O jornalista Denis Brean (Augusto Duarte Ribeiro) foi um dos melhores compositores populares paulistas. Em 1957 compos o samba-canção “Franqueza”, que foi lançado por Nora Ney, mas fez sucesso mesmo foi com Maysa.
A letra expõe o drama de um amor desfeito:
“Você passa por mim e não olha,
Como coisa que eu fosse ninguém
Com certeza você ja esqueceu
Que em meus braços já chorou também”
com a personagem aceitando a rejeição do parceiro, mas ao mesmo tempo ressaltando que a situação não é natural, pra quem viveu tamanha felicidade:
“Eu não ligo, porém, ao seu modo
Isto é próprio de quem é infeliz
Quer mostrar que não sente saudade
De um passado que foi tão feliz”
A coisa vai ficando amarga e termina com a ingratidão do parceiro totalmente explicitada::
“Se eu quisesse eu podia dizer
Tudo, tudo que houve entre nós
Mas pra que destruir seu orgulho
Se eu até já esqueci sua voz”
“De uma coisa eu tenho certeza
Foi o tempo quem me confirmou
Seus melhores momentos na vida
Nos meus braços você desfrutou.”
Pelo tema e pela interpretação, muita gente acha que a música é de Maysa, mas, além de Denis Brean, o outro compositor é Osvaldo Guilherme. Franqueza é um clássico da dor de cotovelo e teve um número gigantesco de gravações. Selecionei algumas que mais gosto.
Interpretações femininas:
#1 – Nora Ney – a primeira gravação
#2 – Maysa – talvez a de maior sucesso
#3 – Leny Eversong – belíssima e sem muito drama, não muito característico dela
#4 – Elizeth Cardoso – intensa, quase à cappella, acompanhada por um órgão
#5 – Waleska – deu uma abolerada básica e fez uma combinação com a música “Conselho”, que tem tudo a ver com “Franqueza
Interpretações masculinas:
#6 – Tito Madi – suave, como todas suas interpretações
#7 – Dick Farney – em belíssima versão instrumental
#8 – Nelson Gonçalves – com toda a intensidade que lhe é característica
#9 – Quarteto Nostalgia – outra bela versão instrumental
#10 – Wilson Simonal – surpreendente interpretação de uma das mais belas vozes masculinas da nossa música
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