Ao GGN, advogado de Mauro Cid diz que cobra Moraes por vazamentos de delação

Carla Castanho
Carla Castanho é repórter no Jornal GGN e produtora no canal TVGGN
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De acordo com o advogado Cezar Bitencourt, a culpa dos vazamentos não seria da Polícia Federal

O advogado do tenente-coronel Mauro Cid, Cezar Bitencourt, revelou com exclusividade ao GGN que está tomando as devidas providências sobre os vazamentos que ocorrem à cada depoimento de Cid à Polícia Federal. “Estamos cobrando do Ministro [Moraes] vazamentos que estão ocorrendo! E, provavelmente, esses vazamentos não são da Polícia Federal!”. 

O militar e a PF chegaram a um acordo em 6 de setembro, em uma audiência no Supremo Tribunal Federal com o juiz Marco Antônio. À época, o ministro do STF Alexandre de Moraes chegou a cobrar dos agentes da Polícia Federal que nada fosse vazado.

Depoimentos vazados 

Consulta à Cúpula das Forças Armadas 

À PF, em setembro, o ex-ajudante de Ordens detalhou uma reunião que ocorreu no ano passado entre a cúpula das Forças Armadas e aliados militares de Bolsonaro. De acordo com a delação premiada, a intenção era discutir a possibilidade de implementar uma minuta de intervenção militar no país, que abria caminho para convocar novas eleições e incluía a prisão de adversários.

As fontes que acompanham a delação disseram ainda que Cid afirmou em uma das reuniões, que o assessor Filipe Martins chegou a entregar a minuta de decreto para Bolsonaro, de acordo com informações do jornalista Talento Aguirre. 

Comando do gabinete do ódio

Nas mais recentes declarações sobre o “gabinete do ódio”, Mauro Cid afirmou à PF que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) quem estava no comando do grupo, composto por assessores de Jair Bolsonaro (PL), cujo objetivo é atacar adversários e o Estado Democrático de Direito, pelas redes sociais.

Cid ainda vinculou o ex-presidente à disseminação de notícias falsas, na intenção de atacar o sistema eleitoral brasileiro.

CACs no golpe 

Já a declaração premiada à Procuradoria-Geral da República, diz respeito ao envolvimento dos Bolsonaro na tentativa de um golpe de Estado. De acordo com Mauro Cid, Eduardo e Michelle Bolsonaro teriam incentivado o ex-presidente com o objetivo de evitar a posse de Lula, através de mobilizações nas ruas e pressão dos militares. 

Na reportagem de Aguirre Talento no UOL, esposa e filho teriam dito, inclusive, que Bolsonaro tinha apoio dos CACs (caçadores, atiradores e colecionadores de armas), ou seja, sugeriram que os bolsonaristas armados fossem usados no plano de golpe queriam usar CACs no golpe. No entanto, o plano não foi adiante porque não houve consenso entre as Forças Armadas.

As joias

No campo do esquema ilegal da venda de joias no exterior, Mauro Cid revelou que deixou nas mãos do ex-presidente R$ 68 mil de forma parcelada, nos Estados Unidos e no Brasil, e que participou da venda de dois relógios, das marcas Rolex e Patek Phillipe. 

O depósito foi feito na conta de seu pai, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid e posteriormente sacado e encaminhado à ex-presidência. A informação foi dada pela Veja, em setembro. 

Cartões de vacina

No contexto da Operação Venire, que investiga a adulteração de dados do Ministério da Saúde sobre as vacinas de Covid-19, Cid confirmou que cumpriu ordens ao articular a fraude dos cartões do ex-presidente, entre novembro de 2021 e dezembro do ano passado, com o objetivo de permitir o certificado sanitário internacional para que ele viajasse aos Estados Unidos.

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