tião nunes, poeta cult e quebradiço
é como um nó de ossos, um feitiço
das terras irreais de bocaiúva.
o peito é claustro. seu olho, um meretrício
de palavras crescidas em poesia
nascida por daí na mais-valia
incruenta das noites só de vícios.
o sangue alertado nos sumiços
dos quintos do ouro intenso, sabará
promove o pleno e o ralo de interstícios
conforme deus dará ou não dará.
mais castas nas montanhas, sujas fontes
de luas plenas, tão belo-horizontes
papéis e ruínas sabem-lhe nos montes.
tião nunes cult, amoroso e vagabundo
refez por tudo aquela travessia
quando sua carne e sua alma esguia
ataram o verbo cru do fim do mundo.
romério rômulo
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Tião Nunes
Não vou falar sobre o poema de Romerio Rômulo porque é tão hermetico quanto o Tião Nunes. Só um reparo: o retrato ao lado não deve ser do Tião Nunes mas a algaravia de imagens abaixo tem,sim, a cara do Tião. Tião e eu convivemos durante todo nosso curso na UFMG e conversar com ele era um aprendizado para mim. Um dia disse ao Adão Ventura que a poesia do Tião não era leitura facil para os não iniciados. E Adão me retrucou: o Tião é poeta para o ano 2.000. E agora o Romero Romulo faz-me lembrar deste episódio lá do final da década de 60.