Diplomata chinês repreende israelense, na ONU; Joe Biden se pronuncia sobre cessar-fogo

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Início do cessar-fogo é marcado por troca de reféns do Hamas por prisioneiros de Israel e novas movimentações no xadrez da diplomacia

O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, e o representante permanente da China na ONU, Zhang Jun. Foto: Ascom/ONU

Após críticas grosseiras do embaixador de Israel na Organização das Nações Unidas (ONU), Gilad Erdan, sobre a entidade dedicada à defesa das mulheres do organismo internacional (ONU Mulheres), o representante da China, Zhang Jun, não deixou barato e respondeu ao diplomata israelense. 

“Distinto representante de Israel, gostaria de lembrá-lo que você pode expressar plenamente suas opiniões em seu discurso, mas para os palestrantes convidados, por favor, seja respeitoso, pelo menos”, interrompeu Zhang Jun. “Essa é uma regra que todos devem respeitar”, acrescentou.

Erdan foi interrompido enquanto dizia: “que vergonha vocês são, ONU Mulheres, que vergonha vocês são”.  

O entrevero ocorreu durante uma reunião do Conselho de Segurança sobre a situação no Médio Oriente, nesta semana, em Nova York. Erdan argumentou que os representantes da referida entidade não se preocupam em apoiar as mulheres que foram agredidas física e sexualmente na guerra entre Israel e o Hamas.

Maioria das mortes são de mulheres 

O destempero do diplomata israelense se deu porque a diretora-executiva da ONU Mulheres, Sima Sami Bahous, denunciou na reunião que desde que as hostilidades entre Israel e o Hamas começaram, em 7 de outubro, 67% das mais de 14 mil pessoas assassinadas em Gaza são mulheres e crianças.

“As mulheres em Gaza disseram-nos que rezam pela paz, mas se a paz não chegar, rezam por uma morte rápida enquanto dormem com os filhos nos braços”, disse Bahhous. “Todos deveríamos ter vergonha de que qualquer mãe, em qualquer lugar, tenha essa sentença”, disse ela.

Joe Biden se pronuncia 

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se pronunciou em coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (24) sobre a libertação de reféns mantidos em Gaza pelo Hamas.

Biden declarou que “nas próximas horas saberemos qual será a segunda onda de liberações”. Também disse que não sabe “quando os primeiros reféns americanos serão libertados. Não sabemos suas condições. Não sabemos quais reféns específicos serão libertados”.

Sobre o cessar-fogo, disse que “este acordo também está estruturado para permitir a continuação de uma pausa” e a libertação de mais reféns. “Esse é o nosso objetivo”, disse ele. “É apenas um começo, mas até agora tudo correu bem”, completou. 

O presidente dos EUA declarou: “não confio no Hamas para fazer nada certo. Só confio que o Hamas vai responder à pressão.”

Reféns alemães 

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, disse que estava “infinitamente aliviada” pelo fato de quatro alemães estarem entre os libertados na troca entre reféns do Hamas e palestinos detidos por Israel.

Baerbock agradeceu aos governos do Qatar, do Egito e à Cruz Vermelha pelo trabalho e esforços para chegar a este momento.

Ela disse que a libertação de todos os cativos detidos em Gaza – incluindo os restantes dos cidadãos alemães – continua a ter alta prioridade, e acrescentou que espera que a pausa nos combates permita muito mais ajuda humanitária ao enclave palestino.

Com informações do Haaretz, Al Jazeera, Agência RT e CNN News

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Renato Santana

Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.

1 Comentário

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  1. O bolsominion israelense se comporta como se estivesse numa mesa de boteco. Dá uma boa pista de como seria a atuação do embaixapeiro da familícia, caso sua nomeação tivesse se consumado. Trogloditas de paletó.

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