Colóquio denuncia crimes cometidos pela ONU no Haiti

Segundo tribunal popular, agentes das Organização das Nações Unidas cometeram atos violências contra a população

Foto: ABJD/Reprodução

da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia – ABDJ 

Missão Haiti: ABJD participa de Colóquio que denuncia os crimes cometidos pela ONU no país

A ABJD (Associação Brasileira de Juristas pela Democracia) realiza missão no Haiti nesta semana e participa do “Colóquio Internacional Ocupação, Soberania, Solidariedade: para um tribunal popular sobre os crimes da MINUSTAH no Haiti”. O evento denuncia os crimes e as violências cometidas pelos agentes das Organização das Nações Unidas (ONU) contra a população haitiana.

A Associação está sendo representada pela desembargadora aposentada Kenarik Boujikian e pela advogada e professora da UFRRJ Charlotth Back. As juristas contam que diversos movimentos sociais, feministas, sindicais e camponeses apresentaram um balanço dos 15 anos da ocupação da ONU que, segundo relatos apresentados no Colóquio, é responsável pela introdução da epidemia de cólera no Haiti. “Em 2010, após o terremoto que destruiu parte significativa do Haiti, a ONU enviou um contingente de soldados do Nepal contaminados com a doença”, explicaram. O fato resultou na morte de milhares de pessoas vitimadas pela cólera e inúmeras ainda continuam infectadas.

Estiveram presentes no Colóquio advogados, militantes e especialistas em direitos humanos de Brasil, Bélgica, Porto Rico, Argentina, Venezuela, México e Estados Unidos. A intenção é prestar solidariedade ao povo haitiano e cooperar para a formação de um tribunal popular para buscar reparação das vítimas da cólera e exigir a responsabilização das Nações Unidas pelos crimes contra a humanidade perpetrados com a anuência dos países ocidentais e de organismos internacionais, sob o discurso de “intervenção humanitária”.

A missão Haiti da ABJD é apoiada pela Brigada Dessalines. A ação faz parte das atividades da Secretaria de Relações Internacionais (SRI) da Associação. A SRI integra a Coalizão Internacional de Juristas pela Paz e pela Democracia e volta-se ao acompanhamento constante e ativo dos avanços das forças conservadoras e neoliberais, cujas políticas socioeconômicas de efeitos desumanos impulsionam grandes mobilizações e levantes populares na América Latina.

SRI-ABJD

Formada em 16 de julho de 2019, a SRI da ABJD tem se dedicado ao monitoramento das situações nacionais e internacionais, em especial com relação ao Equador, Chile, Argentina, Venezuela, Haiti e Bolívia, países que, de modo geral, assim como o Brasil, sofrem com as políticas neoliberais de violações e retiradas de direitos básicos da população e da soberania, de desigualdade, violências e opressões estruturais.

Nesse contexto, os levantes populares se intensificam e com eles a repressão e violência policial, gerando novos e constantes dados de violações de Direitos Humanos, que também são objetos do monitoramento da Secretaria.

Redação

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