Em resposta a políticos, Janot diz que investiga fatos, não instituições

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, emitiu uma nota à imprensa nesta segunda-feira (20) respondendo aos ataques de políticos investigados na Lava Jato que reagiram mal às ações da Polícia Federal durante a operação Politeia. Na semana passada, a cúpula do Congresso subiu o tom contra o PGR, alegando que as autoridades que investigam os esquemas de corrupção na Petrobras afrontam o Legislativo com suas “motivações políticas”.

Segundo Janot, a relação do Ministério Público com os Poderes da República “é, e sempre será, de harmonia e, acima de tudo, de respeito. Como é de conhecimento público, a Constituição Federal atribui ao procurador-geral da República, sob supervisão do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, a condução de investigações de forma sóbria e responsável em relação às altas autoridades da República, sejam elas do próprio Ministério Público ou dos Poderes Legislativo, Judiciário ou Executivo”, afirmou. “O PGR, no exercício regular de suas atribuições, investiga fatos, jamais Instituições”, acrescentou.

“No contexto de um regime democrático, o Ministério Público sempre buscou o diálogo permanente com os Poderes constituídos no propósito de fortalecer a República brasileira, o que passa necessariamente – ao contrário das declarações desairosas veiculadas em matéria jornalística – pelo funcionamento de um Senado Federal altivo e de pé”, concluiu.

Na semana passada, Renan Calheiros e Eduardo Cunha, presidentes do Senado e da Câmara, respectivamente, dsipararam críticas ao Ministério Público Federal, ao Supremo Tribunal Federal, a Janot e até mesmo ao juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sergio Moro. Acuados, eles adotaram o discurso de que o PGR ajuda o Planalto a desqualificar o Congresso com denúncias sem fundamentos.

Segundo falas creditadas a interlocutores de Renan pela velha mídia, o senador teria classificado a ação da Polícia Federal como um show midiático para descredenciar os políticos em meio à crise do governo Dilma Rousseff. A operação Politeia focou em congressistas suspeitos de terem sido beneficiados pelo esquemas de corrupção na Petrobras, como Fernando Collor (PTB).

Já Cunha acusou o governo Dilma de pressionar diretamente Janot para obter delações premiadas que compliquem ainda mais a situação dele diante do STF. Para Cunha, em troca de denúncias que interessam ao Planalto, existe a promessa de que Janot será reconduzido à chefia da PGR. O mandato dele termina nas próximas semanas.

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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