PT aciona Suprema Corte contra Zambelli

A ação pede também pede que a Polícia Militar do estado de São Paulo explique por que não prendeu em flagrante a parlamentar

Carla Zambelli (PL-SP) e Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução/Redes

da Revista Fórum

PT entra com notícia-crime no STF contra Carla Zambelli, que perseguiu armada um homem em SP

Por Marcelo Hailer

O Partido dos Trabalhadores (PT) apresentou neste domingo (30), no Supremo Tribunal Federal (STF), uma notícia-crime contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) que perseguiu com uma arma em punho um homem negro pelas ruas da cidade de São Paulo. A legislação eleitoral proíbe a posse de armas durante as 48 horas de realização de turno eleitoral. 

Na ação, o PT pede que seja “determinada imediata apreensão das armas e munições da parlamentar, bem como suspensa qualquer modalidade de autorização de posse ou porte de armas ou para compra de munição”. Também é requerido que as pessoas que acompanhavam a parlamentar e não possem foro privilegiado, sejam investigadas. 

A ação do PT também destaca que deve ser apurado se Carla Zambelli cometeu crime racial – ao humilhar e perseguir um homem negro – e crime eleitoral por portar uma arma em período que é vetado pela legislação eleitoral. 

Além disso, a notícia-crime também destaca o fato de Carla Zambelli ser uma figura pública e o fato de que sua conduta pode influenciar os seus apoiadores e que, portanto, as medidas legais contra a parlamentar devem ser tomadas em tempo ágil.

A ação do PT também determina que a Polícia Militar de São Paulo preste esclarecimentos sobre o caso e explique por que a deputada Carla Zambelli e seus amigos tiveram prisão em flagrante decretada, visto que se trata de crime eleitoral. 

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Zambelli cometeu crime ao sacar arma e deve ser presa, diz advogado

O advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador do Grupo Prerrogativas, anunciou neste sábado (29) que vai acionar a Justiça para que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) seja presa por crime eleitoral.

A bolsonarista, na parte da tarde, enquanto acontecia uma caminhada da campanha de Lula (PT) e Fernando Haddad (PT) na avenida Paulista, estava nas imediações quando sacou uma pistola no meio da rua e partiu para cima de um homem negro e outras pessoas, após uma discussão política. 

“Vamos pedir a prisão da deputada Carla Zambelli. O TSE proibiu a partir de 24 horas antes da eleição o porte de arma, o que é crime eleitoral punível, inclusive, com prisão”, disse Marco Aurélio Carvalho em vídeo gravado ao lado do deputado estadual Emidio de Souza (PT-SP), coordenador da campanha de Haddad. 
“Cena deplorável, criminosa. Uma das deputadas mais votadas de São Paulo que não honra nenhum de seus votos. Orientada por seu chefe, sacou a arma junto com seus capangas, encurralou um homem negro por conta de divergência política, de arma em punho”, declarou Emidio. 

Além de ser enquadrada pela Justiça Eleitoral, Zambelli pode, ainda, ter que responder por violar o artigo 15 da Lei nº 10.826, que prevê reclusão de dois a quatro anos, além de multa, para quem “disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime”. 

Apesar de saber das implicações de seu ato, Zambelli afirmou, em entrevista, que “ignorou” conscientemente a lei. “Eu sou legisladora. Ordens ilegais não se cumprem. Conscientemente estava ignorando a resolução e continuarei ignorando a resolução do Alexandre de Moraes”, disse. 

Segundo a Fórum apurou, a parlamentar de extrema direita teria inicialmente sacado arma após ter sido provocada por um sujeito que a chamou de “espanhola”, alcunha que se popularizou contra a ela após boatos de natureza moral sobre sua vida pessoal no passado. O barulho do tiro, que teria sido disparado por um dos seguranças da deputada, é que teria chamado a atenção de militantes de esquerda que estavam próximos ao local, e eles toram então até a calçada e começaram a registrar o ato tresloucado de Zambelli contra o homem negro.

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Redação

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