Em mais uma acusação, PGR pede maior prazo para investigar Aécio

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Gilmar Mendes decidirá se arquiva ou estende a entrega da investigação contra Aécio
 

Foto: Arquivo/ABr
 
Jornal GGN – A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu mais 60 dias entregar a investigação contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) no caso relativo ao recebimento de quantias ilícitas pela Odebrecht, em 2014, para a campanha eleitoral. É pelo menos a terceira denúncia de Aécio que a PGR pede prorrogação, ameaçando o arquivamento dos casos.
 
Neste, o relator é o ministro Gilmar Mendes. A ele, Dodge encaminhou um parecer no dia 12 de novembro, explicando que um dos documentos precisa da realização de uma perícia. 
 
É um contrato original fechado entre a Construtora Norberto Odebrecht e a empresa PVR Progapadan e Marketing Ltda, datado do dia 15 de janeiro de 2014. Na visão dos investigadores, os pagamentos sem declaração à Justiça Eleitoral teria sido feitos por meio de contratos fictícios, sem a prestação de serviço.
 
“A perícia deverá analisar os dados referentes à data de criação/modificação dos arquivos [metadados], entre outras informações que possam comprovar que o contrato foi elaborado em data posterior apenas para ‘cobrir’ pagamento de propina ao senador Aécio Neves”, escreveu Raquel Dodge, no pedido a Gilmar.
 
A PVR Propaganda e Marketing pertence a Paulo Vasconcelos, um dos responsáveis pela campanha do senador tucano, que disputava a Presidência da República em 2014. 
 
O inquérito teve como base as delações premiadas de três ex-executivos da Odebrecht, informando que a campanha de Aécio recebeu propina e caixa dois em 2014. Entre os delatores, as acusações partiram do ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, e do ex-diretor de Relações Institucionais da empresa, Cláudio Melo Filho.
 
Neste caso, a defesa de Aécio nega as acusações e defende que o prazo seja aumentado, porque, segundo o advogado Alberto Zacharias Toron, o “aprofundamento das investigações vai comprovar a absoluta correção de todos os atos do senador”. 
 
Além disso, para protelar ainda mais as apurações, a defesa do senador tucano sustenta no Supremo Tribunal Federal (STF) que o caso deveria ser investigado pela Justiça Eleitoral, por se tratar de doações, “não tendo correlação direta com supostas contrapartidas”.
 
Gilmar Mendes, que é relator deste processo, não tem um prazo para aceitar ou negar o pedido de Raquel Dodge. Entretanto, esta não é a primeira vez que a Procuradoria pede um prazo maior para concluir as investigações contra Aécio e, em diversas situações, o ministro do Supremo já indicou que discorda de seguir uma investigação por muito tempo.
 
Em abril, Gilmar concedeu mais 60 dias à PGR para apurar se Aécio Neves manipulou informações prestadas pelo Banco Rural na CPMI dos Correios, em acusação que partiu do ex-senador Delcídio Amaral. 
 
Em junho, a Procuradoria pediu outros 60 dias para prorrogar mais dois inquéritos contra Aécio Neves: duas acusações de receber vantagens indevidas da Odebrecht, em 2014, um de relatoria do ministro Ricardo Lewandowski e outro a atual acusação que está sendo, novamente, estendida.
 
“O prazo de tramitação desta investigação é razoável com a complexidade dos fatos em apuração. Não se trata de apuração de atividade criminosa simples, mas sim de esquema de pagamento de milhões de reais envolvendo lavagem de dinheiro por meio de contrato fictício, além do sofisticado sistema de pagamento de valores em espécie por meio de doleiros a mando da Odebrecht”, defendeu agora Dodge.
 
Entretanto, caberá a Gilmar Mendes decidir se concede outros 60 dias ou se arquiva a investigação. 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. 1.o de JANEIRO. ESTAMOS CONTANDO OS MINUTOS….

    Não adianta tentar o golpe fornecido a Azeredo, que quase garantiu a Prescrição. Jogada que garantiu a Barroz Munhoz o arquivamento de seus Processos e os 2 bilhões em desvios que ficarão para a História. Tentativa que fornecem também a Paulo Preto, tendo como Fiel Escudeiro Gilmar Mendes. Não serve como desculpas pela falta do Espetáculo de Conduções Coercitivas, Prisões Provisórias, Delações Premiadas e Powerpoint’s. Nas estas protelaçõs tem data certa para terminar. E estaremos esperando na porta. Veremos se Sérgio Moro cumprirá seu papel de Escudeiro da Justiça contra a Corrupção. Não existe outro caminho. A fila é grande: Temer, Rocha Loures, Serra, FHC, Picolé, Aécio, Cel. Lima, Paulo Preto, Casagrande,…Não eé a suposição de Sitios e Aptos de Classe Média. São 3,5 milhões com Ficha assinada e Cidadania revelada em Documento de Banco da Suiça, pela Filha do então Senador Tucano. São mais de 40 milhões de Reais que o Governo e Justiça Siços garantem pertencer ao Tucanato. Haja Cerveja !!!  Contamos cada minuto.    

  2. Justiça divina
     

    Se deus quiser, aécio vai terminar seu mandato e se eleger a outro, enquanto mantém-se intocável pela sua condição política.

    Na pior das hipóteses, acusações que pesam contra eles irão prescrevendo e ele morrerá rico, e de velhice.

    Afinal, ele  é bem nascido e filho de deus ( mamon ) e não de  mamona ( assassina).

    Finalizando o meu comentário ridículo acrescento o meu Affff!!! para o nobre e respeitável político.

    Justiça é pra quem pode e não pra quem precisa.

      

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