Ciclones mataram mais de 97 mil pessoas entre 1980 e 2019, diz revista britânica

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Estudo da revista britânica The Lancet Planetary Health analisou um total de 1.748 ciclones com dados de 341 localidades

Ciclone extratropical via satélite. | Foto: Reprodução/Regional and Mesoscale Meteorology Branch

No último mês de julho, um ciclone extratropical fez o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) considerar em situação de “perigo” todo o território dos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul. 

Só no Rio Grande do Sul, o Inmet registrou ocorrências em 52 municípios com 13 mortes diretas ou indiretas, sendo 3.700 pessoas desabrigadas, 700 desalojadas e quase 1 milhão de pessoas sem energia elétrica. Outras mortes foram registradas em São Paulo e Santa Catarina.

O exemplo revela o evento climático que está por trás de mais de 97 mil pessoas mortas direta ou indiretamente como resultado de ciclones tropicais entre 1980 e 2019, segundo um estudo da revista britânica The Lancet Planetary Health.

A pesquisa, que analisou um total de 1.748 ciclones com dados de 341 localidades, revelou que os maiores números de mortes foram registrados no sudeste da Ásia e na América Latina e Caribe.

Por sua vez, as regiões da América Latina e Caribe, a costa do Sudeste Asiático e as áreas costeiras orientais do Leste Asiático e da América do Norte concentram os maiores números de mortes por causas diretas e indiretas de ciclones.

Climate Research

O especialista da Climate Research Foundation (FIClima), Dominic Royé, destacou que o número total de mortes representa um aumento geral de 6% na mortalidade relatada durante as duas primeiras semanas após a passagem dos ciclones.

Estão entre os países latino-americanos mais afetados por altos níveis de mortalidade: Haiti, Honduras, Nicarágua, Guatemala, República Dominicana e Jamaica.

“Conhecer o impacto na mortalidade destes fenômenos e o contexto em que ocorrem é o primeiro passo para ajudar a compreender melhor a influência da exposição da população ao risco, e desenvolver as medidas de adaptação relevantes a estes fenômenos”, apontou FIClima.

De acordo com o consenso científico, a frequência e a intensidade dos ciclones tropicais estão fortemente relacionadas ao aumento da temperatura global em decorrência das mudanças climáticas.

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Renato Santana

Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.

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