Casé Angatu e o seu pedido aos brasileiros

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Ref. Tupinambás temem que Dilma termine o governo sem demarcar suas terras

Agradecimentos e Explicações

Agradecemos (Casé Angatu, Porang e Bijupirá)  a Nacho Lemus pela entrevista, edição e divulgação das nossas palavras. Temos certeza que possuímos mais um novo e forte aliado à Luta Tupinambá e dos Povos Indígenas da Latinoamerica, incluindo o Brasil. Por favor, divulguem o máximo possível. Porém, devo (Casé Angatu) fazer algumas observações: minha ancestralidade indígena é: por parte de pai – Xukuru (migrado à força na década de 1930-1940 de Palmeiras dos Índios/Alagoas para São Paulo/SP); e por parte de mãe (Guarany também migrada do interior de São Paulo para a capital paulista).

Desde 2009 estamos na luta com o Povo Tupinambá. Povo com o qual vivo atualmente e possuo irmãos, como Porang e Bijupirá da entrevista. Possuo em Olivença entre os Tupinambá uma família. Digo sempre que desde então a Luta Tupinambá agora também é minha luta. Acima de tudo tenho orgulho de todos os Povos Indígenas brasileiros e de também ser indígena.

Possuo uma enorme honra de lutar neste momento lado a lado com meus irmãos Abas Gwarini Atãs Tupinambá.

Uma outra observação: a entrevista foi de improviso. Assim, não preparamos nada, incluindo elaborar as informações históricas. Assim, desculpem algumas imprecisões. Porém, esta entrevista não era a defesa de uma tese acadêmica e sim a defesa da luta de um Povo do qual tenho orgulho: Povo Tupinambá.

Desde que voltamos de nossa viagem de São Paulo para nossa Olivença a situação piorou. Nesta última semana (10-16/02/2014) foi assassinado uma liderança dos Trabalhadores Rurais local e a culpa, sem as devidas apurações, foi atribuida pelos ruralistas e parte da mídia à Comunidade Indígena, aumentando o processo de criminalização que sofremos. Além disso, por solicitação do governador do estado da Bahia o exercito foi chamado para região.

Por isto, mais do que nunca, solicitamos apoio …

A todas e todos que apoiam e divulgam nossa luta cantamos …

“Parente eu agradeço

Agradeço de coração

A nossa luta é muita grande

Mas lutamos por precisão”

Awerê!

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

3 Comentários

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  1. Não há petistas ou dilmistas

    Não há petistas ou dilmistas e lulistas de todos os tipos a comentar nesse post. O silêncio é confissão de culpa e de vergonha do que tem sido feito por Dilma para com as questões indígenas. 

  2. Então comente, meu sr ! ou tb

    Então comente, meu sr ! ou tb não tem argumentos como diz dos outros.? Quanto a mim, realmente estou por fora da questão indígena real, pois muitas coisas mentirosas e /ou deturpadas  são  ditas e escritas s/ a questão, dependendo de quem a escreve e dos seus interesses.

  3. Junto com as políticas

    Junto com as políticas culturais, especialmente em relação à juventude, a questão indígena é o calcanhar de Aquiles do governo Dilma, devido aos panos quentes que usa com os setores mais reacionários e violentos do poder econômico e político no Brasil: os latifundiários e agronegociantes. Sendo apoiador dos governos Lula e Dilma, e do PT desde sua fundação, sei que apesar dos problemas de “governabilidade” e “desenvolvimentismo” que pautam esses governos, Lula e sua equipe foram bem mais antenados. As questões culturais não são secundárias ou cosméticas, como pensam alguns. As manifestações de junho têm tudo a ver com isso, e por pouco não comprometeram as ótimas chances de releeição de Dilma. Espera-se que ela, em seu segundo governo, esteja atenta para isso, e que considere os mais desvalidos dos desvalidos, e não só o poder econômico: o Estado, não o executivo, está em débito com muitos dos índios brasileiros.

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