“Pau mandado” de Cunha mira erros na origem da investigação contra Youssef

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Deputado quer ir ao Canadá checar informações sobre grampo telefônico em Alberto Youssef, autorizado por Sergio Moro. Irregularidades na operação podem favorecer Eduardo Cunha e outros acusados pelos doleiro

Jornal GGN – Há alguns dias, o deputado Celso Pansera – do PMDB fluminense, assim como Eduardo Cunha – ganhou os holofotes da mídia por ter sido classificado como “pau mandado” do presidente da Câmara. Pansera estaria fazendo uso da CPI da Petrobras para atacar detratores de seu aliado. Por exemplo: Alberto Youssef, doleiro investigado por esquemas de corrupção, disse à força-tarefa da Lava Jato que Cunha foi destinatário de propina. O resultado? Teve pedidos de quebra de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de suas filhas, esposa e irmã assinados por Pansera.

Quando começou a circular pelos corredores do Congresso que Julio Camargo decidira incluir Cunha em sua delação premiada – o presidente da Câmara foi acusado de cobrar pessoalmente 5 milhões de dólares em propina, dinheiro que seria usado em campanha eleitoral -, Pansera decidiu apresentar um requerimento cobrando a presença do empresário na CPI da Petrobras. Dias depois, sua advogada, Beatriz Catta Preta, foi convocada a prestar esclarecimentos por Pansera – este, por sua vez, nega que esteja agindo a pedido de Cunha, embora já tenha convocado até o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para depor na CPI.

Pansera agora decidiu investir em outra frente que favorece Eduardo Cunha: descobrir se há brechas legais na raiz da investigação contra Alberto Youssef. No último dia 9, ele solicitou que uma comitiva da CPI da Petrobras viaje ao Canadá para tomar depoimento do gerente de Engenharia da BlackBerry, John McNeely.

Para justificar o pedido, o deputado lembrou que, “no nascedouro da Lava Jato”, um dos mecanismos utilizados pelas autoridades para chegar a Youssef foi o uso de interceptações telefônicas e telemáticas. “Como amplamente divulgado, Youssef e seus comparsas utilizavam-se do aplicativo da BlackBerry chamado ‘BBM’, com mensagens criptografadas. O próprio juiz federal [Sérgio Moro] que autorizou a quebra de e-mails e BBMs destacou serem necessários ‘métodos modernos de investigação’ para elucidar as transações dos doleiros.”

Em outro trecho, Pansera escreveu que teve acesso à “informação de que a BlackBerry não possui base ou sede de tratamento de dados no Brasil e que este armazenamento ocorre no Canadá. Assim, estas informações só poderiam ser fornecidas pela base daquele País. A presente diligência externa é de suma importância para se possa ter conhecimento da forma com que estes dados foram obtidos, tratados e compartilhados, visando, sobretudo, combater o vazamento seletivo de informações sigilosas e preservar a legalidade da Lava Jato.”

Vulnerabilidade

A questão atacada por Pansera já foi questionada no âmbito da Lava Jato pela equipe do advogado Celso Vilardi, que defende João Auler, executivo da Camargo Corrêa. Segundo petição assinada pelo escritório do criminalista em janeiro passado, não está claro se a manobra autorizada por Moro para conseguir o material contra Youssef foi completamente regular, e tampouco há a disponibilidade integral de seu conteúdo.

Vilardi não só alegou cerceamento da defesa – já que parte do que foi colhido com o grampo não foi juntado aos autos – como destacou que a interceptação autorizada por Moro foi “prospectiva” e, portanto, foge à regra habitual, que é ter um objeto claramente definido a ser investigado. 

À epoca do grampo, Youssef não era o foco dos investigadores, que rastreavam pessoas ligadas ao ex-deputado José Janene. O doleiro e o início do que é a Lava Jato hoje são consequências da quebra de sigilo telefônico e telemático que ocorreu em outro inquérito.

Leia mais: Lava Jato não pode ser anulada como a Castelo de Areia

Se o requerimento de Pansera for aceito, a CPI da Petrobras terá condições de investigar se Moro deixou alguma brecha que possa tornar a participação de Youssef na Lava Jato vulnerável. Nesse caso, Eduardo Cunha – assim como outras figuras citadas pelo doleiro – poderia requerer a nulidade das delações.

Porém, na visão de Vilardi, isso deve ser visto com algumas doses de pessimismo, pois a Lava Jato “‘não é um caso como a Castelo de Areia” – operação que caiu por terra principalmente por causa da teoria dos “frutos contaminados”. “Uma anulação da interceptação não obrigatoriamente vai anular todo o processo da Lava Jato. Há confissões, outras delações. Em alguns casos, depende, pode até haver anulação parcial. Mas isso vai ser julgado pelos tribunais. A última palavra deve ser do Supremo”, disse o criminalista, em entrevista publicada em maio pelo GGN.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

18 Comentários

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  1. Como disse Leonardo Boff:

    Como disse Leonardo Boff: Eduardo Cunha é bandido profissional; e perigoso. Se outros investigados e acusados não tomaram providências contra possíveis ilegalidades cometidas (tais como grampos telefônicos e telemáticos ilegais), Eduardo Cunha cèleremente tomou providências e acionou sua tropa na Câmara. Que há várias irregularidades na condução da lava jato, até os simples mortais sabemos. Agora a briga começa a esquentar; e promete!

  2. Tá estranho ou não tem nada de estranho, Nassif?

    A “Doutora Delação” pede o boné e vai embora, de repente? Estranho…

    22 de julho de 2015 | 15:17 Autor: Fernando Brito no Tijolaço

    catta

    Pode ser “teoria da conspiração” ou não, mas é estranhíssimo o desligamento da advogada Beatriz Catta Pretta dos clientes que fizeram delação premiada na Operação Lava Jato.

    Para recordar: Catta Pretta foi a responsável por levar Paulo Roberto Costa (com quem aparece na foto do post)`a época defendido pelo criminalista Nélio Machado (que era  contrário a isso), a fazer um acordo com o Ministério Público e o Juiz Sérgio Moro, em agosto do ano passado.

    De lá para cá tornou-se a representante dos principais delatores: além de Costa, Augusto Mendonça (Toyo Setal), Pedro Barusco e Júlio Camargo, que denunciou o achaque de Eduardo Cunha.

    Todos eles, nos acordos que ela orientou, aceitaram deixar de defender-se, aceitaram penas e assumiram devolução de dinheiro roubado e multas judiciais.

    Agora, de repente, Beatriz abandona tudo e, diz a Folha, vai embora do Brasil, possivelmente, segundo o jornal, para trabalhar em Miami.

    Justamente depois que seu cliente Julio Camargo relatou não apenas os tais achaques de Cunha, mas também o medo de retaliações.

    Algo muito estranho há nesta história.

    Catta Preta incendiou o caso da Lava Jato com as delações e agora some, por um passe de mágica?

     

    1.  
      … Será que a madame

       

      … Será que a madame advogada ‘neoestadunidense’ comprará um apê no mesmo bairro nobre e condomínio ‘pra lá de chique’ do “ex supremo” Barbosinha?
      Dois anjos, dois vizinhos!
      Poderão até “bater panelas juntinhos”!
      Pausa para chorar dessas desgraças que nos infelicita há muito!…

      ***

      Diabo vai ser caso “a cheirosa” “invente ouvir o rábula psicopata do Mentirão”:

      no quesito ‘burlar o fisco do Tio Sam’!
      Essas ‘pedaladas transnacionais’ que criam empresas fantasmas e de fachada (sic)’alaranjada’!…

      “‘Nois’ sofre, mas ‘nois’ goza!” Macaco Simão

       

      Messias Franca de Macedo

      Feira de Santana, Bahia

      República de ‘Nos’ Banans

  3. Do jeito que esse governo

    Do jeito que esse governo segue um enredo imprevisível, não me surpreenderia que o governo Dilma veria o fim da lava jato – o principal algoz do governo, tanto no plano político como no econômico  –  graças a ação de seu mais terrível fogo-amigo, Eduardo Cunha. Olha, nessa altura do campeonato não dúvido de mais nada.

  4. ENFIM….ENCONTRARAM O

    ENFIM….ENCONTRARAM O “ICEBERG” DAS “ILEGALIDADES” DO INÍCIO DAS “INVESTIGAÇÕES”….IREI USAR “POR ANALOGIA” A MESMA FRASE JÁ CONHECIDA DE TODOS: “FOLLOW THE MONEY…FOLLOW THE BBMs”

  5. Eduardo Cunha faz o que

    Eduardo Cunha faz o que nenhuma das mariconas do PT tem coragem de fazer. Enfrentar as ilegalidades do juiz Moro à frente da Lava Jato. Para isso usa o poder que tem nas mãos. Pra que serve o poder, senão para ser usado quando interessa a quem possui, especialmente em qualquer tempo se o utiliza em benefício próprio, de interesses pessoais ou de ideologias a que serve? É assim em qualquer situação registrada na história por qualquer governo, seja de direita, de esquerda, de centro ou coisa que o valha.

    O republicanismo de Dilma e de seu partido espera pela guilhotina que se aproxima quando então não lhes restará mais nada, nem poder para ser usado e nem o mais trivial reconhecimento de sua honestidade, porque será apeada como ladra, até que a história um dia lhe faça justiça.

    Nisso clap, clap, clap para Cunha, um guerreiro que não descerá ao cadafalso morrendo de vésperas. Que fique porém registrado que o uso do poder neste caso, não é para obstaculizar investigações, impedir que a verdade apareça e a justiça seja feita, tão somente para que não se pratique crimes com o fito de desvendar outros crimes, a pretexto dos fins justificarem os meios, especialmente se quem tem o dever de agir dentro da lei, ultrapassa os limites da lei, em nome de uma justiça cega

    Mesmo que depois os velhotes do STF, aboletados no conforto de suas togas não cumpra com o papel que lhes cabe, o de aplicar o direito a quem deve possuí-lo, acovardados pelo clamor midiático que produz os linchadores em rede, tal como fizeram com os mensaleiros, condenados sem a mais comezinha prova para depois entregarem o congresso nacional nas mãos dessa turma que ora afronta a república com uma pauta reacionária que está destruindo conquistas consagradas na carta magna.

     

    1. de machos e maricones

      Quando o blog mostrou o video de uma audiência da Lava Jato em que o juiz Moro conversava com um réu e este começava a chorar dizendo que “queria ajudar a Justiça mas não tinha forças”, todo mundo chamou o juiz de sádico, torturador, psicopata, linchador, que fazia tudo por uma confissão. Agora você vem aqui tecer elogios a Eduardo Cunha, chamando-o de guerreiro, corajoso, em contraposição aos “maricas” do teu partido. O mesmo Cunha que ameaçou a um empresário e sua família caso ele não pagasse a propina exigida, num video que ficou famoso algum tempo atrás. Muito “macho” mesmo esse sujeito.

      1. Eu não sei se Cunha ameaçou

        Eu não sei se Cunha ameaçou ou deixou de ameaçar a quem quer que seja. É o que diz um ladrão que tem a corda no pescoço e encontra-se numa masmorra debaixo de intensa pressão para dizer o que o juiz que o prendeu deseja ouvir.

        Marcelo Odebrecht foi preso quando não havia nenhum fundamento legal que justificasse sua prisão. Ficou solto por quase um ano. Quando viram que dos bagres que prenderam nada sairia, esse nada quer dizer pegar o barbudinho, os nove dedos, ainda que para isso a República seja destruída, porque não sobrará pedra sobre pedra nem para o atual governo e tampouco para oposição que não sairá incólume dessa, Marcelo abrindo a boca e contando o que sabe, cai a República, resolveram trancafiar o tubarão.

        Trancafiado descobriram uns códigos no telefone celular dele, ou seja, obtiveram provas depois de uma prisão abitrária, com base nessa prova o denunciram, quando já encontrava-se preso, solto não conseguiram nada, a não ser o disse-me-disse dos ladrões delatores que bem serviu para prisão do empreiteiro.

        No mundo de Moro prende-se e depois encontra-se provas para justificar a prisão.

        Detesto Eduardo Cunha, mas o admiro pela coragem de ir até as últimas consequências e uma das que mais estou gostando é essa dele usar do poder que tem para confrontar o poder de outro ditador que usa o cargo para fins políticos e com isso está destruindo empresas nacionais, empregos e gerando um clima de instabilidade que não sabemos aonde vai chegar.

        Façam-se de ignorantes e reneguem os fatos de como a crise mundial econômica começou e em que país e quais medidas foram tomadas para se punir os causadores.

        O governo Obama mandou a casa da moeda fabricar 700 bi para estancar a sangria que colocou a Grécia com o pires nas mãos, a Espanha em situação flimentar, o Brasil nessa difícil travessia dentre outros países.

        Nenhum dos responsáveis foi punido pela justiça americana tão decantada e modelo para Moro.

        As corretoras todas salvas, algumas das quais estão operando no maior cinismo dando nota e rebaixando economias.

        Seus operadores com suas fortunas multibiolinárias a salva de qualquer confisco, com seus executivos recebendo bônus ainda nos dias que correm.

        Aqui esse juiz desencadeou um processo que já coloca a Odebrecht sob investigação internacional o que nenhum país do mundo faria com suas empresas nacionais. Vide Alston, Siemens e seus acordos de leniências que abafaram um monumental escândalo de corrupção basedo em corrupção ativa que chegou bem aí em São Paulo e que a justiça tucana finge que não existiu.

        O que dizer do caso do senador Cassio Cunha Lima cujo processo caminha para prescrição dependendo de uma decisão deste mesmo Moro que até hoje não se rogou a fazê-lo por razões poíticas mais do que suspeitas?

        Sim, meu caro, clap, clap, clap, para Cunha em confrontar o poder autoritário desse juiz ainda que as razões não sejam nada nobres como não são as dele e os fatos o demonstram.

         

         

         

        1. Esquiber, fantástico o teu

          Esquiber, fantástico o teu texto, e o Bento! Bem o Bento, que se  recolha-se á sua insignificância de um postador sem argumentos.

          Mostrou que não é um defensor de réus.

          1. Fantástico e muito

            Fantástico e muito “significante” o teu comentário, quem defende Eduardo Cunha dispensa argumentos. clap clap clap

        2. Febeapá

          É tanta falácia, estultice e bazófia que dá preguiça até de começar a refutar. Mas eu tenho todo o tempo do mundo..

          Eu não sei se Cunha ameaçou ou deixou de ameaçar a quem quer que seja. É o que diz um ladrão que tem a corda no pescoço e encontra-se numa masmorra debaixo de intensa pressão para dizer o que o juiz que o prendeu deseja ouvir.

          Deixa eu ver se entendi: quando um empresário está preso e chora pra ser solto ele está sendo sincero e o magistrado é um bruto, mas quando esse mesmo empresário está preso e acusa um deputado com ficha corrida kilométrica de ameaçá-lo, daí esse empresário não passa de um ladrão sem credibilidade tentando se safar. Haja coerência nesse teu juizo das pessoas hein.

          Marcelo Odebrecht foi preso quando não havia nenhum fundamento legal que justificasse sua prisão. Ficou solto por quase um ano. Quando viram que dos bagres que prenderam nada sairia, esse nada quer dizer pegar o barbudinho, os nove dedos, ainda que para isso a República seja destruída, porque não sobrará pedra sobre pedra nem para o atual governo e tampouco para oposição que não sairá incólume dessa, Marcelo abrindo a boca e contando o que sabe, cai a República, resolveram trancafiar o tubarão.

          blá blá blá.. fico imaginando o que aconteceria se a defesa de Marcelo Odebrecht usasse essa linha de argumentação quando recorreu da prisão dele ao STF. Até Gilmar e Lewandowski ficariam envergonhados, e olha que eles não costumam se chocar tão facilmente.

          Trancafiado descobriram uns códigos no telefone celular dele, ou seja, obtiveram provas depois de uma prisão abitrária, com base nessa prova o denunciram, quando já encontrava-se preso, solto não conseguiram nada, a não ser o disse-me-disse dos ladrões delatores que bem serviu para prisão do empreiteiro.

          No mundo de Moro prende-se e depois encontra-se provas para justificar a prisão.

          Você não leu o pedido de prisão de Marcelo Odebrecht, se o tivesse feito saberia que os fatos que a motivaram ocorreram vários meses antes e ele teve todo tempo para se explicar. Na verdade todos os blogs comentavam – inclusive o Nassif – que era questão de tempo até ele ser preso, isso se de fato a Lava Jato tinha alguma coerência pois as denúncias contra eles eram tão ou mais fortes que aquelas que motivaram prisões de outros empresários. E todas essas prisões foram validadas pelo STF, pois estamos falando de gente que tem dinheiro e não perde um segundo sequer numa apelação. Em suma, a Justiça brasileira como um todo considerou justificadas as prisões, mas você está brabinho com o Moro. Eu sei, ele é o culpado. Tem de ter um né? É sempre mais fácil encontrar culpados do que raciocinar por conta própria sobre os fatos. Então siga com o script do grupo “pogressista” e seja feliz.

          Detesto Eduardo Cunha, mas o admiro pela coragem de ir até as últimas consequências e uma das que mais estou gostando é essa dele usar do poder que tem para confrontar o poder de outro ditador que usa o cargo para fins políticos e com isso está destruindo empresas nacionais, empregos e gerando um clima de instabilidade que não sabemos aonde vai chegar.

          Eu admiro Cunha tanto quanto admiro Al Capone, que nunca passou um dia sequer na cadeia pelos assassinatos que cometeu ou ordenou – as testemunhas morriam antes de chegar aos tribunais. Mas dentro das “regras do jogo” ele ia até as “últimas consequências” e era amado por suas vitórias nos tribunais, tal como você idolatra Cunha. Capone também era um grande “empregador” e benemérito de Chicago e isso era sempre lembrado por seus advogados, tal como você defende bandidos grã finos que sugam dinheiro público a pretexto de darem emprego às massas – a falácia mais estúpida e antiga da face da Terra. Mas chega uma hora que as pessoas cansam da hipocrisia e corrupção. A hora chegou para Capone, chega para Odebrecht e chegará para Cunha. Você pode espernear, mas seus filhos e netos dirão que essa mudança foi a coisa mais importante em 500 anos de história do país, quando finalmente a turma da Casa Grande passou a conhecer de fato o que era uma Senzala. Então lamento se você tem medo porque não sabe onde vamos chegar. Pois quem luta pelo que é certo e justo, jamais tem esse medo.

          Façam-se de ignorantes e reneguem os fatos de como a crise mundial econômica começou e em que país e quais medidas foram tomadas para se punir os causadores.

          O governo Obama mandou a casa da moeda fabricar 700 bi para estancar a sangria que colocou a Grécia com o pires nas mãos, a Espanha em situação flimentar, o Brasil nessa difícil travessia dentre outros países.

          Nenhum dos responsáveis foi punido pela justiça americana tão decantada e modelo para Moro.

          As corretoras todas salvas, algumas das quais estão operando no maior cinismo dando nota e rebaixando economias.

          Seus operadores com suas fortunas multibiolinárias a salva de qualquer confisco, com seus executivos recebendo bônus ainda nos dias que correm.

          Seu desconhecimento sobre economia e justiça dos EUA é quase tão prodigioso quanto seu desprezo pelo funcionamento das instituições republicanas aqui. Sem perder tempo demais explicando o que você não vai entender, adianto apenas os seguintes pontos: 1) os bancos que quebraram nos EUA praticaram todo tipo de esperteza contra seus acionistas e clientes, não contra o contribuinte americano, ninguém obrigou o Fed a socorrê-los; 2) banqueiros raramente vão para a cadeia nos EUA e na Europa, porque eles sempre que são descobertos seus trambiques eles fazem acordos de leniência que resultam em multas bilionárias, mas aqui no Brasil a turma prefere encarar o governo na Justiça pois a chance de impunidade a custo zero é muitíssimo maior. Quantos bilhões a Odebrecht ofereceu para se livrar de um processo? E a AG? Nem um centavo – o pouco que foi e será devolvido aos cofres públicos virá dos delatores que você destesta porque acabaram com a farra dos seus amigos; 3) o que aconteceu com a Petrobras não tem nada que ver com bancos e corretoras nos EUA: aqui você tinha um esquema montado há anos para roubar dinheiro do contribuinte via contratos superfaturados, projetos mal elaborados e operações lesivas de compra e venda de ativos, e isso dá DÉCADAS de cadeia em qualquer país sério (ou seja, qualquer país que você detesta); 4) posso te enumerar uma lista de dezenas de nomes de CEOs CFOs e executivos de grandes empresas americanas que foram pra cadeia por crimes semelhantes ao da Lava Jato, com direito a algemas e câmeras de TV ao vivo, e juizes de 1ª instância esculachando os réus e os tratando como a pior escória da Terra; você consegue citar um único empresário brasileiro que passou por situação similar nos últimos 50, 100, 500 anos? Só unzinho?

          Aqui esse juiz desencadeou um processo que já coloca a Odebrecht sob investigação internacional o que nenhum país do mundo faria com suas empresas nacionais. Vide Alston, Siemens e seus acordos de leniências que abafaram um monumental escândalo de corrupção basedo em corrupção ativa que chegou bem aí em São Paulo e que a justiça tucana finge que não existiu.

          Como eu disse antes, acordos de leniência são a primeira saída buscada pelas empresas sempre. A diferença é que lá fora eles custam caro, e via de regra exigem além da multa bilionária a demissão de executivos e a prisão de alguns subalternos para “prestar contas à sociedade”. Mas aqui esses acordos não custam um tostão pras firmas e seus executivos não estão nem aí para a opinião pública ou a de seus acionistas. Então o lógico seria defender a mudança do nosso sistema na direção de um modelo mais punitivo certo? Do jeito que Moro pretende. Mas não, não é isso que você quer. Você reclama é que seus amigos da Odebrecht não estão tendo as mesmas regalias que outros juizes brasileiros concederam aos maganos do exterior. Em suma, ao invés de aperfeiçoar as instituições brasileiras pelo melhor exemplo, você quer é nivelá-las por baixo.

          O que dizer do caso do senador Cassio Cunha Lima cujo processo caminha para prescrição dependendo de uma decisão deste mesmo Moro que até hoje não se rogou a fazê-lo por razões poíticas mais do que suspeitas?

          Uma mentira repetida mil vezes pode se tornar uma verdade, e em certos círculos pogressistas basta ser repercutida um punhado de vezes. Mas não, infelizmente a Constituição não deixa mentir. 1) Moro não pode tomar decisão nenhuma sobre Cassio Cunha Lima, uma vez que o mesmo é senador da República e goza de foro privilegiado. O único que pode indiciá-lo (a decisão de aceitar a denúncia tampouco é dele) é o PGR Rodrigo Janot. Moro foi incubido de instruir o processo investigativo – autorizar diligências, escutas, quebras de sigilo, etc. 2) Moro só autoriza pedidos, ele não os faz. Juiz não investiga, quem faz isso é a PF e os procuradores federais. São estes agentes que deveriam ter solicitado as providências que você cobra do juiz. Em suma, você está atribuindo a Moro poderes que ele não tem, para tentar responsabilizá-lo depois por omissões de outros agentes públicos sobre os quais nem você nem ninguém da mídia pogressista dá um pio. E tudo isso por quê? 3) Porque é óbvio que vocês não tem interesse algum em fazer justiça e responsabilizar o senador tucano, mas apenas e tão somente tripudiar em cima do juiz paranaense. Se houvesse mesmo algum interesse do PT no caso, já teria o próprio partido encaminhado denúncia contra o senador no Conselho de Ética do Senado. Não fazem nada e ainda reclamam da inação de um juiz que não tem competência para ddecidir sobre o caso. Burrice ou má fé?

          Sim, meu caro, clap, clap, clap, para Cunha em confrontar o poder autoritário desse juiz ainda que as razões não sejam nada nobres como não são as dele e os fatos o demonstram.

          Aplauda efusivamente o quanto você puder, cada um tem o heroi que merece. Aliás faça melhor que isso, venha para Brasília marchar em solidariedade a ele também! Mas como eu disse antes, infelizmente para vocês, as regras do jogo estão mudando. E para melhor. Você vai gritar, vai espernear, mas não poderá fazer nada. Os herois dos seus netos, se algum deles vier a estudar a lei e conhecer história, serão Moro, De Sanctis, Barbosa. Nenhum deles vai lembrar sequer do nome daquele advogado de bicheiros e traficantes tão incensado por aqui, ou do amigo de Ministros do STF Kakay (sou sortudo pois só pego clientes inocentes!), e outras figuras pútridas hoje paparicadas pela mídia interessada como “eminentes criminalistas” e defensores da Constituição. Eles olharão para trás e agradecerão àqueles que consumiram suas carreiras e vidas pela defesa das instituições. E seus algozes, hoje faceiros, amanhã estarão no limbo. E que tratem de fazer “caixa” para se aposentarem logo: pelo andar da carruagem que vai atropelando a tolerância das instituições para com criminosos de colarinho branco, eles serão os próximos a enfrentarem as barras dos tribunais para explicar as quantias milionárias que movimentam no exterior, recebidas mui merecidamente de clientes que as desviaram do bolso do contribuinte.

          1. Menas Bento, menas!

            Na Alemanha o von Pierer, CEO da Siemens, foi enxotado da Empresa.
            E recolocado como ‘Ministro’ da Merckel.
            Continua até hoje, responsável pela pasta da ‘Inovação’.
            Lá fora a Corrupção Empresarial é vista de outra forma.
            Só pra informação, a China não aderiu aos protocolos da ONU que visam o combate à corrupção empresarial.
            Eles querem ocupar a Africa, AL, restante da Ásia.
            E a corrupção é ferramenta que não se pode descartar.

             

          2. Von Pierer não foi enxotado

            Von Pierer não foi enxotado coisa alguma. Ganhou uma gorda e merecida aposentadoria da empresa e saiu tão bem perante a opinião pública alemã – talvez a mais rigorosa do mundo – que hoje é ministro. E tudo isso porque foi transparente até demais nas suas ações. Quando os governos do Estado de São Paulo e de outros países muito incensados por aqui no blog, a exemplo de Russia e Venezuela, exigiram propina para que a Siemens ganhasse contratos lá, ao invés de pagar no ato, ele comunicou por escrito o Board da empresa e disse que assumiria a responsabilidade apenas se houvesse concordância deles. E para ser ainda mais transparente, ao invés de montar uma empresa de fachada num paraíso fiscal para fazer esses pagamentos, o que seria o mais trivial, ele abriu uma conta no seu próprio nome num banco suiço que era administrada pela Siemens. Ele mesmo não levou um centavo pro bolso. Porque cumpriu ordens e o fez às vistas de todos, registrando cada passo em documentos da empresa que mais tarde foram devassados pelos procuradores alemães e suiços, quando poderia ter tentado apagar rastros. Quando a estória veio a tona ele caiu sim senhor, mas caíram junto vários outros membros do Board e a empresa teve de reformular completamente seu modelo de gestão. Porque corrupção é levada a sério e a investigação pega todo mundo, não é tratada como caso isolado de meia dúzia de maganos como tentam tratar por aqui.

            Não só a Siemens, mas várias outras companhias alemãs tiveram suas contas e práticas devassadas na mídia. Pra turma saudosista do velho sindicalismo do ABC por exemplo, sugiro ir buscar informações sobre o executivo da Volkswagen que reconheceu ter pago viagens à Europa e prostitutas de luxo pros dirigentes da CUT e Força Sindical que comandavam greves nos anos 1990, a fim de “facilitar as negociações”. Pois é, esse é o problema de negociar com alemão: ele anota tudo e cobra a fatura depois.

            Em tempo, você mencionou a China que nem democracia é, como exemplo para nós? Por que não falou talvez da Coreia do Norte ou da Arábia Saudita, que também não aderiram ao protocolo? Mas é fato que a China é mais séria que todos esses países juntos, e exige o mesmo tipo de seriedade de seu “empresariado”, que, mesmo bem pagos e bem tratados, não passam de soldados do Partido Comunista e devem lealdade irrestrita ao governo. Se o Brasil exigisse dos seus empresários um centésimo do comprometimento que a China exige dos seus, eles já tinham todos se mudado pra Miami. A China nunca vai aderir a protocolo algum de corrupção pela simples razão que tampouco vão aderir ao “devido processo legal” de uma democracia. Corrupção é crime punido com a morte lá, e duvido que o ocidente vá concordar com a manutenção desse protocolo. Mesmo assim é óbvio que tem corrupção aos montes, mas quando o “chefe” da quadrilha cai muita gente ligada à ele acaba com uma bala na cabeça cujo custo a família terá de pagar depois. Já ouviu falar de Bo Xilai? Outrora estrela ascendente, hoje está “preso” num resort 5 estrelas destinado aos “príncipes” caídos em desgraça. Mas seus associados não tiveram o mesmo destino. Um jornal asiático publicou uma reportagem tempos atrás mostrando uma centena de nomes de políticos, familiares e empresários relacionados a ele que foram presos por corrupção. Estimava-se que um terço deles já tinha ido para a cova. Pensando bem, talvez tenhamos mesmo o que aprender com a China..

  6. Ou seja, a exemplo da CPI do

    Ou seja, a exemplo da CPI do Banestado e de tantas outras, mais um “ilustre” deputado tenta fazer uso das prerrogativas da CPI para sepultar as investigações e livrar a cara de todos, com o beneplácito da mídia serviçal, o silêncio deliciado dos maganos graúdos envolvidos e quem sabe o aplauso efusivo de meia dúzia apoiadores despudorados do governo, para os quais aliança com o capeta é pouco quando se trata de manter o poder e proteger os amigos.

    Sei não, acho que desta vez não vai dar certo. Não é por falta de chicana que a Lava Jato não morre, isso é certo. Mas não custa tentar mais uma né?

  7.  
    Pessoal desta  conspícua

     

    Pessoal desta  conspícua ‘Casa Cibernética’, em tempos fascigolpistas, hora do recreio!…

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    Reinaldo Azevedo e os ‘pixulecos’ da Odebrecht.

    Por conspícuo e impávido jornalista Paulo Nogueira

    Postado em 22 jul 2015

    Que é engraçado ver Reinaldo Azevedo, sempre tão acusatório, se defendendo estrepitosamente, ninguém pode negar.
    Ele está sendo atacado por um público que sempre o idolatrou: a direita.
    Um leitor do site arquiconservador Antagonista fez a seguinte pergunta: “Teria RA recebido uns pixulecos da Odebrecht?”
    A celeuma está em torno das iniciais RA colhidas pela PF no celular de Marcelo Odebrecht.
    Há muitos RAs no universo, mas só um ligado tão fortemente à Veja. E depois de RA, no celular de Odebrecht, aparece a palavra Veja.
    O que ajudou nas suspeitas contra RA é que, estranhamente para seus leitores e para seu padrão, ele vinha atacando Moro e a Lava Jato desde a prisão de Odebrecht.
    (…)

    FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/reinaldo-azevedo-e-os-pixulecos-da-odebrecht-por-paulo-nogueira/

  8.  
    [MAIS UM] ESCÂNDALO

     

    [MAIS UM] ESCÂNDALO “SUPREMO”!

    O ‘Achacador Geral da Nação’ achacou o ‘miniSTRO’ “supremo”…
    Até tu, [Ricardo] Lewandovski?!

    NOTA FÚNEBRE: estou deveras propenso a comprar uma passagem com destino à Pasárgada do Manuel Bandeira!

    EM TEMPO FASCIGOLPISTAS jurídico-midiáticos:

    DIREITONA, toque fogo no Brasil!
    Preferencialmente, no dia em que o Corpo de Bombeiros estiver em greve por tempo indeterminado!

    ENTENDA MAIS ESTA CHICANA SACANAGEM!

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    LEWANDOWSKI TRAVA MORO NA AÇÃO CONTRA CUNHA

    Por decisão do ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal, o juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, está impedido de proferir qualquer decisão na ação em que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é citado; Lewandowski atendeu a um pedido da defesa do parlamentar, que deseja agilidade na decisão sobre a suspensão da ação penal em que Cunha foi citado por Júlio Camargo, um dos delatores do esquema de corrupção investigado na Lava Jato; Camargo, que representa o grupo Toyo Setal, o acusou de cobrar US$ 5 milhões; Cunha acusou Moro de violar prerrogativas da primeira instância e permitir o vazamento do depoimento em que ele, que tem foro privilegiado, foi mencionado

    22 DE JULHO DE 2015 ÀS 17:46

    André Richter – Repórter da Agência Brasil

    (…)

    FONTE: http://www.brasil247.com/pt/247/parana247/189973/Lewandowski-trava-Moro-na-a%C3%A7%C3%A3o-contra-Cunha.htm

  9.  
    … E pelo lado

     

    … E pelo lado hígido…

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    EMPRESÁRIO DEFENDE DILMA: PATRIOTA, CORRETA, DE FIBRA

    “Hoje é fácil criticar, mas temos de reconhecer os méritos onde estão”, disse, nesta quarta-feira, o empresário Rubens Ometto, controlador do grupo Raízen, maior empresa do setor sucroalcooleiro, que é fruto de uma aliança entre os grupos Shell e Cosan, ao inaugurar uma nova usina de etanol, em Piracicaba (SP); Ometto qualificou a presidente Dilma como “mulher brasileira, patriota, correta, lutadora e de fibra”; ele fez também uma defesa pública do BNDES, no momento em que a crise política estimula uma possível CPI sobre o banco; “Sem o apoio do BNDES este investimento não seria viável”, disse ele; apoio empresarial ocorre num momento importante, em que setores da oposição tentam estimular um golpe contra a presidente Dilma

    22 DE JULHO DE 2015 ÀS 20:12

    (…)

    FONTE: http://www.brasil247.com/pt/247/sp247/189985/Empres%C3%A1rio-defende-Dilma-patriota-correta-de-fibra.htm

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