Intenção de consumo das famílias paulistanas desaba em maio

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A atual crise econômica começa a influenciar as condições das famílias: o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) apurado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) caiu 10,2% em maio ante abril – a sétima consecutiva na comparação mensal – atingindo 89,9 pontos, o pior nível histórico desde janeiro de 2010. No comparativo anual, a baixa foi de -20,8%.

Este é o segundo mês seguido em que os sete componentes do ICF perderam força na comparação mensal e, em maio, todos ficaram nos seus menores patamares já registrados pela pesquisa, iniciada em janeiro de 2010. O indicador Nível de consumo atual recuou 12,4% e atingiu 63,9 pontos – é o 28° mês abaixo dos cem pontos – e segue no patamar mais baixo entre os sete componentes do ICF.

O item Perspectiva de consumo recuou 13,6% em relação a abril e ficou com 73,8 pontos em maio, o que indica que, além de as famílias estarem gastando menos, o consumo deve cair nos próximos meses. Já o item Acesso ao crédito caiu 12,8%, passando de 115,3 para 100,6 pontos entre abril e maio, demonstrando uma significativa redução sobre a percepção da facilidade de obter financiamentos. Renda atual retraiu 7,8% no mesmo período e atingiu 106,2 pontos. Os indicadores Emprego atual (111,1 pontos) e Perspectiva profissional (107,4 pontos) recuaram 8,1% e 5,5%, respectivamente.

Pela primeira vez, ambas as classes de renda analisadas pelo ICF ficaram abaixo dos cem pontos. O indicador das famílias com renda superior a dez salários mínimos – que já estava na área de insatisfação – recuou 12,1% e marcou 79,5 pontos. Já o índice das famílias com renda abaixo de dez salários mínimos pela primeira vez atingiu menos de cem pontos (93,5) e registrou queda de 9,5% em maio.

Para a Federação, “o cenário ruim para o consumo é evidenciado pelos números da poupança, que em abril apresentou os piores índices da história. Os saques superaram os depósitos em R$ 5,8 bilhões, e isso significa que as famílias recorreram a ela para uma ajuda no orçamento (que anda bem apertado em razão da alta da inflação e da dificuldade de obter crédito)”. Além disso, a expectativa para os próximos meses mostra uma tendência negativa, pois condicionantes do consumo como inflação, crédito e emprego continuam pressionadas, e a falta de perspectiva de melhora da economia mantém o consumidor ainda mais cauteloso.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

4 Comentários

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  1. A mídia faz terrorismo

    A mídia faz terrorismo econômico.  Os incautos acreditam e diminuem o consumo. Assim, o comércio suspende as compras, e, como consequência,  a indústria diminui a produção.  Comércio e indústrias fracos implica em redução de propaganda na mídia,  com queda de receita, implicando em demissões de empregados. 

    CONCLUSÃO: a mídia trabalha contra o governo, mas as consequências negativas recaem sobre ela e seus parceiros. TIRO PELA CULATRA.

  2. A mídia aumenta, mas não

    A mídia aumenta, mas não inventa. Há, sim, claramente um cenário de arrefecimento no consumo. Bastam dois olhos para ver isso. O endividamento alcançou seu máximo. Talvez só lá para o meado do segundo semestre ocorra alguma reação. 

    O estranho de tudo isso é a atitude absolutamente irracional do BACEN com sua Política Monetária restritiva num ambiente de recessão e de inflação. Inflação, sim, mas de custos, ou seja com origem na Oferta e não na Demanda.. 

    Falta coordenação e coerência no governo. De que adianta o arrocho fiscal que tem por efeito colateral freio na Demanda e por objetivo final aumentar esse maldito superávit primário se o BACEN vem de lá com o aumento da taxa de juros? É colocar com uma mão e tirar com a outra. É um jogo de soma zero. 

    Falta coordenação e coerência ao governo. 

  3. Bombardeado de notícias ruins
    Somos bombardeados de notícias ruins dia e noite pela midia. Pra se defender o jeito é pisar no freio.
    Cade os bilhões do Criança Esperança? ?

  4. Natural que aconteça

    só olhar os aumentos de preço ou a carne 50% mais cara é invenção da mídia? ou a energia mais cara que é repassada no preço do produto fabricado ao consumidor é mentira?

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