Ministro do Turismo é suspeito de lavagem de dinheiro no esquema de laranjas, diz PF

Investigadores ouviram quatro mulheres que foram usadas como candidatas laranjas pelo PSL de Minas Gerais quando Marcelo Álvaro Antônio era o presidente da sigla no estado

Jornal GGN – A Polícia Federal apura suspeita dos crimes de falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, supostamente praticados pelo ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, no esquema de candidaturas de laranjas do PSL em Minas Gerais na eleição de 2018. As informações são da Folha de S.Paulo.

Segundo o jornal, após 30 dias de investigação, a PF vê elementos de participação do ministro no esquema. Álvaro Antônio era presidente do PSL mineiro na eleição de 2018.

Além de depoimentos de candidatas usadas como laranja, os investigadores receberam áudios e documentos incluídos no inquérito que não tem previsão de ser concluído. O Ministério Público de Minas Gerais também investiga o caso.

A primeira reportagem sobre o esquema, publicada pela Folha em 4 de fevereiro, mostrou que quatro candidatas do PSL em minas receberam R$ 279 mil. Ao menos R$ 85 mil desse valor parou oficialmente na conta de quatro empresas de assessores, parentes ou sócios de assessores de Álvaro Antônio.

Até o momento, a PF ouviu quatro candidatas. O depoimento mais recente aconteceu na semana passada, em Belo Horizonte, de Neia Rodrigues, que até então não tinha aparecido no caso. Ela disse aos investigadores que também foi usada como laranja.

Antes dela, a PF ouviu Zuleide Oliveira, de Santa Rita de Caldas (MG), a primeira a envolver diretamente o ministro do Turismo no esquema. Ela disse que teve uma reunião com Álvaro Antônio, em setembro do ano passado. O então deputado e presidente do PSL mineiro lhe ofereceu R$ 60 mil do fundo partidário para sua campanha, mas em troca Zuleide deveria devolver R$ 45 mil.

A PF colheu depoimentos de outras duas mulheres ainda não identificadas. Reportagens da Folha mostram ainda relatos de outras duas: Cleuzenir Barbosa e Adriana Borges. A primeira contou que o ministro tinha conhecimento do esquema. A segunda disse que um assessor de Álvaro Antônio pediu para ela devolver R$ 90 mil de dinheiro público ao partido.

Leia também: Ex-candidata do PSL desmente versão de ministro sobre candidaturas “laranjas”

O ministro nega a participação no esquema e diz que todas as declarações do uso de fundo partidário foram feitas dentro da lei à Justiça Eleitoral. As investigações da PF seguem sob sigilo.

A Folha também revelou outros esquemas semelhantes em Pernambuco, levando à queda do ministro Gustavo Bebiano (PSL-PE) da Secretaria-Geral da Presidência. Ele era presidente nacional do PSL no ano passado e agora atua como segundo vice-presidente da Câmara dos Deputados.

Em Pernambuco, uma candidata laranja a deputada federal, Maria de Lourdes Paixão, recebeu R$ 400 mil de dinheiro público na eleição de 2018. Ela foi a terceira candidata que mais recebeu dinheiro do partido, mais até do que Bolsonaro, e recebeu apenas 274 votos. A candidata a deputada federal mais bem votada da sigla, Joice Hasselmann (SP), recebeu menos recurso do fundo partidário, e foi eleita com 1,079 milhão de votos.

Leia também: PF abre inquérito para investigar ministro do Turismo sobre candidaturas laranjas do PSL

 

Redação

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