Os Escravos de Jó e Caxangá

“Os Escravos de Jó”  e  “Caxangá”  –  e a história por trás dessa(s) música(s).

UMA PARCERIA INDESEJADA

No primeiro semestre de 1973, Milton Nascimento, durante a preparação do álbum “Milagre dos Peixes”, ganhou uma parceria inesperada e pra lá de incômoda: a censura, que cortou praticamente na íntegra as letras das músicas “Cadê”, “Escravos de Jó” e “Hoje é Dia El Rey”. Milton, decidiu resistir. Se não podia usar as letras, então gravaria as músicas apenas com sua voz, usando seu vasto repertório de modulações para imprimir as emoções que os censores haviam suprimido dos textos. “Vou gravar de qualquer jeito. Vou botar no som tudo o que eles tiraram na letra. Eles vão ver comigo”, desabafou Bituca ao amigo Márcio Borges. 

Mais que qualquer instrumento, porém, brilhavam no disco as vozes de Bituca e seus convidados, como Clementina de Jesus no lá-lá-lá de “Os Escravos de Jó”.

Das três letras proibidas, esta, de Fernando Brant, é sem dúvida a mais contundente. Clementina de Jesus, convidada para participar do disco, só pôde cantar a última estrofe. Alguns anos depois, Elis Regina – sempre ela – resgatou a letra proibida e gravou a canção com um novo nome, “Caxangá”.

Por Márcio Proença , em  Milton Nascimento e Clementina de Jesus – Os escravos de Jó 

Segue-se Caxangá : na gravação original (LP Elis, 1977)  e  cantada num especial de Milton Nascimento (TV Bandeirantes, em 1978)

Luis Nassif

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