Autoridades de Maceió abandonam população em meio a rompimento de mina

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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“Em pleno dia de rompimento da mina, não havia ninguém acolhendo pessoas”, relata jornalista

Imagem: Reprodução/ Prefeitura de Maceió

A Mina 18 da Braskem, em Maceió, capital de Alagoas, rompeu no início da tarde deste domingo (10). A Defesa Civil e a prefeitura, no entanto, sequer prestou atendimento à população, de acordo com relato da jornalista Wanessa de Oliveira, da Mídia Caeté, obtido pelo GGN

A Defesa Civil Municipal informou o rompimento da mina às 13h15. O colapso foi registrado por câmeras de monitoramento na lagoa Mundaú, no bairro do Mutange.

Durante cerca de quatro horas, a jornalista Wanessa de Oliveira, que está grávida, viu de perto o desespero da população isolada num local chamado de Bom Parto, mais conhecido como Borda, ao lado da área que foi evacuada, próximo à encosta do Mutange, ao lado da Mina 18. 

Enquanto prefeitura roda de helicóptero, a população isolada que ficou no Bom Parto segue em pânico. As casas estão com rachaduras absurdas, o solo todo molhado. Segundo os moradores, é água minada. As casas têm inclinações que não explicam como ainda estão de pé. A população está sofrendo, tomando água da torneira que vem do poço e provavelmente está contaminada, Não pude experimentar, em razão da gravidez, mas me relataram que era salobra”, informou Oliveira. 

Chamou atenção também a inércia da Defesa Civil, em meio a situação de alerta. Segundo a população, nenhum agente esteve no local, o órgão sequer atendia aos telefonemas e limitou-se a comunicar o povo pelas redes sociais. 

Do tempo que fiquei lá, mais ou menos das 16h às 20h, não apareceu ninguém da Defesa Civil, nem prefeitura, só helicópteros, eventualmente. Os moradores relataram que, de fato, ninguém apareceu. A Defesa Civil não atende ao telefone e tudo o que sabem é apenas via redes sociais”, relatou a jornalista. 

Segundo Oliveira, o lugar é totalmente inviável de se viver devido ao alto índice de contaminação. “As casas que foram esvaziadas estão acumulando mato, água, muitos mosquitos, focos absurdos nos córregos. Há relatos de ratos, raposas, cobras. Fizeram um posto lá de ‘’acolhimento’’, mas estava desativado. Em pleno dia de rompimento da mina, não havia ninguém acolhendo pessoas ali”. 

A população precisa de água limpa, para beber, inclusive. Precisa de doações e precisa de gente da saúde que possa prover, talvez, o mínimo de ajuda humanitária. O que precisam na realidade é realocação ‘pra ontem’! Não tem condição de viver ali. Muitas crianças, muitos idosos, cadeirantes. Enfim, um colapso na borda do colapso”, completou.

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Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

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