A morte de um dos antigos proprietários da Escola Base

Sugerido por Iara G

Da Folha

Ex-dono da Escola Base morre após sofrer infarto em São Paulo

Icushiro Shimada, um dos antigos proprietários da Escola Base, morreu em sua casa no último dia 16, em São Paulo, aos 70 anos, depois de sofrer um infarto.

A informação foi confirmada ontem pelo advogado dele, Kalil Rocha Abdalla.

Shimada foi uma das pessoas acusadas erroneamente no caso da Escola Base -que consistiu na divulgação de denúncias de abuso sexual contra crianças da instituição no bairro da Aclimação.

O episódio, divulgado em 1994, ficou conhecido como um dos mais marcantes erros cometidos pela imprensa.

A partir de acusações precipitadas, feitas por um delegado e reproduzidas pela imprensa, a escola foi depredada e depois fechou.

A história veio à tona quando duas mães foram a uma delegacia para denunciar que seus filhos de 4 anos haviam sido vítimas de abuso na instituição. Elas acusaram os proprietários da Base -Ichushiro Shimada e Maria Aparecida Shimada- de serem os responsáveis pelos crimes.

Ao final das investigações, o inquérito foi arquivado por falta de provas e todos os suspeitos foram inocentados.

Os donos ajuizaram ações de indenização contra o Estado e empresas de comunicação. A Justiça deu ganho de causa em alguns, e outros estão em análise de recursos.

Shimada já havia sofrido um infarto do miocárdio em 1994. A mulher dele, Maria Aparecida, morreu de câncer em 2007. Ele deixa um filho.

Segundo o advogado, a família não queria se manifestar. 

 

Redação

6 Comentários

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  1. Coincidentemente, ontem a TV

    Coincidentemente, ontem a TV BRASIL reapresentou o documentário sobre o problema da ESCOLA BASE. 

    Pela primeira vez pude compreender essa trama, montada por um delegado insignificante, que somente pretendia aparecer na mídia, sendo ele quem covidava a imprensa toda para depor. A imprensa pecou de forma extravagante porque ela mesma questionava o delegado sobre as provas, e mesmo sem obtê-las prosseguia com as denúncias. 

    O delegado parecia o dono do mundo quando entrevistado; sempre sorridente, e sempre dizendo as mesma coisas: que as provas estavam no inquérito, sob sigilo. 

    Uma das sócias da Escola, ainda muito jovem à época, contou que sua casa foi desmantelada por arruaceiros porque a imprensa se encarregou de informar seu endereço. Ou seja, culpa a imprensa de todos os males sofridos. Essa mulher, que também teve seu marido preso, diz que ela sofreu mais que ele, porque teve que se submeter a toda sorte de barbárie praticada, inclusive, por policiais quando foi convocada a comparecer à delegacia. Terminou se separando do marido. O marido e os demais ainda receberam indenizações das emissoras SBT E GLOBO, mas ela, por falta de advogado, ficou no total prejuízo.

    O casal de japoneses ficou tão apavorado com as circunstâncias, que não tinham coragem de depor, de se manifestar, pois não tinham porque acreditar na polícia, e muito menos na imprensa, que, para eles, o maior algoz foi a imprensa. Mas, foi Florestan Filho quem conseguiu uma entrevista reservada com o casal, que expôs suas angústias, comprovou sua inocência, porém com muita mágoa, ao ponto de dizerem que jamais perdoariam tudo que fizeram com eles, porque destruiram 06 famílias. Por fim, ele disse que teve um problema sério no coração, e que a mulher estava com problemas psiquiátricos. No final da entrevista, foi esclarecido que a mulher havia morrido.

    No mesmo documentário muitos jornalistas aparecem fazendo mea-culpa, alguns deles dizendo que nunca vão esquecer seus próprios atos. 

    Foi apresentada uma classe de estudantes jornalistas, quando o professor dava uma aula com base no espetáculo que foi a imprensa no caso Escola Base. Ou seja, como  dizemos sobre a ditadura, esse é um caso que jamais deveria ser repetido no meio jornalístico, porque a imprensa não tem o direito de ouvir apenas uma parte de uma história, e chegar ao ponto de destruir famílias pelo simples fato de querer dar furos de reportagens, ou de querer estar à frente de outros colegas.

     

  2. E a participação da FSP?

    “…acusações precipitadas, feitas por um delegado e reproduzidas pela imprensa…”

    talvez tenha faltado “inclusive esta Folha”

    “Os donos ajuizaram ações de indenização contra o Estado e empresas de comunicação. A Justiça deu ganho de causa em alguns, e outros estão em análise de recursos.”

    E a Folha? Tá no time que entrou com recurso (não reconhece seu erro) ou já pagou sua dívida?

  3. A discussão da ética a partir do caso Escola Base
    Do mudamais.comA discussão da ética a partir do caso Escola Base mudamais.com • May 02, 2014

    O escândalo Escola Base talvez tenha sido um dos mais emblemáticos divulgados na mídia de forma equivocada nas últimas décadas. Mas não foi o único.

    Em 2003, o jornalista Mario Rosa lançou o livro A Era do Escândalo (link is external) que conta 10 casos de como empresas e pessoas superaram momentos de crise que, algumas vezes, representaram injustiças nunca retratadas da mesma forma como foram divulgadas.

    Um dos casos apresentados é de anos antes da destruição da reputação dos donos da Escola Base. O mesmo jornalismo ansioso e inconsequente marcou a biografia do então ministro da Saúde, Alceni Guerra (link is external). A denúncia (palavra adorada pela velha mídia) foi de que ele teria autorizado a compra de bicicletas que seriam usadas por agentes de saúde por um preço mais alto do que seria possível encontrar.

    Ele tentou explicar, argumentou que a empresa que vendia mais barato não tinha a quantidade necessária para entrega e que na fábrica sairia ainda mais caro do que o ministério pagou. Mas o espaço que recebeu na mídia foi para acusações e comentários jocosos. Houve um processo e ele foi inocentado. A notícia do resultado da ação rendeu alguns minutos na TV e poucas linhas de jornal.

    Outro livro que aborda o assunto é O jornalista e o assassino, de Janet Malcolm. O tema é a ética do jornalismo e o livro já começa deixando claro que não vai pegar leve quando observa que qualquer jornalista deveria reconhecer que o que faz é moralmente indefensável: “É uma espécie de confidente, que se nutre da vaidade, da ignorância ou da solidão das pessoas”. O livro relata a história de um médico que processou o jornalista que escreveu sua biografia e retrata os métodos das redações nos anos 80.

    Fábrica de mentiras, de Günter Wallraff, ousa bastante na fórmula: o autor consegue emprego no jornal alemão Bild, com o único objetivo de confirmar que o periódico inventa os fatos e despreza os seres humanos. Sua experiência na redação do jornal se transformou no livro que também coloca em discussão os métodos dos grandes jornais.

    O próprio caso Escola Base foi retratado no livro Caso Escola Base – os abusos da imprensa, de Alex Ribeiro. Por ter sido tão emblemático, o caso foi assunto também de documentários como os que trazemos aqui. O então dono da escola, Icushiro Shimada, faleceu em 23 de abril, mas sua história ficará tristemente viva em nossa memória como momento de vergonha pela irresponsabilidade de alguns maus profissionais.

     

     

     

    Source: http://mudamais.com/erraram/discussao-da-etica-partir-do-caso-escola-base

  4. Sim, desculpe, os Nardoni.

    Sim, desculpe, os Nardoni. Eles foram jogados as feras pela midia com a complacencia da policia.

    Por que nenhuma das partes desenvolveram as investigacoes em direcao ao policial PEDOFILO que foi imcubido pela delegada de seguir o rastro de uma suposta segunda pessoa? Voces sabiam que dias depois esse policial PEDOFILO se suicidou de forma misteriosa em sua casa, quando estava sendo cumprido um mandado de prisao da Policia Federal que ha meses estava para ser cumprido pela propria delegada que o inocentou?

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