Deputados alertam sobre palestras de Dallagnol a CNMP

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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“A confusão entre o interesse público e o privado é manifesta e estarrecedora”, afirmaram Wadih Damous e Paulo Pimenta
 

Foto: Reprodução
 
Jornal GGN – Após a notícia de que o procurador da República e coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, Deltan Dallagnol, cobraria entre R$ 30 mil e 40 mil para dar palestras, os deputados da oposição Wadih Damous (PT-RJ) e Paulo Pimenta (PT-RS) entraram com uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), pedindo esclarecimentos.
 
Coluna divulgada por Mônica Bergamo nesta segunda-feira (19) mostra que o procurador pediu a uma empresa que oferecia as suas palestras para retirar “imediatamente” as informações do site. A empresa Motiveação trazia informações de Dallagnol como um dos palestrantes.
 
Uma página estava dedicada ao procurador, com informações sobre o serviço e também com o valor de até R$ 40 mil por palestra. Mas após a notícia ser divulgada, a página foi retirada, com a mensagem: “Esta página foi retirada do ar, pois não foi autorizada pelo palestrante e nem por sua equipe. A Motiveação Palestras vem por meio desta se retratar por qualquer tipo de prejuízo e/ou situação que tenha vindo a causar ao Sr. Deltan Dallagnol e aproveitamos para deixar nosso apoio ao trabalho muito bem feito que o mesmo vem ajudando a tornar realidade e história em nosso país”.
 
O procurador, que já confirmou a cobrança de palestras realizadas entre 2016 e 2017, e que o valor seria destinado a “entidades filantrópicas ou para a promoção da cidadania, da ética e da luta contra a corrupção”, não informa as quantias dos pagamentos pelo serviço.
 
“A confusão entre o interesse público e o privado é manifesta e estarrecedora”, afirmaram. Ao CNMP, os deputados federais protocolaram uma reclamação disciplinar para “apuração de infração disciplinar resultante do exercício irregular de atividade comercial de vendas de palestras”. 
 
Sobre a manifestação de Dallagnol, de que o dinheiro foi destinado a entidades, os parlamentares lembram que o procurador “admite desenvolver atividade comercial lucrativa proferindo palestras, a pretexto de financiar entidades filantrópicas e gerir um fundo para custear despesas decorrentes de atuação de ‘servidores públicos em operações de combate à corrupção’, depois de descontar o valor de 10% para despesas pessoais e tributos.”.
 
Por outro lado, destacam que “a nenhum funcionário público, seja bem ou mal intencionado, é lícito o exercício de atividade lucrativa para custear a administração”. “Desta forma, não é a destinação do recurso que suplanta a ilegalidade do ato, fosse assim, poderia ser tido por legal o comércio de drogas, desde que a finalidade fosse a de doar parte do lucro obtido para entidades filantrópicas ou para formar um suposto fundo de ‘combate’ ao que quer seja.”
 
Por ser vedado aos membros do Ministério Público “receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas”, segundo a Constituição Federal, os parlamentares solicitaram informações sobre o contrato entre a empresa e Dallagnol e os seus termos.
 
“Ao exercer atividade lucrativa com a venda de palestras, o Reclamado comete infração disciplinar a ser reconhecida e processada por este Conselho Nacional do Ministério Público”, completaram.
 
Wadih Damous e Paulo Pimenta pedem a apuração dos fatos, a lista dos clientes que contrataram suas palestras desde 2014, com os valores cobrados e a declaração à Receita Federal, detalhes de todas essas palestras com datas, locais e temas, informações sobre a conta na qual foram depositados os valores e esses supostos repasses a terceiros, e se foram recebidos valores correspondentes a diárias e outras despesas. 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

39 Comentários

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  1. Uma molecada irresponsável…

    … Que foi alçada pela Globo (… e suas intenções conhecidas…) para um nível de estrelato que, entre outras coisas, reduziu o Brasil a esta triste realidade de hoje. Como bem vem batendo o ex-Ministro da Justiça, Eugênio Aragão, essa geração de Procuradores, arrivista e fútil, busca a fama e a riqueza a qualquer preço. Infelizmente, esse preço quem paga somos nós…  

  2. Quando o direito é praticado

    Quando o direito é praticado como revelação divina, o judiciário acaba por criar essas aberrações. Já disse uma vez, esse puritano curitibano é o mais perigoso dos “santos” da vaza jato porque se acha enviado dos céus. Até quando vamos aturar esses fascistas de toga ?!!!

  3. Procuradorinho de bacacheri

    Este frequentador de raves evangélicas, que se diz em missão outorgada por um obscuro deus do bairro de Bacacheri, em Curitiba, mais uma veza confirma o adágio de que os que muito defendem a moral têm na verdade outras motivações…. Espero que haja uma rigorosa punição a este corrupto.

  4. Falta

    Eugenio Aragão tem falado  sobre essa turma: não tem conhecimento jurídico satisfatório..Eles tem muitas convicções …poucas provas..Ou melhor: nada de provas

    1. Segue o texto completo:
      O

      Segue o texto completo:

      O coordenador da força-tarefa da Lava-Jato é movido por suas crenças. Deltan Dallagnol acredita que pode mudar a forma de combater a corrupção no país. Os brasileiros se acostumaram a ver pela TV o procurador longilíneo, de bochechas rosadas, cabelo bem aparado, óculos de aro fino e trajado de terno preto quando irrompe um novo ato bombástico da operação — o mais recente foi a denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

      A imagem de Deltan Dallagnol também se associou às 10 medidas de combate à corrupção, projeto que chegou ao Congresso com a assinatura de mais de 2 milhões de pessoas. Em busca de apoio, o procurador peregrinou por igrejas batistas. Em fevereiro de 2016, ao ser anunciado por um pastor no Rio de Janeiro para uma palestra à noite, mesclou fé e bom-humor.

      Descrito por amigos como metódico, carinhoso e sossegado, Dallagnol muda o estilo quando sobe no skate ou pega uma prancha. Em 2014, no início da Lava-Jato, viajou para surfar na Indonésia. Desde então, sua única praia é a investigação que desbaratou o esquema de desvio de recursos da Petrobras. Aos 36 anos, coordena a força-tarefa responsável pelos casos de primeira instância da operação, grupo composto por 11 procuradores, que denunciou 239 pessoas, entre elas os maiores empreiteiros do país, e provoca pânico na classe política.

      A trajetória de Dallagnol começa no sudoeste do Paraná. Ele é natural de Pato Branco. Filho de um promotor de Justiça, nasceu em 1980 e aprendeu em casa a separar diversão e trabalho.

      Na graduação, tabelou com o Direito Privado. A monografia tratou de “correção monetária e juros no mútuo bancário”. A guinada à área criminal ocorreu no MPF. No início da carreira, atuou no caso Banestado. Depois, fez mestrado em Harvard. Na prestigiada universidade americana, estudou as provas indiretas, que também o ajudam a embasar as denúncias da Lava-Jato. Diretor da FGV-Direito Rio, Joaquim Falcão observa que Dallagnol se encaixa no “arquétipo” da nova geração de procuradores e juízes.

      De fato, a comunicação é um dos pilares da estratégia do procurador e seus colegas. Quando aparece para uma entrevista, fica claro que ele preparou cada tópico da fala e não foge do roteiro. Assim, dribla a timidez. Cordial, emprega frases de efeito, que também recheiam os processos. Para ele, por exemplo, Lula é o “comandante máximo” do desvio de recursos da Petrobras.

      Advogados e procuradores mais experientes não aprovam o estilo. Adversários dizem que Dallagnol quer “santificar” a Lava-Jato. Colegas negam. Explicam que ele acredita na necessidade de mudanças na legislação, cujas brechas garantem a impunidade.

      O credo colocou as medidas contra corrupção entre as prioridades do procurador paranaense, que enfrenta críticas com dados e frases fortes. Em debates, ouve juristas reclamarem do teor das propostas, consideradas pesadas contra os réus, capazes de criar um Estado policialesco. Deltan não recua. Relator das medidas na Câmara, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) entende todo o empenho.

      “A corrupção é uma assassina sorrateira, invisível e de massa. Ela é uma serial killer que se disfarça de buracos de estradas, de falta de medicamentos, de crimes de rua e de pobreza. – Deltan Dallagnol”

      1. Quando pega no shape o homem se arrepia e se esprita?

        “Descrito por amigos como metódico, carinhoso e sossegado, Dallagnol muda o estilo quando sobe no skate ou pega uma prancha”.

        Gente, mas esse isqueitista é aquele homem sossegado, metódico e carinhoso?

        O homem se esprita quando apalpa um shape. Ele arrepia até os cabelos do sovaco.

    2. Oi, Cintra, pode republicar com letras maiores?

      Cintra Beutler, agradeço sua contribuição, mas preciso criticar uma pequena falha: dá para você submeter o textinho a um OCR, para aumentar o tamanho da fonte? Desculpe, mas até peguei uma lupa e não consegui ler, está muito embaçado. Pode me dar uma dica ou republicar com tipos maiores? Seria um enorme serviço que você prestaria, pois o que você publicou é uma prova contra esse bandido travestido de procurador da república. Aliás, é necessária uma limpeza no serviço público, não se pode conviver com tanto fiscal propineiro, juiz que vende sentença, procurador que procura só nos inimigos e quando não acha, cita a si mesmo como referência ” Que Deus nos proteja desses mendigos intelectuais.

  5. O maior mal do Brasil não é

    O maior mal do Brasil não é outro, senão a Justiça. E este mal jamais aconteceu porque suas leis são malfeitas, ou mesmo malversadas – não mesmo! O mal que a “justiça” brasileira faz ao País é exatamente devido ao excessivo número de mal-intencionados (e até mesmo de indivíduos de mau caráter – como mostram ser muitos dos procuradores e juízes que se tornam vedetes dos noticiários ultimamente).

    É triste ver que a Justiça Brasileira, que hoje ainda abriga e historicamente sempre abrigou tantos luminares (alguns que até se imortalizaram em eventos mundiais), esteja hoje apoiando-se e, até mesmo, criando ditames e fama (obviamente sujos) através do comportamento de indivíduos que não valem o-que-o-gato-enterra.

    É bem verdade que a nossa “justiça” já está se desvirtuando por-conta-do-Bonifácio, desde a famigerada era da maldita “revolução”. Entretanto, a turma de anti-patriotas travestidos de vestais resolveu dar–lhe um puxão em direção ao saco-de-bosta em que ela se encontra atualmente.

    Lembro do meu pai quando me dizia: “Mais vale um mau acordo, filho, do que uma boa briga na Justiça!

  6. Cont…pois morram de inveja

    Lula é referência em escolas de economia mundo afora: Leonardo Stoppa, mestrando numa faculdade de economia na Inglaterra, desenha para vc Dalanhol, e contente-se com sua pequeneza e não tente brilhar às custas de apagar o sol alheio, certo: “em apenas 4 minutos você irá descobrir que os cursos de Economia na Inglaterra estudam Lula e que mais de 5 mil teses de doutorado citam Lula. Lula ensina economia para o mundo todo.”

    https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1545604825532468&id=254476531311977

    O “não-diploma” de Lula não impede que universidades de ciências sociais o citem e o chamem para receber títulos de Dr. Honoris Causa,  foram dezenas de títulos recebidos e os vira-latas como moro, dalanhol e marionetes teleguiadas se mordendo por isso…

    https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1750934168267519&id=640377075989906&fs=5
     

  7. Inveja mata

    Esses invejosos preconceituosos como Moro e Dalanhol nao conseguem entender porque Lula é citado mundo afora por pesquisadores de áreas como economia, politica e ciencias sociais. Muito menos sabem porque Lula tem recebido tantos títulos de Dr. Honoris Causa nas universidades mais respeitadas do mundo. Morrem de ódio e inveja por causa disso, imagina só um torneiro mercânico ser referência em ambientes de pesquisa e conhecimento. Dalanhol para ser citado teve que citar a si mesmo ao pedir a prisão de Lula (sem provas). Conformem-se meus queridos, pois o lugar de Lula está reservado na história, por favor se recolham às suas reles insignificâncias de carrascos, é este o papel que será relegado a v. sas: alguém sabe quem foram os carrascos de Tiradentes, Zumbi dos Palmares, Che…

  8. Nao é só as palestras de Satã
    Nao é só as palestras de Satã que precisam ser investigadas a do demo também. Lula faz parte da história, e os dois sem dúvida, serão lembrados com parte da escória.

    Ps: os dois juntos tem responsabilidade no desemprego de 14 mi de brasileiros.

    1. Moro investiga Lula a três

      Moro investiga Lula ha três anos e até o presente momento nada foi encontrado contra Lula.

      Só para lembrar, Lula enquanto presidente, do primeiro ao último dia dos seus 2 mandatos presidenciais não deu nenhuma palestra. 

      As palestras de Lula foram dadas depois que ele deixou a presidência.

      TUDO, Absolutamento tudo sobre as palestras de Lula foi exaustivamente investigado, e nada de irregular foi encontrado. Para desespero de Moro…

      se tiver algo que Moro não saiba, por favor se dirija ao MPF e faça sua denúncia…

  9. Skills

    Dois fofos:

    Carinhoso, gentil, metódico, eximio esqueitista e surfista de escol, esse é o Delaguenol

    Carinhoso, gentil, simpático, envolvente, eximio patinador e piloto de moto – só não sabe  Power Point.

    Não é o Delaguenol, é o MANÍACO DO PARQUE.

    Pessoas perfeitinhas e com  habilidades especiais  podem ser  assustadoras.

    No mais, a representação dos deputados está muito bem fundamentada, especialmente no aspecto da lógica. Só peca pela modéstia.

    Cadê a exposição pública e o indefectivel Power Point para convencer o Conselho?

    Cadê a convicção e o espalhafato que o Delaguenol merece?

    Espero que essa representação seja o início do grande retorno que a vida lhe dará.

  10. O Dallagnol tá convicto de que é um Procurador-Palestrante?

    Ou ele tem convicção de quem é um Palestrante-Prucurador?

    Ele faz apenas uns bicos nos finais-de-semana e feriados. Deixa o sujeito ganhar dinheiro.

  11. Essa turma só se criou pela

    Essa turma só se criou pela corvardia ou leniencia dos tribunais superiores

    e pelo grande auxilio que recebeu dos cães raivosos da midia, pelo menos enquanto lhe forma úteis, essa é a verdade……..

  12. Paradoxal

    Empresas falidas e milhões de desempregados na tentativa de culpar e prender exatamente a quem desenvolveu o Brasil e criou mais empregos.

    Dar prêmio a bandido que nada tem para falar contra Lula está sendo tão mal negócio que sobrarão alguns poucos culpados com tornoceleira, em casa, e mais nada. Apenas a destruição do Brasil. O General Pirro teria muito a aprender nesta cruzada do Dallagnol

  13. “O coordenador da

    “O coordenador da força-tarefada Lava-jato é movido por suas crenças”.

    A primeira frase do texto já explica tudo.

  14. Dalagnol é o tipo que come

    Dalagnol é o tipo que come pelas beiras. Assim que se viu à sombra de Moro, pensou em se lcupletar da oporunidade de apareer. Juntou a posição de magistrado com a de meio-pastor, talvez pra ir conseguindo um reduto eleitoral entre os incautos das diversas igrejas. Se duvidar, nem lê a Bíblia. Se duvidar, não sai dos templos sem levar uma graninha, que é o que não faltam entre esses canalhas que manipulam as mentes incoentes de nosso Brasil. Ganhar dinheiro fácil é bom demais. Agora, vamos dar palestras e cobrar por elas. 40 mil hoje, talvez 2×40, ou 3, em uma semana, já dá um bom salário.

    Não gosta de Dilma, mas bem que se aproveitou do programa Minha Casa Minha Vida pra investir. 

    Vamos somando, mesmo sem precisão, o que esse camarada já amealhou com sua pose de magistrado famoso. Salário pago pelo povo, com penduricalhos e tudo; investimento de casa que seria do povão; palestras pagas, etc., se o que sai nas redes nunca é tudo. Cada dia a gente vai vendo mais alguma novidade desse homem. Vai se candidatar, com certeza. Moro, talvez, não caia nessa, porque fala muito fino, e não é convincente, mas quem participa de cultos evangélicos aprende muita coisa, inclusive a ser desonesto com o falar.

  15. Néscios, beócios e requisitados
    Com grana pelo ladrão, querem mais e posam de éticos.
    CNJ, STF, STJ, TCU, CGU, ninguém controla essa reca de almofadinhas? Nem em nome da lisura do serviço público?

  16. Enquanto isso, o Janot…

    “Empunham estrepitosamente a bandeira do estado de direito, mas desejam mesmo é defender os amigos poderosos com os quais se refestelam nas regalias do poder”. – Janot

    Porque o Janot não dá nome ao boi Gilmar?

    A Lavajato, por sua vez, ataca seletivamente alguns poderosos ao tempo em que atira na lama a bandeira do estado de direito.

    Porque o Janot não manifestou sua indignação quando o Sérgio Moro indeferiu as perguntas formuladas pelo Cunha que colocavam o Michel Temer numa saia justíssima?

  17. O Elemento age de forma incorreta mas doa o dinheiro que ganha

    Em breve, o $érgio Moro montará um posto de venda de sentenças e doará o dinheiro faturado para o fundo de combate à corrupção do Dallagbosta, nada obstante a Lei Orgânica da Magistratura vede, no seu art. 36, I, o exercício de comércio pelos Magistrados.

    Por uma causa nobre, pode-se violar as leis.

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