Macron: Israel deveria fazer “operação direcionada” contra terroristas, sem “ampliar o conflito”

França colocou-se à disposição de Israel para ajudar na luta contra o Hamas, mas apontou que prioridade é negociar libertação de reféns

Macron e Isaac Herzog, presidente de Israel. Imagem: Divulgação/Isaac Herzog
Macron e Isaac Herzog, presidente de Israel. Imagem: Divulgação/Isaac Herzog

O presidente francês, Emmanuel Macron, apelou nesta terça-feira (24) à expansão da coligação internacional contra o grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS) para combater também o Hamas, após o ataque de 7 de outubro a Israel.

Macron disse que a França alinha-se a Israel na luta contra o terrorismo, mas sem “ampliar o conflito”. O presidente francês pareceu discordar do presidente Isaac Herzog sobre a escala da resposta de Israel contra Gaza, dizendo que as organizações terroristas devem ser atacadas numa “operação direcionada”.

“Você pode lutar sem hesitação”, disse Macron, “mas sem ampliar o conflito. Uma operação direcionada é essencial.”

Em passagem por Israel, Macron travou encontros com o presidente Isaac Herzog e com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, além de se encontrar com familiares de franceses que foram vitimados no ataque do Hamas.

Após conversas com Netanyahu em Jerusalém, Macron disse que os países que lutam contra o ISIS “também deveriam lutar contra o Hamas”. A França de colocou à disposição para incluir o Hamas como alvo na coligação mundial contra o ISIS e não descarta envio de tropas para a incursão terrestre sobre Gaza.

A coligação anti-ISIS

Desde 2014, cerca de 86 países reuniram-se para ajudar as forças iraquianas e curdas na luta contra o ISIS depois que o grupo assumiu o controlo de grandes áreas da Síria e do Iraque. 

A coligação acabou por expulsar os terroristas do ISIS de uma série de cidades, incluindo Mosul, no Iraque, e Raqa, na Síria, os seus principais redutos. A França forneceu forças terrestres, treinadores, forças especiais e aviões de combate em apoio contínuo ao esforço.

Do Holocausto ao Hamas

Ao lado de Macron, Netanyahu comparou o ataque do Hamas de 7 de outubro ao Holocausto, citando Babyn Yar e Anne Frank ao listar as atrocidades que os terroristas cometeram ao matar cerca de 1.400 pessoas. “Hamas massacrou, Hamas degolou, Hamas queimou bebês vivos, Hamas estuprou, Hamas sequestrou reféns”, disse ele.

“Tal como na Segunda Guerra Mundial, quando os franceses apoiaram a resistência antinazi, hoje a comunidade internacional está a unir-se em apoio a Israel”, continuou Netanyahu. “A barbárie do Hamas ameaça os judeus, ameaça o Médio Oriente, ameaça a Europa, ameaça o mundo.”

Netanyahu também chamou Gaza de “um enclave do ISIS”. Desde 7 de outubro, Gaza bombardeia a população civil de Gaza em retaliação ao Hamas. Mais de 5 mil pessoas já foram mortas, sendo que pelo menos 2 mil crianças foram assassinadas pelos ataques de Israel.

“Estamos fazendo tudo o que precisamos para destruir o Hamas em Gaza. Desmantelaremos a sua máquina terrorista, desmantelaremos a sua estrutura política. Faremos todos os esforços para libertar os nossos reféns. E faremos todos os esforços para manter os civis palestinianos fora de perigo.”

“O Hamas deve ser destruído”, afirmou Netanyahu.

Libertação de reféns é prioridade para a França

Autoridades francesas disseram à imprensa, após o encontro de Macron com Netanyahu, que o mundo já compreendeu onde Israel quer chegar, mas o país terá trabalho para fazer outras nações embarcar em seus planos de guerra. Além disso, a França colocou como prioridade negociações para libertar os 218 reféns que ainda estão sob custódia do Hamas, desde 7 de outubro. A França perdeu 30 cidadãos no ataque do Hamas e nove estão desaparecidos.

“O primeiro objetivo que deveríamos ter hoje é a libertação de todos os reféns, sem qualquer distinção, porque é um crime terrível brincar com as vidas de crianças, adultos, idosos, civis e soldados”, disse Macron ao presidente de Israel, Isaac Herzog.

Próxima parada: Cisjordânia

Macron viajará à Cisjordânia para se encontrar com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em Ramallah. Ele seguirá então para a Jordânia para se encontrar com o rei Abdullah II da Jordânia. Espera-se que ele fale com o presidente egípcio, Abdel-Fattah el-Sissi, e também com líderes das nações do Golfo.

Com informações de Times of Israel

Redação

1 Comentário

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  1. Ora, Sr. Macron, Usrael deve é indenizar as propriedades tomadas na cara dura dos Palestinos, deve parar de invadir as propriedades destes e desocupar os territórios ocupados e parar de perseguir os Palestinos. Os $ionistas deveriam ter sido violentos era com os Nazistas, não com os Pobres e Indefesos Palestinos.

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