A cultura da miséria e a miséria da cultura

O funk ostentação — e certo tipo de funk em geral — é tão ruim e destituído de qualidade artística quanto o sertanejo universitário e os cantores solo do tipo Luan Santana, Michel Teló e tutti quanti. Imaginar que esse tipo de estilo ou música possa vir a ser reconhecido daqui a quarenta ou cinquenta anos, como o foi o samba ou como se deu com o blues e o jazz nos Estados Unidos, é desconhecer o fato de que aquelas músicas e estilos são ruins e pronto.
 
O samba e o blues são resultado de transformações socioeconômicas e culturais num lugar específico e num dado tempo que possibilitaram a sua emergência e consolidação como estilo. São frutos de grandes transformações sociais e de época, num sentido positivo.
 
O funk ostentação e o sertanejo universitário também são frutos de mudança de época, mas num sentido negativo. São a marca expressa da falência cultural ocidental, seja no que estes estilos são em si mesmos ou, como se verifica no rock, que segue ladeira abaixo há décadas. É a falência da cultura ocidental em seu sentido mais profundo, clássico, de suas matrizes fundadoras que arrasta consigo as expressões culturais em todos os sentidos, sendo a música apenas uma delas.
 
A música ruim é a expressão de um lugar, de um tempo, de um tipo de vida e de uma cultura que segue se deteriorando. Não são apenas as escolas e a educação que afundou, mas certamente, a vida que brota a partir e, junto com ela. Se a classe média juvenil produziu a bossa nova e a MPB, a partir dos anos 1950 e 1960, e os clássicos hoje amplamente conhecidos, isso se deve ao solo fecundo de uma classe média que se desenvolvia num momento em que o próprio país também se projetava. A classe média, hoje, nada mais canta de novo e nem inventa nada. Pudera, ela vem se deteriorando com a deterioração da própria cultura onde está imersa.
 
A periferia brasileira, especialmente a de São Paulo e do Rio de Janeiro, é o bagaço resultado do desenvolvimento econômico cruamente desigual e que relegou uma parcela significativa da população a viver à margem da civilização urbana. Inexistência de saneamento básico, falta de escolas ou escolas muito ruins, ocupação forçada e imposta nos morros, cortiços e matas, como único lugar possível para se viver, e a crescente violência como resultado de tudo isso, é o saldo de um país que mal se desenvolveu ou se desenvolveu muito mal.
 
O samba ou a bossa nova são gêneros que emergem com as transformações de um país que saía do anonimato pra se transformar na 8º economia do mundo. A MPB se erguia no mesmo momento em que o mundo ocidental vivia uma revolução cultural que aqui se traduziu nesse gênero musical. O que estamos vendo com certa espécie de funk, especialmente estes ligados a temas de consumo ou sexualizados, é apenas a tradução da deterioração da cultura em sentidos que vão da formal-educacional, artística, e de utopia. É a música ruim cantando a tragédia da cultura.
 
Se a periferia do Brasil resulta daquilo que não deveria ter acontecido, mas aconteceu — desenvolvimento econômico extremamente desigual –, isso significa que ela mesma é aquilo que jamais deveria ter se admitido que fosse, mas é o lugar onde pessoas vivem miseravelmente.
 
O desenvolvimento que criava cultura, o american way of life, por exemplo, faliu. A sociedade do bem estar material encontrou seu termo nos limites ambientais incontornáveis e, na exclusão cada vez maior de um número geometricamente crescente de pessoas. Os rolezinhos são, nesse sentido, apenas espasmos retardatários e, tardio de uma imensa massa social que apenas agora chegou ao século 20.
 
O que se quer dizer é: as músicas ruins que vemos e, obrigados a ouvir, tocadas, aliás, em todos os lugares, inclusive entre aqueles geograficamente muitíssimo diferentes (coxinhas?) dos cantores que as cantam, é na verdade a tragédia de uma cultura se desfazendo sobre si mesma.
 
Se a cultura fermentada no desenvolvimento econômico que gerou a bossa nova e a MPB faliu, o que esperar daqueles que vieram à existência como excluídos daquele desenvolvimento e daquela cultura?
 
Numa última palavra, esperar que os excluídos de sempre redimam a todos é de um romantismo que já provou seus limites.
Redação

35 Comentários

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  1. > O funk ostentação e, certo

    > O funk ostentação e, certo tipo de funk em geral, é tão ruim e destituído de qualidade artística quanto o é o sertanejo universitário e, os cantores solo do tipo Luan Santana, Michel Teló e tutti quanti (…)

    Olha… discordo. Não que Michel Teló ou Luan Santana não sejam ruins. São ruins, muito ruins. Mas Michel Teló e Luan Santana são músicos. Dedicaram algum tempo de suas vidas para aprender o que é fazer música. Sabem a diferença entre um dó e um ré, sabem que o primeiro não é sinônimo de sentir pena e o outro não é o mesmo que andar pra trás. Se a música que fazem é uma bosta, é outra coisa. Mas é música.

    Funk, seja ostentação ou não, em primeiro lugar — salvo alguam exceção que desconheço — não é música. Não é que seja música ruim. Simplesmente não é música. Um garoto, como o tal de MC Guimé, vestido como um palhaço (só falta o nariz vermelho), começa uma ladainha sem métrica nem sentido, espancando a língua portuguesa sem dó nem piedade, com um som de bate-estaca no fundo que não muda de um funk pro outro. É barulho. Mais nada.

    1. Falou e disse!

      Só vou complementar, como metaleiro convicto que sou.

      Durante muito tempo ouvi meu avô – violeiro e caipira legítimo, que só tocava 7 instrumentos de corda – falar que Rock não é música porque só tem 3 notas. Engano do velho. Certa vez, depois de aprender um pouco de violão clássico, tentei reproduzir um solo do Iron Maiden.

      Foi um fiasco! Fear of The Dark é uma sinfonia, difícil até pra copiar!

      Já Michel Teló e outros do sertanejo “contri”, é sertanejo de playboy que não sabe a diferenća entre um boi e uma vaca, mas quer pagar de peão.

      Esses, nem tentei. Primeiro, porque é ruim, chato, repetitivo, feito pra “colar no ouvido” e vender CD. Do tipo de tablatura que meu professor de violão só ensinava pros mais novatos aprenderem a mudar os dedos de posićão, segunda do ré maior, primeira do la menor, um ou outro dedilhado igualmente chato e repetitivo.

      Já o funk tem que evoluir muito pra ser chamado de ruim. Se o sertanOjo tem 3 acordes, o funk não chega a um. Se o Michel Teló só tem um compasso, o funk nem isso consegue, até porque as batidas já são cópias das cópias.

      O que incomoda não o mesmo “pancadão” de sempre, feito no computador e repetido durante uma hora inteira. Nem é só o sujeito desafinado espancando o português sem dó nem piedade. Nem são as letras que berram e não dizem nada além de “quero dinheiro e quero trepar”. É tudo isso junto!

      Mamonas Assassinas e Raimundos: cada qual no seu estilo usava expressões do povão, tiradas das ruas, mas com talento, criatividade, conhecimento da língua portuguesa (até na hora de avacalhar) e do básico de teoria musical.

      Nem o “ingrêis” os Mamonas perdoaram: “Débil Metal” e “Mundo Animal” são de doer o fígado e ainda assim são bons, porque têm uma mensagem inteligente de rebeldia, esculacho, rompimento com os padrões.  O funk só tem UM padrão: putz, putz, tcha, tcha, tcha, putz, putz, copiado discaradamente do mambo caribenho, no máximo cópias mal feitas de batuques de candomblé (esses sim, tente copiar um dia pra ver se você é mesmo um músico).

      As letras do funk não dizem nada, além de “quero dinheiro”, “somos nóis quem manda na parada” e “quero comer a tua irmã”, e de um jeito besta, sem noćão, sem uma mensagem que valha a pena ouvir.

      Se o problema é falar de sexo, vamos falar sério? Recomendo “Roda Gigante” dos Raimundos. A letra em si é nojenta, mas é de uma criatividade que dá raiva! Você pode odiar a letra pela mensagem que passa, mas ela é boa, criativa, rompe padrões de comportamento com um mínimo de inteligência, ao menos uma guitarrinha nervosa e bem tocada, uma bateria bem elaborada tem.

      A música oriental soa dolorida aos nossos ouvidos? Mas quem sabe a diferenća entre um si bemol e um lá sustenido há de perceber que aquilo é diferente do que nos agrada, mas tem uma elaboraćão, um trabalho feito para ser apreciado naquela época, naquele contexto, naquela cultura. O funk é só pra ser vendido pra molecada de periferia, e de agora. Não diz MERDA nenhuma, ou é só isso que diz.

      Por último, o funk não quebra padrão nenhum: reproduz os padrões de exclusão social, consumismo, frustraćão pelo que não se pode comprar, tráfico, prostituićão e exploraćão que estamos acostumados. Vamos falar de quebrar padrões?

      “Se o senhor está afim de prender o ladrão, pode voltar pelo mesmo caminho. O ladrão está escondido lá embaixo, atrás da gravata e do colarinho.”

      “Ô malandragem dá um tempo, que a boca tá assim de corujão. Tem dedo de seta adoidado, todos afins de entregar os irmãos.”

      Se você acha esta letra muito “burguês e consumista”, decerto não tomou tapa na orelha da polícia por ouvir isso em 1986.

      Bezerra da Silva era negro, pobre e favelado, também foi avacalhado pela imprensa e pela clase dita “culta”, mas a diferenća é que ele tinha alguma coisa importante a dizer, e sabia dizê-lo com criatividade, contundência e algum conhecimento musical. Será lembrado por muito tempo.

      Me digam UM funkeiro que tenha um TRABALHO MUSICAL decente com o funk, mesmo que seja fora dos padrões aos quais estamos acostumados, e eu baixo o CD dele e oućo inteiro, só pra conhecer. Até hoje não aguentei ouvir nenhum mais que 10 segundos, são muito ruins!

      E prá finalizar, gostaria de ver os pseudo-intelectuais aí aguentando 10 moleques repetindo palavras de ordem do tráfico, largamente propagandeado pelo funk, na tua sala de aula. 

      Pro malandro otário que ainda não entendeu: não gosto de RAP pelas caracteristicas musicais. Não me agrada, só isso, mas respeito, não falo mal.

      O problema é que se o rap fala muito do crime, o faz para transmitir uma mensagem. Já o funk faz propaganda do crime na cara dura!

      E na orelha de milhões de crianćas que aprendem logo cedo a repetir as palavras de ordem do tráfico e reproduzir a desigualdade entre elas mesmas.

      1. Voce precisa mudar de

        Voce precisa mudar de professor de violão urgentemente, ou escolher outro caminho.,teu avô tinha razão

        quanta asneira, se quer falar de música tecnicamente o melhor a fazer é estudar,quanto ao seu gosto

        particular ele é seu e pronto.Quantas abobrinhas !

  2. funks e funks

    Não suporto nenhum tipo de funk, mais (reconheço) pelo comportamento rústico e grosseiro de seus fãs. No entanto, é sim um estilo musical que em seus primórdios fazia denúncias sociais  e revelava o cotidiano de pobreza e violência das periferias.

  3. Textozinho mais conservador,

    Textozinho mais conservador, ficar comparando o funk, carioca ainda por cima, com blues e samba é coisa de amador. O funk das favelas, ostentação e outros, realmente ainda não mostraram a que vieram, mas seu problema é que os que o fazem ainda não o produzem com a mesma perspicácia que os grandes músicos ou produtores, geralmente, americanos ou ingleses, embora os sul africanos também venham se destacando.

    Os produtores de funk tem as ferramentas, e a sua falha vem de ainda não usarem essas ferramente de maneira que realmente os conduzam ao grande panteão artístico, mas é necessário paciência para que essas coisas acontecem, pra eles a prioridade é fazer uma música com muitos graves pra fazer as pessoas dançarem, o que não é ruim por si só, mas em algum momento alguém junto isso a um sendo artístico apurado e voilá, instant classic, como dizem os americanos, reitero que isso ainda não ocorreu infelizmente, mas isso não é culpa exclusiva dos funkeiros,é também dessa velha, e até nova, geração de produtores coxinhas que brota no Brasil, que respondem também aos coxinhas gringos.

    Cultura ocidental, decadência? Bem, só se você escuta apenas samba, blues e jazz.

  4. E’ musica sim, mas…

    O problema nao e’ se funk e’ musica boa ou nao, ou se sequer e’ musica. Vcs ja ouviram as musicas japonesas tradicionais? Nem em 1000 anos nos conseguiriamos reconhecer beleza naqueles gemidos interminaveis. Mas isso e’ porque nossos ouvidos foram educados de outra forma. Entretanto, qualquer pessoa pode entender – mesmo sem apreciar a “musica” – a profundidade e a importancia que aquela tradicao tem na formacao cultural do Japao.

    De certa forma, e’ o mesmo que acontece com o samba. Eu nao gosto, nunca gostei. Mas o importante nao e’ se e’ bom ou nao, o importante e’ o que representou em termos simbolicos para a formacao de cultura. O samba permitiu, entre outras coisas, a ascensao do negro e da cultura negra, por exemplo. Tornou-se parte do imaginario popular como sinonimo de alegria, de igualdade (e, infelizmente, de nao ter que pensar muito). Isso e’ formativo do Brasil, para o bem ou para o mal.

    E’ por ai que eu concordo com o autor. Nao e’ o funk em si. Ouve um momento que funk, punk, rap representavam uma certa rebeldia, a possibilidade de algo novo se estabelecer como realidade cultural. Eu ja achava um porcaria do ponto de vista musical, mas era facil ver naquele movimento algo novo que iria canalizar os sentimentos de inclusao de uma geracao.

    Infelizmente, o mercado falou mais alto. Aquele movimento inicial foi cooptado pela alienacao, pela falta de interesse. Pela “musica” facil, sem conteudo. So vamos falar de sexo (e de forma sexista), ou de violencia (na maioria das vezes gratuita). Que inclusao isso pode gerar? Nesse sentido, e’ um movimento reacionario. Apesar de parecer rebelde, so o e’ na aparencia; no fundo, e’ apenas alienante. Nao serve para trazer o novo, mas para perpetuar o velho.

     

    1. A música tradicional da ásia…

      …é estranha para quase todos, mas para o brasileiro médio Mozart, Beethoven e outros são tão esquisitos quanto. Com a bundalização cultural brasileira querem é balançar o popozão e derramar no ouvido de todos o que sai desta parte do corpo humano…

      A cultural pop atual daqui é merda…

    2. Diferente do samba, a música

      Diferente do samba, a música enka ainda é relevante na sociedade japonesa, tanto que no programa Kōhaku Uta Gassen (http://pt.wikipedia.org/wiki/K%C5%8Dhaku_Uta_Gassen), tradicional e popular (seria maior audiência do ano) programa de TV realizado na véspera do ano novo no Japão, com apresentações de artistas musicais, é possível observar o pessoal do enka alternando no palco, ou mesmo cantando junto com o pessoal mais pop e moderno. Aqui impera a separação entre o popular e o tradicional de várias maneiras. A “conciliação” entre gostos diferentes é rara, enquanto a desqualificação do gosto alheio é frequente.

      E o samba, infelizmente, está longe de ter um alcance e aceitação nacional. E ainda por cima, provavelmente estaria perdendo o seu “habitat natural” nas periferias e favelas, aonde costumava florescer, para o funk.

      Por sinal, sou mais o Saburō Kitajima, o Takashi Hosokawa ou a Sayuri Ishikawa cantando que qualquer funkeiro. (nota do comentarista: estou apenas expressando gosto pessoal e defendendo os “gemidos”, e não querendo desqualificar o funk)

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=pSXrplvy1I0%5D

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=2prqlxOX-Zw%5D

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=v51Ny-AqIzw%5D

  5. Post é tão ruim e distituido

    Post é tão ruim e distituido de qualidade que beira as  profecias de “mãe Dinah

    de tão pretensioso.Se apoiar em dados “carne de vaca” prá tecer teses é pior

    que a música  ( ou quase ) criticada.Questões sociológicas  cliches 

     maneirismos  malandrinhos..não traz luz alguma a nada.Mas enfim quem não

    gosta não ouve  se é prá ser verborrágico deixa o “funk ai com seus erros

    e seus erros.

     

     

     

     

    Obs. O que tem de Malufista indignado com a corrupção.

  6. Os monumentos e seus perigos

    Cultuar o que já se tornou monumento é fácil. Na esteira, desqualificar o que não se enquadra é mais fácil ainda.

    Agora, fazer uma crítica fundamentada, que vai além do mero preconceito, é um trabalho que  poucos conseguem.

    A propósito do post, me lembrei do documentário “Maxixe, a dança perdida”. E me perguntei: O que dirão no futuro sobre o que se fala, hoje, sobre o Funk?

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=kESsNBkVG8U align:center]

     

  7. Não mesmo!

    Que besteira colossal!

    O autor  do texto julga a cultura de um povo, (ou de todos os povos), pelo mainstream. Pela música feita para ser consumida e vendida rapidamente.

    Não é nas “10 mais da semana” ou nos vídeos mais visualizados do youtube que se vai medir a cultura ou não de um povo.

    A música no Brasil (e especialmente em suas periferias) continua firme, bonita, com qualidade e está aí para ser descoberta. Tem que ir atrás. Vc não vai escutá-la na rádio nem vê-la na Globo.

    O Funk, o sertanejo ou o pagode não são nada, Não são música e nem cultura. Apenas moda, que chega, domina e acaba. É business. Não é arte nem cultura.

    Pop é música indústrializada para ser consumida e descartada. A cultura é trabalho de artesões. Para guardar. 

    E já funciona desse modo há muito, muito tempo….

    1. Marco,
      A lógica é julgar

      Marco,

      A lógica é julgar algo pelo que é comum e frequente e não pelas exceções, de alcance limitado. Se a maioria joga e curte futebol, não teria sentido dizer que o esporte nacional é o golfe. O mesmo valeria para a música e qualquer outro fenômeno.

      As “10 mais da semana” são o que a maioria escuta, provavelmente. São mais relevantes, infelizmente, para a formação cultural brasileira que as pérolas garimpadas pelo Nassif e o pessoal do blog.

      Apesar de não curtir funk (em festas até vai…hehe), sertanejo ou pagode, não acho que devam deixar de ser músicas mesmo tendo todo um apelo ou construção comercial. Até porque, mesmo os compositores eruditos fizeram obras em função de “encomendas” de terceiros ou para vender partituras.

      Sobre a ser arte e cultura, eu passo no momento, pois não tenho uma posição definitiva sobre o que deveriam ser os 2 conceitos. Apesar de achar que quando qualquer coisa pode ser considerada como arte, a própria noção de arte se perderia.

    2. Pop é música indústrializada.

      Pop é música indústrializada para ser consumida e descartada. A cultura é trabalho de artesões.

      Bela definićão!

  8. As coisas evoluem

     

       Esse post deveria subir para o blog https://jornalggn.com.br/noticia/o-rap-de-saias , as coisas do GGN ficam meio lado as vezes. Parece que o que falta é uma referência decente pra rapazeada, seguir esse caminho das meninas pode ser uma boa. O funk tem que ser mais carioca, o marcelo D2 deu uma sambada e ganhou um público bem maior, até de fora do país.Temos bons rapeiros por que não  funkeiros ?

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=yZsxC3O3XHI%5D

  9. O que se fala hoje sobre…

    …a jovem guarda… tirando os idosos remanescentes do período… e olha que a qualidade musical era infinitamente superior.

    O brega dos anos mil novecentos e setenta… sobrevive? Só pelos que ainda andam de fuscão preto e no passado pararam de tomar a pílula, pariram um prole imensa e agora precisam aturar as dezenas de netos funkeiros….

    Nem mesmo a melhor época do rock nacional sobrevive fora do gueto dos sobreviventes da década de 80…

    …então o funk, o rap ou o hip-hop com a qualidade que possuem…

     

    1. Depende. 
      Os Paralamas do

      Depende. 

      Os Paralamas do Sucesso ainda são uma das bandas brasileiras mais bem pagas, e qualquer barzinho com música ao vivo ainda rola Barão Vermelho, Cazuza, Legião..

       

  10. Adorno dia o mesmo do Jazz

    Quanta bobagem… O cara não gostar de funk ok (acho divertido, mas também não gosto do estilo), mas “gosto” (o cara começa com esta pérola do sofismo “é ruim e ponto”) é diferente de crítica cultural e estética. T. Adorno fazia crítica muito semelhante ao jazz, mas na primeira metade do século XX. Dizia que o jazz fazia parte de uma “regressão da audição”, simplesmete um produto da industria cultural e só expessava os constrangimentos e dominação sofridos pelos negros dos EUA, nada além. Adorno produziu filosofia e sociologia de muito boa qualidade (em especial sua pesquisa sobre a personalidade autoritária), mas sua análise equivocada do jazz é sempre lembrada quando se quer mostrar como um crítico de arte/cultura/estética pode cair no puro preconceito, ao julgar simplesmente o que “não gosta” como sinônimo de “é ruim”.

    1. “gosto” (o cara começa com

      “gosto” (o cara começa com esta pérola do sofismo “é ruim e ponto”) é diferente de crítica cultural e estética”:

      Rap eh ruim e ponto.  Alias, ontem Alguem Que Nao Pode Ser Nomeado Por Causa Da Espiaozada colocou um video aqui onde o cantor comecou com rap e eu parei o video -eu nao quero ouvir.  Eh ruim mesmo.

      1. Meu caso, em que parte do meu

        Meu caso, em que parte do meu comentário está dito que alguém é obrigado a gostar de algum estilo? Vc tem o direito de gostar ou não de qualquer coisa, mas o problema é querer impor o “gosto” como se fosse crítica cultural/artística/estética. Compreendeu?

  11. Comentário.

    “O samba ou a bossa nova são gêneros que emergem com as transformações de um país que saía do anonimato pra se transformar na 8º economia do mundo.” Como é que é?

    O samba está “no mesmo patamar” que o jazz e o blues, meu camarada. São elementos culturais que não devem nada a quem,sem perceber, vc defende.

    Desculpe, mas existe mais de um modo de ser conservador. E está bom como comentário.

     

     

  12. P/ meu gosto, até poderia concordar, mas isso é conservadorismo

    Meus pais achavam que os Beatles nao eram música. Adorno era mais radical, dizia que o jazz nao era. 

    Tudo bem, acho que uma boa parte do funk é ruim mesmo, como tb uma boa parte do samba comercial, pagodes e axés. Mas o funk diz algo para os jovens das periferias, muitos funks têm letras bem politizadas, que falam da realidade deles, e acho que nao nos cabe dizer o que presta ou nao para eles. Um pouco mais de modéstia me parece aconselhável, até porque somos em média mais velhos, e o gosto das geraçoes muda. 

    1. “Meus pais achavam que os

      “Meus pais achavam que os Beatles nao eram música. Adorno era mais radical, dizia que o jazz nao era”:

      Acho que esse eh o pior golpe desse item, alias, e ninguem notou:  o autor compara varias vezes no mesmo patamar o samba, jazz, e soul (!) como se ELE realmente acreditasse que eles estao no mesmo patamar.  Nao acredita.  Ele acha o samba inferior.

      (Ja eu nao posso falar nada, eu tolero samba -e ate gosto de varios estilos- depois de 34 anos sem escutar.  Mas eu cresci ouvindo Pink FLoyd e Zep mesmo.)

    2. Músicas politizadas seriam

      Músicas politizadas seriam uma minoria (quase insignificante) no funk. O que vende e agrada são aquelas letras de conteúdo e qualidade duvidosa…e que promovem mulheres frutas e coisas do gênero.

      Se as mesmas falam de ostentação e consumismo, ou se são sexistas e machistas, podem e devem ser criticadas sim, pois não estamos falando de gosto pessoal musical nesse ponto.

    3. Vamos la, sem preconceito!

      Me apresente UM funk que tenha letra (politizada ou não), mas que tenha alguma mensagem que vale a pena ser ouvida (mesmo que só pra quem mora na periferia). Se tiver algum, eu vou ouvir ao menos uma vez, pra conhecer. Se for bom, mesmo que eu não gostar, fica na minha playlist, que tem desde música classica a rap. Mesmo que eu não goste, fica lá, pro caso de alguém por aqui gostar, mas que seja bom.

      Mas se tem UM funk politizado e um pouquinho mais inteligente, esse não vai encontrar espaćo na mídia, nem nos bailinhos, porque não é interessante pra ninguém e dificilmente vai cair no gosto da molecada, que desde cedo foi condicionada pela midia a consumir mensagens que não as faća pensar.

  13. E viva a “cultura ostentação”!

    Haja exagero. Não tem nenhuma relação com projeção econômica, o Brasil já era 8a. economia do mundo em 1980, quando se vivia o auge da MPB de ‘medalhões’, aquele grupo consolidado que vendia 300 a 500 mil LPs/ano. Quando o Brasil era o 4º mercado mundial de discos com 70 milhões/ano. E é 8a. economia agora, em que é o 3º mercado para o facebook.

    Eu gosto de algumas coisas de sertanejo universitário e não estou preocupado com “cultura”. Não me sinto mais ou menos culto por isso de gênero musical favorito para entretenimento.

    A ideia é ouvir algo facilmente assimilável no trânsito, como em outras décadas se ouvia o pop. Não ficar especulando com decadências.

    Essas críticas não são novidade nenhuma nem levarão a nada. Já discutimos o mesmo há 1,5 ano atrás:

    https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/o-sertanejo-chiclete

    Cada coisa…

    Quem quiser “alta cultura” que a produza e a consuma, não fique cobrando dos outros. Se a ‘classe média’ não quer mais se dedicar ao ‘hobby’ de produzir, consumir, discutir e ficar elocubrando em torno disso é porque hoje tem muitas outras coisas interessantes para fazer. Viaja-se mais, estuda-se mais, pratica-se mais esportes, pesquisa-se na internet zilhões de coisas.

    Em uma integração de passado e presente como nunca antes vista. Com uma cobertura geográfica nunca antes alcançada.

    Inclusive vive-se muito mais. A cada ano a expectativa média de vida aumenta 0,3 anos.

    Hoje não se compôe ou se houve jazz ou bossa nova? E daí? Proibido não foi, apenas saiu de moda. Do mesmo modo as pessoas não colecionam mais selos como antes, não costuram suas próprias roupas como antes.

    Se alguns gêneros musicais estão em crise isso não deve ser estendido ao todo. A arquitetura, o cinema, o design, a gastronomia, o multicuturalismo, as artes visuais não estão em crise. Antes parecem estar florecendo.

    Toda uma preocupação com decoração e com moda que surgiu, até com traços marcantes de customização, não são sinais de cultura decadente, mas de desenvolvimento do gosto, agora multifacetado.

    Falar de classe média (ou a que for) deixando de produzir gêneros musicais é tão pouco assustador para a cultura ocidental e universal como falar da aristocracia dos séculos XVIII ou XIX ter deixado de patrocinar música de câmara. Em algum momento do começo do século XX alguém deve ter lamentado isso…

    É querer atribuir qualidades negativas àquilo que não se controla. Como a síndrome do “no meu tempo era melhor”.

    Só que não. Em uma perspectiva ampla da cultura, como dizer que em algum momento o todo foi melhor?

    As pessoas viviam presas a códigos para tudo, em um mundo de padronizações e limitações. Regras de divisão de papéis por gênero, de quais profissões deviam ser valorizadas pelos familiares, pouca mobilidade social, pouca mobilidade geográfica, bens culturais acessíveis para pesquisa apenas em bibliotecas e museus. As pessoas sequer escolhiam suas religiosidades, porções imensas das sociedades eram analfabetas (quase a metade no Brasil da Bossa Nova.) Censuras diversas por todo lado. Elitismo por todo lado.

    Eu não trocaria o ambiente cultural e de diversidade dos anos 2010 pelo que existia nos anos 1950 ou 1960. Menos ainda pela ‘cultura ostentação’ da classe média de então.

  14. é a mídia que promove o lixo musical

     

    Nossa mas quanta bobagem junta! O samba nasceu no morro, é o som dos miseráveis. O período econômico nada (ou muito pouco) tem haver com a produção musical ter mais ou menos qualidade, no texto está dito que a miséria das periferias é que produziu o funk como se estivessemos mais pobres hoje que a 20 ou 30 anos atras. Sou morador da região do Ipiranga na divisa com o ABC paulista, conheço a favela do Heliópolis, lá a qualidade de vida melhorou muito em 30 anos e é assim em outros lugares.

     

    O que provocou a decadência da cultura foram a ruina do ensino público e a mídia que se desintereçou de promover e difulgar boa música. A mídia promove aquilo que é descartável, e ela sabe que esse povo do funk e outros não duram nada. A mídia aposta naquilo que não tem qualidade pra melhor ganhar, engole, mastiga e joga fora o bagaço. Difícil é lidar com artista que não se pode controlar, que fica 3 anos sem lançar trabalho e faz declarações estúpidas.

     

    Alguem aí lembra da dupla Pepê e Nenê, lembram do maravilhoso hit “minha eguinha Pocotó” ? O rock não está descendo a ladeira só não tem espaço pra se manifestar. Nos anos 60 havia os festivais da Canção e programas de TV com o pessoal da Jovem Guarda.

     

    Tem maism há mais um engrediente nessa sopa de m**da, a bandidagem! Meu irmão me contou que é por ação do PCC que o Funk (estilo carioca) está sendo dissiminado pela perifeira, onde antes se ouvia o rip rop só se ouve grupos de funk. As letras com “putaria” são o tom ideal para os “pancadões” onde vende muita droga. Há bairros como Brasilândia onde eles fecham ruas e fazem festa ao ar livre madrugada a dentro, som muito alto atraindo um multidão de gente.

     

    Aí está, a música está muito ruim porque é só o que é descartável tem espaço, a escola pública falida não apresenta aos jovens algum conteúdo cultural mínimo pra sua formação e a bandidagem usa os pancadões pra aliciar jovens para o consumo e tráfico de drogas.

    Daqui há 3 anos provavelmente não estaremos ouvindo Annita, Michel Teló ou Luan Santana mas estaremos ouvido outras coisas semelhantes mas pioradas.

     

     

    1. Concordo com você quanto à

      Concordo com você quanto à desvinculação da situação econômica e a “qualidade” da música. Acho que o autor do post forçou a barra nessa associação e não se preocupou em respaldar seus argumentos, embora concorde plenamente que funk não é música, tá muito mais para ser um ritual primitivo de acasalamento que cai bem para jovens com hormônios em ebulição.

      Quanto à parte do seu comentário que você diz que ” O que provocou a decadência da cultura foram a ruina do ensino público e a mídia que se desintereçou de promover e difulgar boa música. A mídia promove aquilo que é descartável, e ela sabe que esse povo do funk e outros não duram nada. A mídia aposta naquilo que não tem qualidade” eu não o quanto a “ruína do ensino” tem mesmo uma relação com a decadência da música, visto que muitos artistas populares não são (ou eram) tão letrados assim. A ruína do ensino é fato e acredito que sua melhora vai sim ter um impacto positivo na qualidade da música popular, só não a vejo como causa principal da decadência da música atual. Agora, quanto ao papel da influência midiatica, essa sim eu vejo como uma intervenção decisiva nesse processo. Vou mais longe: foi proposital, nada foi de graça. Analise programas como o BBB, que só incentivam a futilidade, o consumismo, o apelo sexual… a decadência da música coincide com a ascensão da TV… coincide mesmo?

  15. do Mingau de Aço

     

    Revista Veja declara seu amor ao “funk”

     

    Por Alexandre Figueiredo

     

    Essa a intelectualidade cultural dominante não consegue explicar. Como uma revista que condena os movimentos sociais, criminaliza qualquer tipo de ativismo e abriga porta-vozes do mais extremado conservadorismo direitista, como Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes, adere tão facilmente ao “funk”, ritmo tido oficialmente como “subversivo”.

    Há um bom tempo intelectuais dotados do privilégio do mais cômodo prestígio, da mais ampla visibilidade e da garantia (ou ilusão?) de que diplomas e prêmios expressem seus méritos pessoais frente à opinião pública, tentam nos convencer de que o “funk” vive “à margem da grande mídia”. 

    A Veja colocou logo na capa o funqueiro MC Guimé, o queridinho do dirigismo cultural das esquerdas médias, e ele como outros funqueiros foram muito bem tratados na reportagem de capa, tratamento por demais carinhoso para uma revista que “espanca” tribos indígenas, sindicalistas, líderes estudantis e sobretudo agricultores sem-terra.

    “Como tantos gêneros musicais que vieram das áreas urbanas mais pobres, o funk já conquistou parte da classe média. Mas é sobretudo entre a garotada da periferia que ele tem a ressonância de uma Marselhesa: um hino de cidadania e identidade para os jovens das classes C, D e E”, descreve a reportagem de Sérgio Martins.

    Comparável a MC Guimé sendo capa de Veja – sob aprovação de seus reacionários editores – só mesmo o flerte que as Organizações Globo têm com Valesca Popozuda, a pseudo-solteira do “funk” que sintetiza numa só pessoa a antiga Carla Perez do É O Tchan e a funqueira Tati Quebra-Barraco. Ela foi capa da Revista O Globo e apareceu na sessão de música do portal G1. 

    Isso mostra o quanto o “funk”, como outras tendências brega-popularescas, não assusta os barões da grande mídia. O mito de que tais tendências “populares” assustam a grande mídia que a boicota de imediato é mentiroso, tamanho o apoio que o poder midiático dá a esses gêneros, o que não é coincidência nem rendição conspiratória.

    Pelo contrário, o brega-popularesco usa as esquerdas como um trampolim para forjar alguma “independência” ideológica, enquanto prepara as condições de fazer a festa final dentro dos cenários do mais conservador poder midiático.

    Nos últimos anos, foi assim com Gaby Amarantos, que com seu tecnobrega foi acusada de causar pavor na grande mídia e depois foi acariciada até pela revista Veja e depois virou figurinha fácil da Rede Globo. Mais recentemente, o grupo de sambrega Raça Negra, que sobreviveu a um acidente de ônibus, criou um programa no canal Multishow, também das Organizações Globo.

    As esquerdas médias não se intimidaram em seu dirigismo cultural “recomendando” Zezé di Camargo & Luciano goela abaixo para as mentes progressistas, mesmo quando a Globo Filmes patrocinou Os Dois Filhos de Francisco e com a dupla apoiando Ronaldo Caiado.

    Foi só Zezé pedir o “fora Lula” nas passeatas do Cansei para as esquerdas médias acordarem. Da mesma maneira, elas acordaram também diante de uma “revolucionária” Joelma da Banda Calypso depois que ela deu seu surto moralista da linha do deputado Marco Feliciano.

    #OCUPAIGRANDEMÍDIA NO “FUNK” NÃO EXISTE. É MENTIRA. 

    O que é de admirar é que, até agora, o “funk” estava mais vinculado a espaços flexíveis da mídia direitista, como a própria Rede Globo e a Folha de São Paulo. Mas agora, com a adesão assumida de Veja, cai por terra o verniz “progressista” dado ao gênero, com a reportagem elogiosa do semanário ultraconservador.

    Tanto o “funk carioca” quanto o “funk ostentação”, e especialmente este, são bem abordados pela reportagem, que destaca os 10 milhões de fãs até mesmo no título. A capa com MC Guimé (ou MC Guimê, ou MC Guime) mostra o quanto os funqueiros estão em boa conta com os barões da grande mídia.

    Por incrível que pareça, isso não é um “rolezinho” que apavora as elites. Até porque a elitista Veja acolheu os funqueiros com gentileza incomum. Uma gentileza que não existe quando a revista parte para cima de sindicalistas, agricultores e líderes estudantis, só coloca as forças progressistas na capa para criminalizá-la. Colocou um funqueiro na capa como um “herói”.

    Portanto, o “funk” não aparece na Veja como um invasor que ocupou o território inimigo. Não é uma conspiração, até porque os popularescos se sentem muito felizes e bem tratados pelo poder midiático. Os barões da mídia não mostram um só incômodo, os popularescos também não expressam qualquer tipo de raiva. Parece até uma confraternização.

    Portanto, o mito intelectualoide de que os funqueiros comandam a operação #OcupaiGrandeMídia simplesmente é MEN-TI-RA. Não é alguém usando o espaço do inimigo para obter visibilidade, mas um cúmplice não assumido que em dado momento prova ser o aliado do poderio midiático que no fundo sempre foi. “Funk” não é mais que subproduto do poder midiático.

    Com o apoio da revista que condena a reforma agrária, não há mesmo que apostar numa “reforma agrária na MPB” através do “funk ostentação”. E o “funk” não quer regulação da mídia. Ele gosta e precisa mesmo dos barões da mídia.

  16. Não tenho elementos para

    Não tenho elementos para contestar a teoria musical por trás dessas duas aberrações, uma vez que sou completamente ignorante em música, mas quanto a análise sociológica de que trata o texto eu concordo plentamente, tanto o sertanejo universitário quanto esse tal funk refletem a preocupante deterioração cultural total tanto dos filhos da classe média e dos jovens da periferia. É só compará-los com os seus ancestrais originais, a música caipira de raíz e o samba, para ver o quanto a coisa degringolou.

    Jovens de hoje, de qualquer extrato social, não querem mais saber de cultura de nenhum tipo, preocupam-se apenas com consumo e sexo ou em como conseguir isso, e as músicas que produzem e ouvem apenas isso demostram. São sacos vazios no qual não se deve esperar pouco ou nada de bom. 

    Enquanto lia o texto pensava num livro, o Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley e calculava o quanto ele estava sendo profético em pensar numa sociedade distópica profundamente hedonista, onde só se pensava justamente em consumo e sexo. Bem, chegamos a ele muito antes do que, creio, o autor previa. Bem-vindos ao mundo real.

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