As explicações pouco transparentes da Transparência Internacional sobre os índices de corrupção

As explicações da Transparência Brasil é que não se avançou nas leis anticorrupção e Bolsonaro é um governo cercado de suspeitas e crítico da imprensa. Em nenhum momento relata que sua eleição foi fruto direto da Lava Jato e o principal agente da operação, juiz Sérgio Moro, se tornou seu Ministro

Correção – Houve uma confusão entre a versão brasileira da Transparência Internacional e a Transparência Brasil. O artigo abaixo se refere à Transparência Internacional

A Vaza Jato e a história da fundação que deveria administrar bilhões da Petrobras ajudaram a desmascarar a indústria da anticorrupção que se instalou no país. Essa indústria contempla escritórios de advocacia especializados em compliance, jornalistas repassadores de releases e, especialmente, ONGs ditas anticorrupção.

A Transparência Internacional se tornou uma organização respeitada internacionalmente. Mas sua franquia brasileira desmoralizou a marca. Tornou-se a principal parceira da tal fundação, que injetaria bilhões em campanhas anticorrupção, sob controle estrito dos procuradores paranaenses da Lava Jato e atuando sem nenhuma transparência.

Aproximou-se de um empresário polêmico, Josmar Verillo, que tentou cavalgar a onda anticorrupção montando uma série de ONGs para investigar prefeituras do interior e transformando qualquer problema administrativo em campanhas de ódio. Recentemente, Verillo explorou o caso Lava Jato contratado por um polêmico empresário indonésio, em disputa com a JBS. As duas empresas com denúncias de corrupção, e Verillo foi contratado por uma delas para expor a corrupção da concorrente.

A Transparência Brasil se calou ante todas essas evidências, mesmo depois que foi acusada por um Ministro do Supremo Tribunal Federal por sua falta de transparência. E não se pronunciou depois que a Vaza Jato demonstrou as ilegalidades cometidas pela operação. Beneficiada pela blindagem da mídia à Lava Jato, em nenhum momento procurou se explicar ou esclarecer esses fatos. O silêncio da matriz coloca dúvidas sobre os reais objetivos da organização.

Esta semana foi divulgado o Ranking de Corrupção mundial. É o 5o ano em que o Brasil cai na classificação do Índice de Percepção da Corrupção. Caiu uma posição e está na 106a, empatado com Albania, Costa do Marfim, Argélia e Egito.

As explicações da Transparência Brasil é que não se avançou nas leis anticorrupção e Bolsonaro é um governo cercado de suspeitas e crítico da imprensa. Em nenhum momento relata que sua eleição foi fruto direto da Lava Jato e o principal agente da operação, juiz Sérgio Moro, se tornou seu Ministro.

E não inclui, nas explicações sobre a queda no índice, a falta de transparência do órgão responsável pelo levantamento. Ela precisa de uma auditoria externa para adotar princípios de compliance.

 

 

Luis Nassif

7 Comentários

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  1. De há muito a transparência tem sido opaca com relação há muitos dos desvios de conduta, desvios morais e falcatruas. Genérica sobre alguns assuntos tem mantido um foco mais explícito com relação a outros assuntos. O mais incrível é que neste governo as coisas são feitas escancaradamente. Como por exemplo decretar sigilo sobre gastos e tudo que for conveniente. Esta semana o nosso presidente criticou um ministro por usar o avião da FAB, mas nada falou da farra explicita e familiar de suas viagens ao exterior com uma comitiva de amigos e família. A falta de transparência do cartão funcional também está em sigilo. Afora coisas mais graves como o ministro do SECON e ou os interesses dos ministros como GUedes que tem por exemplo uma irmã dentro do MEC, sendo sua família dona de uma empresa educacional de grande porte. Mas tudo isto que vai se configurando em algo maior não aparece na transparência.

    1. “Afora coisas mais graves como o ministro do SECON e ou os interesses dos ministros como GUedes que tem por exemplo uma irmã dentro do MEC, sendo sua família dona de uma empresa educacional de grande porte. Mas tudo isto que vai se configurando em algo maior não aparece na transparência.”

      Não aparece na transparência justamente por não ser transparente.

  2. O título faz referência à organização errada. A organização responsável pelo índice de Percepção da corrupção é a Transparência Internacional, e não a Transparência Brasil. Favor corrigir.

  3. O título faz referência à organização errada. A organização responsável pelo índice de Percepção da corrupção é a Transparência Internacional, e não a Transparência Brasil, que não tem qualquer relação com o índice. Favor corrigir.

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