Cunha usa falta de consenso no TRF-4 para pedir que seja absolvido

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Agência Brasil
 
Jornal GGN – Após a derrota para o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que rejeitou a liberação das contas de Cláudia Cruz, a esposa de Eduardo Cunha, a defesa do ex-parlamentar entrou com uma nova tentativa de recurso na segunda instância, com base em divergências do julgamento. 
 
É a terceira leva de recursos que o ex-presidente da Câmara dos Deputados ingressa na Corte, contra a sentença de Sérgio Moro que o condenou na Operação Lava Jato. Preso e condenado a 14 anos e 6 meses, a sua pena foi reduzida em quase um ano no TRF-4, já que Moro o havia sentenciado a 15 anos e 4 meses.
 
Cunha é acusado de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e evasão de divisas envolvendo um dos contratos da Petrobras, o de exploração de um campo de petróleo na República de Benin. Segundo a denúncia e a investigação, o ex-parlamentar teria recebido R$ 1,5 milhão como propina por este contrato.
 
A defesa dele entrou com embargos de declaração sobre o embargos infrigentes, uma vez que a decisão do TRF-4 não havia sido unânime. No final de março, o TRF-4 negou estes recursos. Agora, o advogado de Eduardo Cunha ingressou na noite desta quarta-feira (25) com outro recurso.
 
Desta vez, questiona que a prova usada para o condenar não poderia ser usada – que foi este o argumento do desembargador Victor Laus, o voto divergente, durante o julgamento do primeiro recurso. A defesa pede que Cunha seja absolvido por falta de provas.
 
Ainda, outro questionamento da defesa é que Moro condenou o ex-parlamentar duas vezes por evasão de divisas e somou as penas. Entretanto, o crime deveria ser considerado único, como o próprio juiz havia apontado a “continuidade delitiva”. Esse ponto havia sido levantado também pelo próprio relator, o desembargador João Pedro Gebran Neto, mas foi vencido pelos demais desembargadores.
 
Recurso esposa
 
Entretanto, as últimas decisões do TRF-4 não vem sendo favoráveis ao réu. Os desembargadores da 3ª Turma do TRF-4 já haviam negado um recurso da esposa de Cunha, Cláudia Cruz, que pedia que suas duas contas bancárias que foram congeladas pela Justiça com aproximadamente R$ 620 mil fossem liberadas.
 
O pedido já foi negado pela Vara Federal de Curitiba e, por isso, a defesa de Cláudia Cruz remeteu o caso à segunda instância. O congelamento foi feito por ação de improbidade administrativa, porque Cláudia teria dívidas tributárias por envio ilegal de recursos ao exterior, em caso acusada juntamente com Eduardo Cunha.
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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