Brasil Telecom entra na mira da investigação contra Dal Agnol

Jornal GGN – De acordo com o delegado da Polícia Federal de Passo Fundo, Mário Luiz Vieira, uma empresa da Brasil Telecom está sendo investigada por fazer parte da fraude do caso Dal Agnol. Um contrato ilícito entre a companhia e Maurício Dal Agnol  teria sido encontrado em um fundo falso na casa do empresário. O documento trata de um pagamento de R$ 50 milhões para que ele intercedesse nos processos movidos pelos clientes.

Enviado por OBS

Caso Dal Agnol: Brasil Telecom está sob investigação

Por Jonas Lima

Do Diário da Manhã

Na tarde de ontem (31), o delegado da Delegacia de Polícia Federal de Passo Fundo, Mário Luiz Vieira, divulgou uma nova informação sobre o caso Dal Agnol. Conforme ele, uma empresa Brasil Telecom está sendo investigada por também fazer parte da fraude milionária descoberta em fevereiro deste ano. A companhia é acusada de fechar uma espécie de acordo ilícito com Maurício Dal Agnol.

Intitulado de “Acordão”, o contrato encontrado em um fundo falso na casa do empresário, e que até então não havia sido divulgado pela polícia, dava conta de que Brasil Telecom teria pago R$50 milhões para ele interceder nos processos movidos pelos clientes, através de donos de ações da empresa.

O acordo também estabelecia que Dal Agnol ainda receberia 50% dos valores que conseguisse recuperar dos clientes e o restante era devolvido para a companhia telefônica. “Aproximadamente 20mil vítimas teriam recebido metade dos valores que de fato deveriam ganhar, isso nos mostra que realmente o esquema poderia estar muito acima do Dal Agnol”, afirma.

Conforme Vieira, até 2009 esta empresa já havia perdido na justiça mais de R$640 milhões em processos movidos por clientes e a partir das informações confirmou-se que o acusado estaria advogado para ambos os envolvidos. “Em nenhum momento as vítimas foram comunicadas a respeito de nenhuma movimentação e agora a empresa também está sendo investigada por estar atrelada ao esquema fraudulento”, confirma o delegado.

Contrato

O Grupo Diário da Manhã teve acesso ao contrato firmado entre Maurício Dal Agnol e a empresa de telefonia fixa. Em uma das cláusulas do contrato está a proibição absoluta de qualquer informação sobre o acordo  e ainda que os primeiros R$20 milhões teria sido pagos adiantados em dezembro de 2009. O restante foram acertados em cinco parcelas nos meses de agosto, setembro, outubro e dezembro de 2010 e ainda em fevereiro de 2011.

Em outra cláusula, Maurício Dal Agnol indicou Dr. Luiz Carlos Lopes Madeira, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral – TSE como recebedor de 12,5% dos honorários.

Ainda assina como testemunha, o vice-presidente de relações institucionais da maior empresa de comunicação do país, Paulo Tonet Camargo.

O acordo entre ambas as partes foi assinado em 21 de outubro de 2009, com aditamento em 4 de julho de 2010.

Empresário continua desaparecido
As investigações sobre o paradeiro do principal chefe da quadrilha de fraudadores de um esquema milionário, continuam. O empresário Maurício Dal Agnol ainda não foi encontrado e está sendo buscado pela Polícia Internacional. Sua mulher também é procurada.

No dia 20 do último mês, a justiça pediu quebra de sigilo dos clientes do escritório de Dal Agnol através de ação cautelar. Durante a deflagração da Operação Carmelina em fevereiro, a polícia federal encontrou dentro da casa de Dal Agnol, em Passo Fundo, esta peça falsa onde além do “Acordão” estariam guardados outros documentos e malas de dinheiro vivo. Segundo os policiais, a quantia de dinheiro era tanta que foi preciso buscar uma máquina de contar notas em um banco.

Comentário de C Eduardo

Deixo em observação

Trata-se dos mesmos?

MPF/Erechim denuncia envolvidos em esquema de compra e venda de caminhões

Do MPF

Dentre a lista de acusados estão empresários que obrigavam empregados a serem laranjas na negociação e um delegado da Polícia Federal.

O Ministério Público Federal em Erechim (RS) apresentou à Justiça Federal denúncia contra 37 pessoas pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica e coação no curso do processo. Entre os denunciados estão Mário Luíz Vieira, delegado da Polícia Federal, e os empresários Vilmor Dall’Agnol, Orestes Dall’Agnol e Gilberto Dall’Agnol. 

Conforme os procuradores da República Mário Sérgio Ghannagé Barbosa, Enrico Rodrigues de Freitas e Jorge Irajá Louro Sodré, o esquema consistia em utilizar os empregados das empresas Dall Agnol Caminhões e Expresso Hércules Transportes, Comércio e Representações como laranjas, fazendo com que as operações financeiras e os negócios de compra e venda de caminhões que de fato eram da empresa fossem feitos em nome deles. A organização criminosa contou ainda com a participação de agentes públicos, que faziam o elo entre o crime e as instituições do estado.

Segundo a denúncia, também ficou apurado o envolvimento do delegado da Polícia Federal Mário Luíz Vieira, que recebeu vantagens em razão do exercício da função. Quando assumiu a presidência do inquérito policial que investigava as empresas, explicam os procuradores, o delegado teria deixado de praticar ato de ofício como também teria praticado ato infringindo dever funcional. “Ele prevaleceu-se do cargo e inseriu declaração falsa em documento público para alterar a verdade sobre um fato juridicamente relevante”, ressaltou o procurador Mário Sérgio Ghannagé Barbosa.

No decorrer das investigações também foram constatados casos de ameaça e coação por parte do gerente das empresas Dall Agnol e Expresso Hércules contra seus empregados e, inclusive, ameaças do delegado Mário Vieira feitas a um repórter da região, que publicou reportagens sobre a adulteração de documentos de veículos da Delegacia de Polícia de Marcelino Ramos (RS). 

Redação

5 Comentários

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  1. Fraude

    A Petrobras não é a única empresa onde grassa a corrupção.

    Quanto maior o tamanho da empresa, maiores os riscos e as oportunidades de desvio. A tentação aumenta com os valores envolvidos, e não há controles internos ou governança corporativa que consigam eliminar a corrupção.

  2. eu entendi direito??

    a brt contratou o advogado para desviar os valores, que ela mesma pagava, e dividiam meio a meio os lucros?? é isso??

    que negócio bom esse cara arranjou, ganhava dos dois lados!

    1. ACORDO COMUM ENTRE CAUSÍDICOS

      Esse tipo de acordo, que lesa clientes, é muito comum entre advogados das partes. Fazendo um acordo logo depois de iniciado o processo, provocam perdas para a parte reclamante e diminuem o prejuízo da parte ré. No final, os causídicos racham o valor dos honorários e o  embolsam em prazo mínimo no processo. Muito comum na justiça trabalhista. Igual ao Banco do Brasil: “é bom pra todos”! 

  3. A notícia é antiga ou é falsa

    O advogado Maurício Dalagnol já foi preso e posto em liberdade há mais de 30 dias. Quanto ao contrato, é estranho que ponha por escrito um acerto criminoso. 

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