Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
[email protected]

A alegria do Arrelia

Hoje homenageamos o palhaço Arrelia, nascido Waldemar Seyssel, que durante muitos anos encantou toda a meninada com suas maravilhosas estripulias tanto no  circo quanto na televisão. Arrelia não limitou-se ao sucesso em sua carreira de “clown”, porém enveredou também pelos tortuosos caminhos da música, compondo e interpretando. Trago aqui Arrelia, Lamartine Babo e Altamiro Carrilho, em deliciosas interpretações das músicas de Lalá, através do disco Ride Palhaço.

Para que todos conheçam a trajetória de Arrelia, anexo aqui matéria publicada no Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira.

Trabalhou em circo de 1922 até 1952 e foi um dos pioneiros na gravação de músicas destinadas ao público infantil, em especial marchas, muitas das quais de sua autoria. O personagem Arrelia no entanto somente apareceu em 1927 quando na cidade de Uberaba teve que substituir um palhaço. Em 1951, passou a apresentar na antiga TV Paulista o programa “Circo do Arrelia”, transmitido ao vivo. Ainda em 1951, gravou seu primeiro disco, pelo selo Carnaval, cantando em dueto com Pimentinha a marcha “Muito bem!”, de sua parceria com Manoel Ferreira e Antônio Mojica. Em 1953, passou a apresentar o programa “Circo do Arrelia” na TV Record onde fez dupla com seu sobrinho Pimentinha, em programa que ficou no ar durante vinte anos.

Em fins de 1957 foi contratado pela gravadora Copacabana lançando em janeiro do ano seguinte em dueto com Pimentinha as marchas “Hom’essa”, de sua autoria e José Saccomani, “Cacho de banana”, de sua autoria, José Saccomani e E. Consoni, e “Viagem à lua”, de Alda Ribeiro, além das valsas “Valsa de aniversário”, de sua autoria e Hervê Cordovil, e “O dia da vovó”, de sua autoria e José Saccomani. Nesse ano, gravou com acompanhamento de Altamiro Carrilho e sua Bandinha o LP “Ride palhaço – Arrelia interpretando músicas de Lamartine Babo” no qual cantou as marchas “Moleque indigesto”, “História do Brasil”, “Linda morena”, “Isto é lá com Santo Antônio”, “Babo zeira”, “Chegou a hora da fogueira”, “Boa bola” e “Ahi, hein?”, com Paulo Valença, e “Teu cabelo não nega”, com os Irmãos Valença, além de “A…E…I…O…U…”, com Noel Rosa, e “Só dando com uma pedra nela” e “Ride palhaço”, que contaram com a participação do próprio Lamartine Babo. Ainda em 1958, gravou sozinho a marcha “Que coisa!”, parceria com José Saccomani e Gaúcho, e o samba “O que é que é”, de sua autoria Gaúcho e Morais. Em 1959, gravou com acompanhamento de orquestra e coro as marchas “Pra macaco vigiar”, de Klécius Caldas e Armando Cavalcanti, “Iaiá boneca”, de Hervê Cordovil e Ivani Soares, e “E a família, como vai?”, de sua parceria com José Saccomani.

Em 1960, gravou com acompanhamento de bandinha o maxixe “Louco por tuba”, parceria com Hervê Cordovil e Irvando Luiz, e com acompanhamento de orquestra, a “Valsa de aniversário”, parceria com Hervê Cordovil. No mesmo ano, gravou em dueto com Pimentinha, e com acompanhamento de orquestra e coro, as marchas “Mustafá”, de sua autoria, Léo Romano e Gaúcho, e “Tá louco seu”, parceria com Léo Romano e José Saccomani. Em 1961, gravou com Pimentinha e acompanhamento de conjunto e coro, as marchas “Esse cara me deve bem”, de sua autoria, Emílio Saccomani e José Saccomani, e “Três assovios”, parceria com Hervê Cordovil. Seus seguintes discos foram lançados dois anos depois, em janeiro de 1963, também em dueto com Pimentinha e acompanhamento de orquestra e coro, quando interpretou as marchas “Galo de ouro”, de sua autoria, Gaúcho e Emílio Saccomani, uma homenagem ao então campeão mundial de boxe na categoria peso galo, o brasileiro Éder Jofre, “Quem foi”, com Zezinho e Pimentinha, “De touca e chupeta”, de Hélio Sindô, José Saccomani e Pimentinha, e “Fantasia de toalha”, parceria com José Saccomani e Ercílio Consoni. Gravou em 1964 as marchas “Fiquitinho”, de José Saccomani, Pimentinha e Emílio, e “Para o mundo aí”, parceria com José Saccomani e Chaguinha.

Em 1995, foi homenageado no 22º Salão Internacional de Humor de Piracicaba, SP recebendo a Medalha “Reginaldo Fortuna” concedida aos maiores destaques do humor na cultura do país. Em 2003, aos 97 anos, ainda se apresentou em espetáculo em homenagem ao “Dia do palhaço”, arrancando como sempre grandes quantidades de gargalhadas da platéia.

 
 
 
 
 
Luciano Hortencio

Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.

4 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Do tempo dos bons tempos

    Ouvi arrelia que representa toda alegria que os palhaços de todo os tempos levam às crianças e aos adultos, me fez lembrar de uma velha canção de ninar, do querido Henri Salvador. Arrelia e Henri, de geração em geração, levando alegria e amor. Vou mostrar todos aos meu curumim. 

     

    [video:http://youtu.be/5mXqibvSlrc align:left]

  2. Quando menino (década de 60),

    Quando menino (década de 60), passavam na tv dois programas de circo: o do Carequinha & Fred (na tv Rio) e o do Arrelia (que era gerado em SP, não me lembro em que canal). 

    Bons tempos…

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador