Nesta segunda-feira (30), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou em uma coletiva de imprensa não estar disposto a um cessar-fogo. Para o jornalista, pesquisador acadêmico e mestre em Relações Internacionais Bruno Huberman, convidado do programa TVGGN 20H, a insistência do israelense na guerra contra o Hamas se justifica a partir da necessidade da própria manutenção no poder.
“Hoje em dia, Israel está tendo muita oposição ao Benjamin Netanyahu e membros do seu partido. Ele só está se sustentando enquanto estiver movendo a guerra, acho que é uma das razões por trás do prolongamento da guerra. Ele está falando de uma guerra longa. Enquanto a guerra durar, ele dura. Assim que a guerra acabar, ele cai. Já havia uma rejeição desde antes do conflito”, afirma Huberman.
Além de comentar o avanço do conflito, o convidado falou ainda sobre o documento do Ministério da Inteligência de Israel, que recomenda a transferência forçada da população da Faixa de Gaza para o Sinai de forma permanente após a guerra. Para Huberman, o documento revela a continuidade do projeto israelense de expulsar os palestinos da própria terra, em ação antes mesmo da criação do Estado de Israel.
“Pode-se dizer que é uma das características centrais da presença do movimento sionista na Palestina: colocar o povo da Palestina na terra da Palestina. Isso tem sido feito de forma sistemática desde 1947, quando entre 1947 e 1949 foram 750 mil palestinos expulsos. Desde então, a gente tem visto coisas semelhantes. Acredito que esse seja um dos objetivos principais dos israelenses na sua agressão à Faixa de Gaza esses dias”, continua o acadêmico.
Crise humanitária
Segundo o convidado do programa desta segunda-feira, a não abertura da fronteira de Rafah, no Egito, é uma tragédia, tendo em vista que impede os palestinos de fugir, ao mesmo tempo em que os proíbe de voltar para o próprio território.
Apesar da ofensiva israelense por terra, mar e ar, o Hamas tem se mostrado preparado para resistir às privações impostas pelo Estado de Israel, como o corte de água, energia e alimentos. “Aparentemente eles estavam preparados para essa e situação”, observa Huberman.
O pesquisador também não acredita na escalada da violência na região a partir do envolvimento de outros países na guerra. Apenas grupos paramilitares, como o Hezbollah, se mostraram dispostos a comprar a briga, mas sem grande ofensiva contra os israelenses.
Mesmo assim, a resistência do Hamas tende a implicar grandes problemas para o Estado de Israel. “O Ocidente não está se importando com o número de mortes propriamente dito. As pessoas tentam ficar sensibilizando, dizendo que são três mil crianças mortas, mas acho que não importa o número de pessoas mortas [em relação à opinião pública], não há sensibilização. Acho que haverá apoio enquanto o Estado de Israel se mostrar forte para cumprir o seu objetivo militar e isso que está por trás da ajuda praticamente inédita que os Estados Unidos têm dado ao Estado de Israel com bomba, arma, um monte de coisa, coisa que a gente nunca tinha visto, porque eles estavam preparando uma ação militar com vultuosidade.”
Assista o programa na íntegra:
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Muito mais que Pedro, Benjamin Netanyahu nega Jesus seguidamente e grande parte do mundo, supostamente cristão, que o aplaude e o apoia, também nega.