinheiro de corrupção na merenda?

    Palestras sobre “lavagem de dinheiro” são sempre encomendadas pelos especialistas no ramo. A E-VOLUSOFT, do grupo Mossack Fonseca, também dá palestras sobre o tema para empresários no mundo todo. Palestras que ajudaram Joaquim Barbosa a comprar um apartamento em Miami, bem abaixo do preço e isento de impostos. Ajudou a Rede Globo a esconder patrimônio (helicóptero e até uma mansão numa ilha de reserva ambiental). Orientou até Eduardo Cunha a esconder seu dinheirinho de corrupção no exterior. 
    Veja como todo golpista é especialista em “lavagem de dinheiro”.  Pra gente ver, né… esse dom, não é pra qualquer um… Dirceu, Lula, ou Dilma, não estão na lista de clientes da Mossack Fonseca.      – https://jornalggn.com.br/noticia/as-palestras-de-lula-e-a-logica-de-moro-por-malu-aires

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